Nas últimas décadas, a política brasileira esteve fortemente polarizada com o PSDB-Partido da Social Democracia do Brasil e o PT-Partido dos Trabalhadores disputando o poder e a condução política do Brasil. Todas as eleições do Brasil, desde 1994, tiveram os dois partidos em confronto direto em dois grandes blocos políticos. Eduardo Campos e, depois da sua morte, Marina Silva, tentaram quebrar esta polarização com uma candidatura alternativa que, embora de oposição ao governo do PT, disputava a liderança oposicionista com Aécio Neves do PSDB. O resultado das urnas parece demonstrar que não existe espaço no Brasil para uma terceira via, na medida em que jogou para o segundo turno o candidato do PSDB repetindo a disputa entre o PT e o PSDB.
Mas agora trata-se de um novo tipo de polarização que opõe, de um lado, os petistas e, do outro, os não-petistas de diversos matizes, numa aliança não declarada de todos os que rejeitam o PT e o governo Dilma Rousseff. Esta nova polarização foi se formando no Brasil nos anos recentes pela crescente insatisfação de amplos segmentos da sociedade com o governo que perdeu o controle da economia, está envolvido em escândalos de corrupção, manipula dados e informações, aparelha a estrutura do Estado e abusa da demagogia com lançamento de programas e iniciativas imediatistas e midiáticas. Além disso, o PT incomoda com a arrogância dos que se consideram donos da verdade, da ética (que ética?), do Estado e do povo brasileiro, sintetizada na repetição monótona do “nunca antes neste país”. Este sentimento de rejeição ao PT jogou na oposição vários partidos e lideranças políticas de peso, incluindo Eduardo Campos e Marina Silva, e parece levar à moderação da rejeição ao PSDB.
Esta nova polarização – petistas e não petistas – vai dominar no segundo turno das eleições, tanto mais claramente quanto Aécio Neves demonstre capacidade para capitalizar a oposição e a rejeição ao petismo, descolando do PSDB e se distanciando da disputa tradicional que demarcava o terreno político brasileiro. Marina Silva e o PSB não conseguiram quebrar a antiga polarização PT-PSDB. Quis o eleitor que um politico tucano fosse outra vez para o confronto com o PT, agora atraindo aliados que descaracterizam a velha dicotomia. Se não pode ser a terceira via, Aécio tende a ser, nestas eleições, a liderança do sentimento de rejeição ao PT e porta-voz da ampla oposição ao governo de Dilma Roussef.
Para consolidar sua posição nesta nova polarização, Aécio Neves tem que se provar um político maior do que o seu partido e construir uma aliança com as forças políticas que pretendem encerrar o ciclo de governos do PT. O apoio declarado do PSB, de outros partidos e de lideranças nacionais como Jarbas Vasconcelos, do PMDB, e Cristovam Buarque, do PDT, mostra um movimento claro de emergência de uma forte coalisão multi-partidária liderada por Aécio Neves. Mas o eleitorado brasileiro e parcela importante da oposição ao governo Dilma desejam muito mais que uma simples alternância no poder com a volta do PSDB. Embora, neste momento, a candidatura de Aécio Neves seja a única alternativa de mudança na hegemonia política petista, os brasileiros esperam que o futuro governo reorganize a economia, complemente as políticas sociais com mudanças estruturais que enfrentem as causas da pobreza e das desigualdades, realize as reformas microeconômicas, implante uma gestão responsável, profissional e eficiente e um estilo de governo republicano. A conferir.
sendo bastante objetivo, so o povo pode resolver, não com voto nem com flores. ?
Pura demagogia televisiva. Nao merecia meu comentario.
Descontrole da economia? Será? Ou será q é um grito forte do Mercado querendo de volta a máquina de fazer ainda mais dinheiro. Como conseguem ter a cara de pau de ignorar o parecer de um nobel de economia, p ficar repetindo abobrada? Simples. Essa sim é a verdadeira campanha do medo.
Cristovao, se vc quer alternancia, mais espaço etc, assuma isso como HOMEM. Nao se junte aos piores, dando corda p essa historia da caroxinha cheia de preconceitos elitistas. O Brasil espera mais de vc.
Vc diz q poderiamos ter avançado mais na educaçao, federalizaçao… Sim, sempre poderiamos mais do q fazemos. Mas é inegavel q, alem dos brilhantes e reconhecidos avanços sociais, a educaçao nunca recebeu tanto investimento.
Sem falar q o partido ao qual, hoje, o senhor apoia, no passado, em mto pouco contribuiu p melhoria do ensino no Brasil.
Acorde enquanto há tempo! Reconhecer o erro e voltar atrás é mais digno do que permanecer nele. Acredito na sua trajetoria e na sua bandeira, as quais nao merecem essa mancha.
Sergio/Será, pf, transmitam o recado ao Senador.
Caro Fernando
Você está citando o Senador Cristovam Buarque indevidamente. O artigo é de Sérgio C. Buarque
Bom dia!
