O cidadão dirigia o seu carro numa rodovia de alta velocidade, bem relaxado no volante, ouvia uma música clássica no rádio quando, de repente, o locutor interrompeu a melodia com uma grave informação: “Atenção motoristas que circulam neste momento pela rodovia: tem um motorista maluco dirigindo pela contramão, recomendamos o máximo de cuidado!” O cidadão se assustou com a advertência, olhou para o lado para se preparar e, surpreso, gritou: “Oxente! Um só não, são dezenas de motoristas loucos na contramão”.
Como este motorista, me senti sozinho na contramão quando assisti ao tão premiado e altamente elogiado filme O som ao redor de Kleber Mendonça Filho. Não gostei, não senti nenhuma emoção, olhei para o lado e me perguntei: Eu estou na contramão? Que há comigo? Como posso não ter gostado de um filme premiado e elogiado por todos os críticos e por intelectuais que muito respeito, entre eles, editores e colaboradores da Revista Será? como Teresa Sales, Claudio Marinho, Sonia Marques e Chico de Assis. Reli as suas críticas e comentários na esperança de, quem sabe, descobrir a qualidade que me parecia obscura nas cenas para mim soltas e desconexas, no enredo confuso e banal, nos diálogos pobres, nos personagens singelos. Li e reli as criticas. Não me convenceram, embora tenha assistido ao filme com orgulho pelo sucesso de um jovem pernambucano na cena nacional e internacional, portanto, com uma predisposição totalmente favorável.
Lembrei, não por acaso, dos filmes de Jean Luc Goddard que assistíamos nas décadas de 60 e 70 tão elogiados quanto incompreendidos e que exigiam interpretações e rebuscadas reflexões em torno de simbologias e supostas metáforas que nem o diretor saberia explicar. O grande poeta pantaneiro Manuel de Barros disse uma vez que o “poeta não pensa, o poeta sente”. Penso que o leitor também não pensa ao ler um poema, o leitor deve sentir junto e em sintonia com o poeta, mesmo que sua estrutura psicológica desperte sentimentos diferentes. A poesia não precisa ser pensada, apenas sentida. Isso vale para as artes em geral e para o cinema em particular: se precisamos de uma discussão racional e lógica para entender o que o diretor pretende provocar nos espectadores, o filme não tem força artística. A pintura de Kandinsky ou de Miró, para citar dois grandes pintores abstratos, provoca uma emoção estética no observador sem que este precise entender (não tem mesmo o que entender) o que o pintor quis expressar e tudo indica que ele não tinha uma intenção e propósito além de manifestar seus próprios sentimentos. O poder da obra de arte reside precisamente na sua capacidade de desatar emoções nos simples mortais, considerando que a relação entre o observador e o artista é emocional e não racional, como num texto de teoria social ou física quântica (que também tem sua beleza, é verdade).
A sensação que desperta uma obra de arte não depende apenas da sua qualidade intrínseca (nem sei se existe qualidade intrínseca) mas também da sensibilidade do observador e, portanto, da empatia e sintonia entre o artista e o receptor da sua obra. Como parece que sou o único mortal que não captou a beleza e a emoção do Som ao redor, devo concluir que me faltou sensibilidade como receptor dos estímulos emotivos do grande filme. Eu não senti (percebi) o que meus amigos viram e sentiram. Lamento não ter percebido o cineasta costurando a sequencia do filme, como comenta Teresa, “em contraste com o preto e branco das cenas inicias” que faria o elo, que seria sutil, como sútil fora o suspense do filme. Minha insensibilidade não permitiu que sentisse esta sequência, menos ainda o elo sutil de suspense que, segundo diz, é quase imperceptível. Para mim, o elo foi totalmente imperceptível e a única cena de forte emoção e beleza – o banho na cachoeira – parece um momento perdido em que neto e filho desabafam (o tédio, talvez) num grito aberto, terminando com a água vermelha. Bela cena. Mas, o quê? Simbolizar a violência no campo? Anunciar a morte final? Será?
