Fausto, poema de Goethe, é uma lenda alemã. Aborda um pacto com o demônio, feita por médico alemão, dr. Fausto (1480-1540). Fausto é obra épica que relata a tragédia do Doutor Fausto, homem de ciência. Desiludido com o conhecimento de seu tempo, faz um pacto com o demônio, Mefistófeles. Que o enche com energia de paixão pelo progresso.
Fausto é homem de sucesso. Pretende experimentar o máximo que puder. No entanto, encontra-se permanentemente frustrado com as limitações do seu poder.
Seu caminho sofre reviravolta quando conhece um demônio que vem à Terra. Com o objetivo de corromper sua alma. Depois de ter feito uma aposta com Deus.
Quando conhece Mefistófeles, dr. Fausto encontra uma forma de superar seus limites. E ter acesso a poderes que jamais iria obter de outro modo. Para isso, ele precisa fazer escolha moralmente questionável: vender a alma em troca de poder.
Fausto é uma estória de escravidão e soberba. A vaidade do poder submete o insensato à servidão. Incertezas de conduta transformam-se em tragédia política.
A cena da CPI da pandemia dá oportunidade para recuperar lições dos clássicos. O país chora seus mortos. Que poderiam talvez ter sido, em parte, salvos pela agilidade do governo em responder à Pfizer. Mas o governo não o fez. Delongou-se em meses para responder à farmacêutica. Noticiário publicado pela imprensa. E, agora, confirmado em depoimento pelo ex-secretário de Comunicação do governo.
Pois bem. Mefistófeles andou pela CPI. Engabelou um senhor de cabelos brancos que imagina ser ministro da sanidade. Ledo engano. Amedrontado, olhar de espanto e frases ambíguas, ele transita por exíguo espaço. Quando permitido por centralização obsessiva.
O outro, menos distraído, perseguiu parábola inverosímil. Na qual, o enredo, arquitetado nos meandros do temor de futuro incerto, o fez colidir com os fatos. Atestado por gravação da revista semanal que o ouvira semana antes. Terminou encaminhado à Procuradoria da República.
O Fausto grisalho jogou no lixo de satã biografia provinciana que não aguentou aperto de escala nacional. O Fausto mais jovem, como ainda não tinha biografia, ganhou o que parecia mais razoável: nada.
Assim caminha a infausta brasiliana. Tendo que suportar, por cima, tributação abjeta: um orçamento paralelo. Para financiar tratores que vão ceifar o resto de grãos magros do sr. Guedes.
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