“Quem prevê o futuro mente, mesmo quando diz a verdade”. Este provérbio árabe nos adverte para não acreditar muito em previsões, pelo que carregam de incertezas e imprevisibilidades. Como já se tem dito, a única certeza é de que o futuro é incerto, principalmente neste Brasil governado por um mentecapto (ou será energúmeno?). Mesmo assim, dá pra fazer algumas apostas para o ano que se inicia. Na política, é muito provável que o Brasil tenha que suportar, ainda neste ano, o conflito insano e polarizado entre a irracionalidade obscurantista dos adeptos de Bolsonaro e o fanatismo raivoso e arrogante dos lulistas. Em todo caso, as movimentações de forças políticas racionais e democráticas devem crescer ao longo do ano, como reação da sociedade cansada dos falsos mitos e da radicalização destrutiva. As eleições municipais de outubro podem surpreender e castigar duramente os que tentarem federalizar a disputa eleitoral, e dividir mais uma vez a nação, nesta guerrilha ideológica que imobiliza o país e fragmenta a sociedade. Os interesses locais e o jogo de poder municipal podem levar o debate para bem longe deste confronto personalista e populista, podendo ainda gerar uma nova configuração política nas bases, esta, sim, com repercussão nacional. Ao mesmo tempo, neste ano de 2020 deve consolidar-se o crescimento da economia brasileira, mesmo ainda lento, mas consistente, como resultado dos fundamentos macroeconômicos – inflação controlada, baixa taxa de juros de referência, contenção dos gastos públicos – e da sinalização das reformas e da reestruturação do Estado brasileiro. Se o presidente da República não atrapalhar, com discursos e medidas reacionárias em áreas estratégicas e sensíveis, e se o Congresso continuar colaborando com o Ministério da Economia, o ano de 2020 pode ser um marco na história econômica recente do Brasil, principalmente se for aprovada a reforma tributária. A incerteza é grande, com tumultos à vista e possíveis sustos, e com prováveis retrocessos na cultura e nos costumes, mas 2020 terá algo para comemorar, se o desemprego continuar caindo e a renda subindo, como resultado do crescimento da economia, e se começar a ruir a nefasta polarização política do Brasil.
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Espero que, gradualmente, comece “a ruir a nefasta polarização política do Brasil”. Só que, para isso, o Editorial não precisava começar pelo xingamento na 3a frase. Eu pessoalmente acho nosso Presidente bronco e antidemocrático, por pretender implantar uma teocracia, etc., mas não começaria uma artigo pelo xingamento, que pode vir apenas como conclusão de uma argumentação. Xingamento puro logo de cara me parece um tanto demagógico e não me parece adequado para um Editorial. Mas é verdade que no Brasil estamos na era dos palavrões, e palavrões pornográficos, lançada pelo charlatão valentão Olavo de Carvalho.
A ilustração, como de costume, maravilhosa. “Manhã, tão bonita, manhã…”