Penso que o retrato fragmentado do cotidiano de uma cidade, mostrando o rio e o perigo de tubarão na praia de Boa Viagem pode servir para apresentar um bom documentário mas não parece uma obra de arte. E o som, “principal personagem do filme”, segundo Claudio Marinho, não me despertou a sugerida “dramaticidade crescente que a gente acompanha pelas tensões do olhar entre os dois irmãos”, menos ainda o “barulho ‘erótico’ da máquina de lavar”. Barulho ‘erótico’ da máquina de lavar? É isso mesmo? Os ruídos da vida numa cidade podem inspirar belas composições dodecafônicas; mas devo confessar que não experimentei esta sensação estética do som que estaria conduzindo o filme. Faltou sintonia entre o diretor e espectador, no caso, eu? Olhando de lado fico ainda com a sensação de centenas de pessoas andando na contramão. Ou estou mesmo na contramão?
Alentou-me este artigo, pois sentia-me um tanto constrangida de também não ter me entusiamado com o filme. Não que o tenha achado ruim, apenas não me tocou, cheguei a achá-lo monótono.
Diferente do Tatuagem, que filme maravilhoso – inteligente, provocativo, estética e cenograficamente belo, engraçado. Os atores em interpretações primorosas, o enredo ótimo, trilha sonora excelente.
Prezado Sérgio Buarque
Comigo seriam 2 na contramão. Senti o que você sentiu ao ver o filme: nada. Nenhuma emoção, e fiquei quieto no meu lugar porque o mundo todo elogiava. Não desci aos detalhes que você desceu, não revi o filme nem reli as criticas. Não gostei, e não entendi porque todo mundo gostou. Mas tambem acho que se não penetra, se cria empatia, já passou o tempo em que me sentia culpado e ¨um estranho no ninho¨. Quando saí do cinema, me deu muita saudade de um bom filme de Al Pacino, ou um argentino recente, que me emocionaram.
Ressalto que meu comentário visa antes de tudo algumas implicações psicossocias da recepção da obra de obra. A crítica de Sérgio, da qual discordo quando deriva para as bases da criação estética e do gosto, que ele reduz a puro psicologismo, encerra muitos méritos e dá margem ao cerne do meu comentário. Ela me lembrou os tempos em que, jovens “intelectuais” carentes de distinção e contestação social, frequentávamos os “filmes de arte” como quem ostenta uma senha ideológica e estética. Os filmes eram tediosos, obscuros, mas ninguém ousava dizer isso. Pelo contrário, o tédio e a incompreensão eram o preço da imagem e da identidade social que precisávamos ostentar. Os anos passam, os mitos revolucionários e a rebeldia também, mas continuamos dependentes de reconhecimento e aceitação. É parte inerradicável da nossa natureza. Por isso os que ousam pensar por conta própria, na contramão das idéias e do gosto dominantes, sejam quais forem, correm o risco de ser atropelados. Sérgio ousa e por isso mais uma vez justifica o princípio último da revista: duvidar, por as idéias em questão. Sumariamente, diria que o filme é uma mescla mal resolvida de documento social – que nada me acrescenta, até porque moro a dois passos das locações do filme – e experimentalismo acadêmico de cinéfilo de “filme de arte”. Mas convém estacionar antes de dirigir na contramão.
Caro Fernando:
Você, como sempre, aprofunda e enriquece nossas discussões. Nesta você deslocou e aprofundou o eixo da controvérsia passando da análise de um filme, O Som ao Redor, para os conceitos de reconhecimento e identificação. Quando falas em “uma senha ideológica e estética” e apontas com precisão “ mas continuamos dependentes de reconhecimento e aceitação” estás nos desafiando a discutirmos um tema muitas vezes mais importante que um filme (que não assisti) pois tratas da questão de nasce com o sujeito e sua incessante busca por reconhecimento e identidade. Algo que surge no berço e nos leva até a cova, como diria os ingleses ( from the cradle to the grave), sem nunca se concluir, pois somos estruturalmente incompletos.
