Primeiro foram cortados os recursos do IBGE para a realização do Censo Demográfico decenal, que deveria ter sido já concluído no ano passado, impedindo a realização da mais completa radiografia demográfica e social do país. E o Brasil vai ficar quase às cegas por algum tempo, com informações incompletas e imprecisas sobre a realidade, o que compromete a qualidade das decisões e das políticas públicas. E bastavam apenas três bilhões de reais para que o IBGE lançasse luz sobre as reais condições demográficas e sociais do Brasil, as mudanças que ocorreram no país nesta última década.
O orçamento da ignorância atinge agora as Universidades Federais, incluindo os hospitais universitários, sufocadas por agudas restrições financeiras. Embora as universidades brasileiras sejam instituições de pouca eficiência e resultados limitados, excetuando alguns centros de excelência, o corte de recursos de custeio pode paralisar o funcionamento de várias das suas unidades, com enorme prejuízo para o conhecimento e a formação profissional.
O mesmo garrote financeiro está sendo aplicado ao desenvolvimento científico e tecnológico e aos instrumentos de financiamento da pesquisa e inovação, principalmente o FNDCT-Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, formado com receita específica de tributos federais. A formação de profissionais de alta qualificação, a produção do conhecimento e as inovações tecnológicas, fundamentais para a construção do futuro do Brasil, estão sendo esmagadas pela estupidez que domina o governo brasileiro e pelo imediatismo do Congresso Nacional.
Ninguém desconhece as limitações fiscais da União, mas é inaceitável a completa ausência de prioridades para o conhecimento, base do desenvolvimento das nações, e para o futuro do Brasil, em favor dos projetos dispersos que vão irrigar o clientelismo nas bases eleitorais. O imediatismo e o clientelismo comprometendo o futuro do Brasil.
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