Se ninguém notou ainda, vai uma informação importante: o Brasil não tem presidente. Com o poder equivalente a um chefe de Estado, temos uma biruta desorientada e autoritária, que resiste até a acompanhar o movimento dos ventos, quando muito, imita os movimentos transloucados do homem mais arrogante e poderoso do mundo. A Constituição prevê impedimento do Presidente da República em caso de crime de responsabilidade, mas os constituintes não poderiam imaginar que alguém chegasse à presidência da República com visível quadro de insanidade mental e demência crescente. Quando confunde a opinião pública com medidas e discursos desencontrados, em direta contradição com a competente atuação do Ministro da Saúde, e mesmo com a definição de iniciativas na área econômica, quando minimiza a gravidade da pandemia, com desprezo pelos que, não sendo atletas como ele, podem ser sacrificados para manter a economia (apenas dois dias depois de decretar calamidade pública), Jair Bolsonaro está cometendo um crime de responsabilidade. A discussão sobre a melhor alternativa para combater o Covid-19 – contenção ou mitigação – pode ser válida. Mas um governo tem que decidir o caminho que vai seguir, e não pode apostar no confronto solitário do chefe de Estado com seus ministros e com todos os governadores estaduais. Rigorosamente, ele poderia ser enquadrado no inciso VI do Artigo 85 da Constituição, que explicita como crime de responsabilidade atentar contra a “segurança interna do País”. Mas, embora não esteja previsto na Constituição, o caso de Bolsonaro é mais psiquiátrico que político, mesmo assim de dramáticas consequências sociais, econômicas e políticas. A melhor solução para os desatinos de Jair Bolsonaro é a convocação de uma junta médica qualificada que, seguramente, atestaria sua incapacidade mental (para não falar da grave deficiência intelectual) para exercer o poder máximo de chefe de Estado do Brasil. Certo, a Constituicão não prevê a interdicão por insanidade mental. Mas estamos diante de uma emergência. E a maior calamidade nacional chama-se Jair Bolsonaro.
Postagens recentes
-
Será que agora vai?nov 22, 2024
-
Jornada de trabalho e produtividadenov 22, 2024
-
Onde está o nexo do Nexus?nov 22, 2024
-
Janja xingou e levou um sabão da mídianov 22, 2024
-
Brasil, o Passadonov 22, 2024
-
Camões, 500 Anosnov 22, 2024
-
Última Páginanov 22, 2024
-
O ódio político no Brasilnov 15, 2024
-
Quem mentiu: Trump, Putin ou The Washington Post?nov 15, 2024
Assinar Newsletter
Assine nossa Newsletter e receba nossos artigos em seu e-mail.
comentários recentes
- JOSÉ RODRIGUES DE PAIVA novembro 23, 2024
- helga hoffmann novembro 22, 2024
- José clasudio oliveira novembro 20, 2024
- helga hoffmann novembro 19, 2024
- Elson novembro 19, 2024
Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
Não poderia dizer mais!
Só me pergunto agora: o que fazer?
Os atos e manifestações comportamentais do presidente são indicadores da necessária e urgente avaliação do estado mental do Bolsonaro pois está pondo em risco toda a ciadadania.
Concordo plenamente! Tô cansada de dizer que Bozo precisa ser interditado
Excelente texto. A The Economist resumiu ao chama-lo de Bolsonero. Pena é que sendo louco fica inimputável para os crimes contra a humanidade que está cometendo.
A ilustração está perfeita. O atleta sequer tem coordenação motora para colocar uma máscara. Será que é viável a interdição? Hoje dois juízes mandaram suspender a campanha da Presidência da República “O Brasil não pode parar”, por falta de embasamento técnico e científico. Campanha contratada por 5 milhões de reais. A AGU está recorrendo. Que o PR é ruim da bola está ficando cada vez mais evidente. Difícil dizer qual o distúrbio porque as manifestações são múltiplas. A penúltima foi depois que o Gal. Mourão tratou de amenizar o caos causado pela invenção do “isolamento vertical” contra os epidemiologistas do mundo inteiro e seu próprio Ministro da Saúde. Não é que o “atleta” reagiu correndo até o Datena para dizer ”o Gal. Mourão é mais tosco que eu”? E avisou o que todo mundo sabe: “é o único indemissível”. Numa hora dessas eis a palavra do chefe: vocês são todos demissíveis. Essa a penúltima. A última foi confundir a fixação de níveis per capita de ajuda para trabalhadores informais com competição entre moleques para ver quem consegue lançar seu xixi mais longe. Ou seja, o nível proposto era puro chute. (Lembrei da Ministra da Fazenda do Collor, Zélia Cardoso de Melo, quando contou como estabeleceu o limite acima de 50 mil cruzados para congelamento da poupança, tirando papeizinhos com números aleatórios.) Que tal a última do PR, que virou chacota: “sou atleta, virus não me pega”. (Teve bolsomínio na rede que “entendeu” isso como “coronavirus só dá em petista”. Sério, eu vi. Como os pastores que acham que aglomerado de evangélico não tem contaminação.) A negação da realidade é uma constante, para todos os desafios que o país nos últimos 15 meses; o “atleta” opera com uma realidade paralela imaginada, que só ele enxerga. Então pode ser uma mistura de esquizofrenia, narcisismo, incapacidade de empatia, mania de perseguição, paranoia. A agressividade, o pavio curto, só se explicam em alguém com forte complexo de inferioridade, que lá no fundo sabe que está aquém das tarefas que tem pela frente e são responsabilidade do seu cargo: ou como explicar que imediatamente trate de destruir alguém que, por algum ato ou palavra, momentaneamente tem mais prestígio que ele na mídia? Tem acontecido tantas vezes que só pode ser doença, mania de perseguição. Neste momento, temos a Presidência da República em desgoverno, em confusão, em incerteza. Neste momento em que cooperação, coordenação, organização são tão necessárias. Não resta outro caminho para os governadores que organizar o combate à epidemia dentro das limitações de cada estado e cooperando entre eles. O problema é que quem controla mais dinheiro é o governo federal.