Abraço
Meu caro João: Você tem razão ao destacar no comentário de Sérgio uma dimensão que é não apenas psicossocial, mas também filosófica. No meu entender, acho que concordamos, a necessidade humana de aceitação e reconhecimento está na raiz dos padrões de gosto artístico. Isso ficaria bem mais claro se, para além dos limites estreitos de um comentário, a gente pudesse explicitar os condicionantes psicológicos e sociais do gosto artístico. Menciono um exemplo que evito discutir: na era dos “filmes de arte”, cujo público era constituído pela fração intelectual e ideologicamente de esquerda da classe média, nenhum de nós ousaria celebrar o rei do brega Reginaldo Rossi, vivo ou morto. Brega era um termo que as camadas cultas usavam apenas para desqualificar uma expressão artística inferior. Hoje, na era do nivelamento por baixo de todas as expressões de arte, gente de todas as camadas sociais e intelectuais ficam à vontade para louvar qualquer tipo de arte. Os poucos que defendem critérios de qualidade são simplesmente desqualificados como elitistas. E estamos conversados. É a rebelião das massas, como previu Ortega Y Gasset há quase um século.
Pelo visto, não somos poucos nessa contramão!
Sérgio,eu diria que a quantidade de pessoas que estão com você na contra mão faz dela agora a mão/via adequada. Mas tem um fato que demandaria maiores informações:a capacidade erótica da máquina de
lavar!?
Sérgio,
Não sei se servirá de consolo mas, sem trocadilho, ao meu redor, o som quase sempre foi de desgosto. Amigos, familiares e até meus alunos do curso de artes visuais, muitos foram os que não gostaram do filme.
Acho que a apreciação das coisas, das coisas que estão no mundo, como diria Paulinho da Viola, – sejam elas obras de artes ou fatos estéticos, em geral, sejam paisagens, sabores e outras vivências quaisquer – depende de vários fatores, dentre os quais as expectativas.
Eu, por exemplo, fui com má vontade para o tal filme. Fui para não gostar e acabei gostando. Gostei pela leitura de paisagem e sociabilidade urbana, convergente com o meu olhar.
Não falei de qualidades estéticas do filme. Desde o início, afirmei que não tinha competência para isto e acredito, contra a maré dominante, no valor da competência. Sem mesuras. Fui educada ouvindo a estória do pintor grego Apelle que, pediu ao sapateiro conselhos sobre os sapatos de seus personagens retratados. Mas, quando o sapateiro começou a tecer considerações sobre outros aspectos da sua pintura, não hesitou em dizer: Ne saler ultra calceam. Ou seja, Sapateiro, não vá além do sapato. Meu comentário não tinha, pois, nenhuma ambição de avaliação estética.
Você, Sérgio, foi talvez esperando gostar do filme pelos comentários já lidos. Não gostou; direito que lhe assiste e teve a coragem de afirmá-lo. Mas, na sua decepção, você convoca uma justificativa que faz repousar o mérito estético na emoção. Será?
Emociono-me com muita coisa à toa, barata e banal, não consigo evitar. Nem morro mais de vergonha, sou capaz de chorar com filmes sobre injustiças e com a impotência diante delas, torturas, desamor e abandono, por mais vagabundos que sejam. Acho que seria capaz de chorar com o destino da mãe de Albertinho Limonta, coitadinha, em tempos em que não havia teste de DNA, se revisse novelas como o Direito de Nascer.
Melhor, portanto, não confiar na minha emoção como informante do meu gosto. Melhor buscar além quando olho e vivo as coisas do mundo.
Não sei se Joaquim Cardozo ou João Cabral de Mello concordariam em tomar o verso de Manuel de Barros que você escolheu – e que é pura poesia – à guisa de uma teoria da criação estética.
