Lisboa. Escrevo essa coluna como membro da Academia Pernambucana de Medicina (mesmo sendo só advogado), uma honra enorme. Hoje, conversas apenas com médicos.
ANTÔNIO MIRANDA, cardiologista. Chamaram para ver paciente com derrame. Fez todos os exames e deixou, como diagnóstico, um curto bilhete
– Irineu, bem. Mas Irene vai ficar viúva, logo.
CARLOS ROBERTO MORAES, cirurgião cardíaco. No dia em que comemorou 80 anos, fez uma última operação e se aposentou como cirurgião, depois de carreira consagradora. Então lembrou do grande cirurgião canadense Pierre Grodin que um dia lhe disse
– Somos como bailarinos, amigo, e precisamos deixar o palco antes do primeiro tombo.
GAUDÊNCIO TORQUATO, jornalista. Contou que na cidade de Luís Gomes (RGN), onde nasceu, o médico João Izidro atendeu velhinha que se queixava de incômodos no corpo todo
– A senhora tosse?
– Às vezes sim, às vezes não.
– Tem dor de cabeça?
– Às vezes sim, às vezes não.
– Sente febre?
– Às vezes sim, às vezes não.
O médico, já irritado com as respostas, escreveu a receita. E a velhinha
– O que devo fazer?
– Tome o remédio às vezes sim, às vezes não.
GERALDINHO CARNEIRO, da ABL. Clínica Sorocaba, foi fazer exame da próstata. No consultório, só ele e o proctologista. Ana Paula Pedro, sua mulher, ficou numa saleta contígua. O doutor, no momento crucial, perguntou
– Está incomodando?
E Geraldinho, querendo ser simpático,
– Não, está ótimo.
Foi quando sua mulher, de onde estava, gritou
– Que história é essa de “está ótimo”???
GIOVANNI SCANDURA, publicitário. Viu duas irmãs suas conversando sobre a morte.
– Geórgia, eu quero morrer!
– Que nada!, Célia, tu vai aos médicos todos os dias… Como posso acreditar?
IARA, dentista. Chega, no consultório, uma jovem com dentes lindos. Apesar disso, pede
– Por favor arranque todos.
– Não posso, minha senhora, que seus dentes são perfeitos.
– Ainda assim tire, por favor.
– Mas por quê?
– Eles fedem.
Não era verdade. Só impressão. E Iara não resistiu
– Minha filha. Se não quiser ficar com nada que feda, no corpo, melhor começar jogando fora seu cu.
REINALDO OLIVEIRA, cirurgião. Batem no portão e Maroca, patrimônio da casa, vai ver quem é.
– Reinaldo está?
– Saiu prá operá.
– Pode me dar o telefone dele?
– Posso não, sinhô, que o dotô usa todos os dia.
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