O debate político nacional está totalmente voltado para as eleições presidenciais de outubro, acompanhando as articulações e as pesquisas em torno dos candidatos a Presidente da República. Enquanto isso, a maioria dos políticos tem os olhos voltados para o outro lado da Praça dos Três Poderes, para as eleições parlamentares que vão definir a composição futura do Congresso Nacional. Eles sabem que é esta que define a posição de cada partido e parlamentar na estrutura de poder do futuro governo e, principalmente, o tamanho dos fundos partidários e eleitorais, das emendas parlamentares e secretas que vão administrar. Desatentos para as eleições parlamentares, os eleitores podem terminar elegendo uma nova legislatura formada pelos velhos oportunistas, carreiristas, embusteiros, desonestos e alienados dos problemas nacionais, interessados apenas no seu poder e na sua fortuna.
Os políticos do Centrão estão alinhados com Bolsonaro, que vai tentar a reeleição, mas a sua estratégia está orientada para o lançamento de uma campanha eleitoral que permita manter ou mesmo ampliar o seu poder no Congresso. Eles já controlam o orçamento – o “Posto Ipiranga” já não existe mais em uma bomba de gasolina – e vão utilizá-lo para a conquista de votos para as suas bancadas federais e estaduais. A presidência da República é secundária nos seus planos, porque vão se alinhar a qualquer que seja o eleito. Para o Centrão, o que importa é que o governo, seja quem for o presidente, continue submetido à sua vontade no Congresso Nacional, no sistema presidencialista de coalizão – nem presidencialista nem parlamentarista – vendendo a governança a elevados preços de favores e corrupção.
Enquanto os eleitores, cada um com seu candidato, acham que vão mudar o Brasil quando eleger o novo presidente da República, o Centrão e outros partidos oportunistas vão consolidando sua base política no Congresso. Está na hora de o eleitorado despertar para a importância do Congresso nas decisões sobre o futuro do Brasil, escolhendo seus candidatos a deputado e senador com cuidado redobrado. O Brasil não pode continuar nas mãos deste grupo de malandros e tapeadores que compõe o Centrão.
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