Em meados dos anos 1970 um genial professor de matemática americano, Theodore Kaczynski, abandonou sua carreira na Universidade da California, onde fora feito o mais jovem professor daquela instituição com apenas 25 anos, para viver recluso em uma cabana remota, sem eletricidade e água corrente. Kaczynski queria uma vida autossustentável, sobrevivendo diretamente da natureza, afastado do convívio de outras pessoas e da vida moderna.
Após um tempo, o desenvolvimento urbano e imobiliário começou a alterar a vida no entorno da floresta em que Kaczynski vivia. Isso lhe causou uma grande revolta. A partir de então, o antigo professor começou a preparar e enviar bombas que mataram 03 pessoas e feriram outras 23. Ao todo, 16 explosões foram atribuídas àquele que ficou conhecido como o Unabomber, uma abreviação de University and Airline Bomber, ou em uma tradução livre, “Bombardeiro de Universidades e Aéreas”, devido aos locais mirados pelo terrorista. Terminou preso, julgado e condenado à prisão perpétua em 1998.
O Brasil vive um governo de apenas pouco mais de 40 dias, eleito no final do ano passado com o objetivo de pacificar o país, mas já demonstra sinais de cansaço. O que se vê é um presidente com espírito de autoritarismo, que não consegue ser contrariado. Ergueu-se o mito da esquerda. Parece que ainda não entendeu que as instituições brasileiras evoluíram desde que ele deixou o seu segundo governo. Comporta-se como fantasiado de democrata sobre um corpo autocrático. Um governante para quem o tempo não passou e está parado em 2003. Que se esqueceu dos movimentos de 2013 e de 2015, quando seu partido foi alijado do poder devido aos inúmeros casos de corrupção e à incompetência com que sua sucessora tratou a economia do país, dando continuidade à política do seu segundo mandato, lançando o Brasil na maior crise de sua história.
Lula da Silva volta ao poder devido ao flerte do seu antecessor com o autoritarismo, incapaz de resolver questões com diálogo. O antecessor, Jair Bolsonaro, teve a oportunidade de se tornar o grande protagonista de uma aliança nacional com o advento da pandemia. Uma oportunidade de unificar o país em torno da gestão da saúde. Não o fez e seu comportamento belicoso levou de volta aos braços da oposição grande parte da sociedade, permitindo a Lula da Silva retornar para um terceiro mandato, quase como um novo “Dom Sebastião”.
O mito-líder Lula da Silva desde que assumiu não governa para todos. Continua com o “nós contra eles” que ele mesmo instituiu e que Bolsonaro utilizou durante todo o seu governo. Segue, como populista que é, procurando culpados onde não tem, criando narrativas, fake news, e agora mira de forma marota e errada na independência do Banco Central. Salve a independência da instituição! Sua dependência no passado permitiu que a presidente Dilma Roussef tomasse uma decisão tresloucada de diminuição dos juros “a canetadas”, que contribuiu fortemente para que o país chegasse às portas da bancarrota.
Por fim, assiste-se a declarações de ministros e do próprio presidente na busca para aumento dos gastos (“gasto é vida” novamente?), mudança de entendimentos já consagrados em várias áreas da economia, alterações no marco do saneamento (um sucesso!), reviver estatizações, ataque às agências reguladoras, mudança na lei das estatais, de forma a trazer de volta a estrutura corrupta que se instalou no país nos seus 8 primeiros anos de governo. Um comportamento de terrorista econômico, um “Lulabomber”.
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