Concordo plenamente com o texto e sou mais um dos Brasileiros e Nordestinos anti PT, votei em Marina no primeiro turno, pois achava que ela reunia condições de tirar o PT do poder. Agora irei votar em Aércio percebo que ele é bem preparado demontrou nos debates e o caminho para libertar o Brasil desta estrutura de corrupção.
Lastimável seu posicionamento Sérgio Buarque, sabendo que Aécio Neves não tem qualquer ética em todos os setores de sua vida, responde por crimes terríveis, como desvio de verba na educação e saúde, nepotismo em grau máximo, um playboy que foi ganhando e subindo nos cargos sem qualquer competência política, e ainda mais que bate em mulher!
Realmente a mudança está tão longe dele quanto o retrocesso anda colado com esta figura…
Escute mais seu filho que tem mais sensatez que você.
Me admira muito estares torcendo pela vitória tucana, aí lembro que você nunca foi pobre na vida…
Agora sim, perdeste toda a minha credibilidade.
Se pudesse perguntaria ao Aécio se for eleito,daria carta branca ao ministério público e a polícia federal e a receita federal,para investigar o enriquecimento ilícito desses políticos que odeiam o Brasil e só amam suas contas bancárias ?
Caro Flavio
Sinto no seu comentário uma tese implicita, amplamente difundida pelo PT e Dilma, de que ela que “deu carta branca” para estes orgaos investigar, confirmando que nunca se investitou tanto a corrupção no Brasil. Nao é a corrupção tenha alcançado tão grave e amplo nível, mas que ela mandou investigar? Voce acredita realmente nisto? Voce acredita que, se Dilma mandasse no Ministério público deixaria que ele avançasse nas investigaçoes da Petrobras nas vésperas da eleição? O Ministério público (em parte também a Policia Federal e a Receita Federal, é uma instituição de Estado), totalmente independente do governo e investiga o que parece relevante sem precisar de carta branca do governo. Por isso acho uma mistificação da presidente dizer nao existe mais corrupção que no passado e sim uma orientaçao do governo para investigar mais, a paladina da luta contra a corrupção.
Caro Sérgio Buarque,
Estou decepcionadíssimo com você! Jamais esperei isso de você: defender o projeto da direitona para derrubar o projeto de centro esquerda no Brasil. Só acreditei porque li seus esfarrapados argumentos para tal e o ridículo tom esperançoso do que esse governo “anti-PT” vai fazer. É inacreditável, independentemente de todas as críticas que fazemos “pela esquerda” ao PT.
Amigo Sérgio, acorde, a corrupção empurrada goela abaixo ao PT é oriunda do Mensalão mineiro, da Camargo Correia que financiou o PP que terminou por fazer o “cavalo de tróia” do Diretor de Suprimentos ser coercitivamente nomeado por Lula e assim infiltrar a corrupção da direitona burguesa também por lá, como fizeram nos outros lugares. Essa é a realidade, tão dura quanto a da sua capitulação. Perdoe-me a emoção.
Caro Lourival:
Dizer que a corrupção foi enfiada goela abaixo do PT é ainda mais grave pois está evidenciada a pusilanimidade da gestão petista. Será que Jader Barbalho, Maluf e Renan também foram empurrados goela abaixo? Ou a porca depois de tanto chafurdar ficou viciada em lama?
Caríssimo Lourival
Lamento decepciona-lo tanto e compreendo seu ponto de vista. A única coisa que não consigo entender no seu comentário é a sua referência ao chamado “projeto de centro-esquerda”. Do que esta falando, exatamente? O que eu vejo no PT é um projeto de poder, uma estratégia voltada para manter principais espaços de poder se comportando de forma nem sempre republicana. Você considera projeto de “centro-esquerda” a distribuição de renda com os pobres? Não chamaria assim. Alias, a distribuição de renda foi uma proposta de Milton Friedman, principal teórico do neo-liberalismo econômico, até porque ela não muda nada. A Bolsa Família ameniza, efetivamente, as carências de renda dos mais pobres mas, convenhamos, Lourival, não muda nada nas estruturas sociais do pais, conserva mais a pobreza do que a combate. No meu entendimento, a pobreza está caindo no Brasil mais por conta de fatores demográficos que políticos (gostaria que lesse meu artigo nesta mesma revista Será intitulado “Mudanças demográficas e pobreza no Brasil”), mais por conta de redução do tamanho das famílias e do mercado de trabalho pelo declínio da evolução da população em idade ativa.
Não vamos distinguir os candidatos pela escala, intensidade ou forma da corrupção porque neste quesito, convenhamos, o governo do PT é imbatível. Também não vale diferenciar pelas propostas porque as promessas de lado a lado são mais de cunho eleitoral que efetiva estratégia governamental. Do mesmo jeito que o governo do PT não tem nada de “centro-esquerda” parece um grande exagero falar de Aécio e do PSDB como “direitona”. A diferença principal entre o PSDB e o PT é muito mais uma questão de eficiência e eficácia na gestão pública e na seriedade e responsabilidade com a estabilidade econômica que propriamente ideológica.
Não pretendo e nem consigo convencer o amigo da minha visão política. Fico contente que tenha comentado, mesmo para expressar sua decepção e ficarei mais contente se criticar o meu artigo referido acima. Abraços, Sergio