É claro que há, no meio intelectual e da apreciação das artes, de uma maneira geral, muitos comportamentos como os que você sugere em relação aos espectadores que fomos de Godard. Mas, se hoje é relativamente fácil apreciar o abstracionismo do russo Kandinsky ou o surrealismo do catalão Miró, a estética vanguardista de ambos nem sempre foi apreciada. Mesmo, nos tempos atuais, em que impressionistas e modernistas tornaram-se valores consagrados, tenho dificuldade em acreditar que todo mundo sinta esta emoção estética que você descreve, ao ver as obras destes pintores. Não sei se é fácil apreciar ou ter uma emoção profunda diante do outrenoir de Pierre Soulages, por exemplo, de quem aprendi a gostar, como fui aprendendo a amar recentemente a obra de Gerhard Richter, ao longo de um dvd, que mostra seu processo de trabalho. Isto depois de ter visto, sem sentir a menor emoção, a enorme exposição retrospectiva que o Centro Georges Pompidou consagrou a este grande pintor alemão.
E quem de nós é capaz de emocionar-se, hoje em dia, ante uma tela acadêmica de um Nicolas Poussin, um dos maiores representantes do classicismo do século XVII ou do classicismo tardio do nosso paraibano Pedro Américo, (nascido em Areia, em 1843 e morto em Florença, em 1905)? Será que por isto elas não teriam valor estético? Será?
Goste, desgoste, Sérgio, do que quiser, sem precisar questionar-se sobre suas discordâncias eletivas. Não sei porque segui-lo seria uma via mais adequada. Por que nas escolhas estéticas haveria uma mão e uma contramão?
Seguindo a via aberta pelos comentários de Fernando Motta, eu lhe sugeriria repensar este entendimento entre arte e emoção, Einfühlung ou empatia. Vamos ao próximo.
Aproveito para dizer que gostei muito de seu artigo sobre pobreza e demografia, bem como do complementar comentário de Sicsu.
Um abraço
Sonia
Pensava em comentar tua contramão, Sérgio. Fui protelando e agora escrevo somente pra reafirmar as lúcidas considerações de Sonia, que escreveu algo do que já ia comentar. E mais.
Amigos, como vocês não viram o que eu vi no filme? Um retrato sem retoques da nossa classe média urbana, em que remanescem padrões de comportamento e de relações sociais do patriarcalismo rural de tempos passados. Foi o primeiro filme nordestino, talvez também brasileiro, que encarou e expôs essa realidade. A frustração da dona de casa, “puxando erva” às escondidas e masturbando-se, a empregada doméstica driblando o patrão, em cumplicidade lúbrica com o vigia, que, por sua vez, abusava do acesso ao interior das casas sob sua vigilância, o playboyzinho delinquente, valendo-se da proteção da família, a empregada negra e sua filha, numa relação, ao mesmo tempo familiar e servil, com o patrãozinho, o senhor de terras querendo fazer valer suas regras de dominação na metrópole.
Tudo isso foi bem observado pela imprensa especializada do mundo inteiro, onde o filme arrebatou dezenas de prèmios.
Um dos autores, o W.J.Solha, que faz o velho proprietário de terras, é meu amigo, e me enviou um lote de comentários e análises sobre o filme, dos mais diferentes críticos, e todos demonstram haver captado as suas mensagens.
Caro Sérgio, talvez v. simplesmente não estava de bom humor, no dia em que viu “O Som ao Redor”.
E é um documentário, é? Tudo isso que você fala, caro Clemente, eu vi, claro que ví. Mas já vi em muitas outras cenas e li tambem em vários textos mesmo que nao reunidos nos fragmentos do filme. Mas onde esta a arte além do documento? Assisti o filme duas vezes, a primeira com uma predisposição muito positiva pelo que já tinha escutado, pelo prestígio mundial e por ser de um pernambucano. Não gostei. Fui reler as criticas favoráveis. Não me convenceram e escrevi aquele artigo, este sim com certa irritação de quem se sente na contramão. Assisti a segunda vez para tentar descobrir o que estava obscuro para mim e, portanto, com um humor muito positivo. Confesso que aguentei até o fim. Mas, infelizmente,so confirmei minha primeira impressão o que pode demonstrar apenas minha insensibilidade artista. Quem perdeu? Eu, claro.
Meu caro Sérgio: eu havia jurado não mais participar como ator de filme algum, até que fui convidado para o teste que me incluiu no elenco de O Som ao Redor. Resisti, até que me foi dado o roteiro. Era a primeira vez que eu via a classe média urbana, contemporânea, nordestina no cinema, preocupado até então apenas com a periferia das grandes cidades como Recife, e com o sertão. Além do mais, Kleber Mendonça Filho tem um roteiro primoroso, herdado de seus vários curtas intensamente premiados em todo o mundo, bem como dos dez anos de crítico cinematográfico do Jornal do Commercio. Eu e todos os da equipe trabalhamos o tempo todo com um entusiasmo e um afinco únicos, já certos da reação altamente positiva que o filme teria em todo o mundo, menos em você e em vários de seus leitores. Claro que opinião é opinião. Acabo de ver Caçadores de Obras-primas, levado por comentários extremamente positivos e saí do cinema frustrado, principalmente porque nenhum daqueles grandes experts de Arte me convenceu de que o eram. Paciência. Outro dia vi Woody Allen dizer que quando viu 2001 na primeira vez, se decepcionou. Ao revê-lo, anos depois, sentiu todo o enorme impacto que Kubrick trazia ao cinema. Nada mais natural: Bach era tido como superado por seus contemporâneos. Fica o convite pra você e pra todos os que o avalizaram: revejam O Som ao Redor depois de toda essa onda. Verão – com o filme visto em todo o contexto da época – que as manifestações de junho já estavam lá. Como o nazismo no Gabinete do Dr. Caligari.
Me sinto honrado, caro Solha, com seu comentário demonstrando sinceramente sua preocupação com a opinião de um simples espectador, considerando o grande sucesso do filme. Quando me coloco na contramão é porque que estou, com alguns poucos, com uma visão contraria ao sentimento dominante inclusie entre criticos e cinéfolos. E sempre imaginei que, por isso, minha opinião não tinha e menor importncia prra os produtores, diretores e atores do filme. Fico contente com sua atençao. Como disse antes, quem perdeu fui eu, saindo do cinema do mesmo jeito que entrei. Grato pela sua atenção. Sergio
Não comentei os aspectos estéticos do filme apenas por não me achar habilitado para isso. Mas para mim, os filmes valem mesmo pela mensagem que nos transmitem. Acho até que estou desenvolvendo uma preferência pelos documentários, como os de Eduardo Coutinho e do meu conterrâneo Wladimir Carvalho.
Finalizo com uma questão: o filme que todos vimos recentemente sobre Hannah Arendt é ficção ou documentário? E que juízo v. faz sobre ele, amigo Sérgio?
Na verdade,Clemente, estou metido nessa discussao porque gosto que me enrosco (dizia uma musica) de debate de ideias, mas não tenho nenhmua competencia para falar de arte a nao ser no que diz respeito aos meus sentimentos, às reações de prazer, inquietação, angústica, duvida que um bom filme pode provocar em mim. Foi isso que eu manifestei em relaçao ao Som ao redor mas claro que alguns documentários provocam estas reaçoes. Na referencia que faz ao filme de Hannah Arendt a distinção que podemos fazer não é entre ficçao e realidade mas entre documentário (que expressa uma realidade mas ou menos como uma biografia) e arte. Mas eu nao sei como tratar esta questao. É uma boa duvida. Grande abraço, Sergio