Dispensando os leitores até esta sexta, no domingo, fui aconselhado por um dos Editores para anotar o que me causa espécie, estupor, todos os dias.
Não sei se, seguindo o que me foi proposto para driblar a hebdomática, choro ou, gargalhando qual hiena, me divirto. Governantes, políticos, mequetrefes e a “mídia” se enlaçam em estultices num conúbio muar. Ops! Será que foi impróprio usar o mulo com estulto? Dia desses advertiram que não poderia mais falar mulata e passei a usar cabrocha. Não é a mesma coisa, mas não me atiram mais nem a primeira nem a última pedra.
Vejam vocês o que hoje me aconteceu: Apareceu um cara, por questões humanitárias,querendo impedir que malditos diplomatas sionistas participassem da passeata LGBT
Será preconceito ou receio de que a sigla ganhe um S e que outros libertários, do Irã ou da Saudi Arábia, também se enxiram e a sigla fique enorme, tipo LGBTSIS. Aliás, a “mídia” que adora encurtar as coisas com siglas poderia inventar uma abrangente para todas orientações sexuais minoritárias e então ficaria claro quem é de fato maioria.
Teve muito mais, mas já lá se vão 188 palavras e é apenas domingo. Só vou ler jornais e ouvir rádio outro dia.
Na segunda, meu simpático candidato Álvaro Dias propôs um Pacto Nacional, tipo Moncloa. Dizem por aí que aquele foi possível por conta do Rei; outros, que os nativos não suportavam mais a experiência de viver quase quarenta anos sob o franquismo e mais uns dois ou três sob do que restou dele.
Sei não, a monarquia não colou aqui num plebiscito e há fortes esperanças em que com a Copa, com a volta da gasolina às bombas e com a consciência que falta pouco para o Iluminado por Deus recolher-se aos costumes, o Povo continue paciente com o que está posto. Além do que não estão conseguindo nem pactuar uma candidatura única na Esquerda, na Direita e no “Centro Democrático”, seja lá o que isto for. Quem dirá um Pactão. Mas, quem viver, verá.
Na quarta, voltando ao que anotei no domingo, vi que a seleção da Argentina desistiu de jogar com a de Israel, em Jerusalém, alegando receio pelas manifestações contra o prélio. E os irmãos platinos nem têm consulado ali. Em Buenos Aires ainda tem a seda da AMIA, mesmo depois de 1994. Acho que foi mais cagaço de perder para o escrete local, sempre favorito para ganhar Copas, apesar de vibrante vitória portenha por quatro a zero sobre a seleção do Haiti.
O dia foi correndo e fui não dormir. Rolou a PF querendo saber o que e com quem o Presidente falou nos seus celulares e os Procuradores do Rio querendo dar um cala –boca no Liberador Geral da República.
Chegou a quinta, data fatal para mandar essas mal digitadas linhas à Será? Eis que, incauto, ligo o rádio e abro os jornais. Tinha muito Trumpalhadas e o que vinha se prenunciando, como advertia o profeta Murphy, papocou. Todo mundo assombrado com os resultados do sábio acordo do Governo com os caminhoneiros, ou parte deles, que havia sido corrido, apressadinho, para acabar com a greve e com o locaute.
Ô negocinho mal feito! E não se trata apenas de comer cru. Isto pode ser até do bem como propugnam os Da Dieta do Alimento Cru (na minha quadra tem um restaurante desses). É pior: comer cru o que os eleitores estão amassando para daqui a cinco meses.
O Agronegócio diz que tudo vai faltar na feira e ficar mais caro e que sendo responsável pela parte boa, positiva, do balanço de pagamentos, do entra e sai de dólares, não garante que o que entra vai continuar entrando, só saindo. Exigem a revogação da “Lei do Frete”. Os camionistas dizem que se ocorrer tal retrocesso irão parar outra vez.
Enfastiado, fui no bar da esquina comprar cigarros e o papo era sobre tudo isso que digitei. Havia também um pouco sobre a vitória do Sport. Sobre a Seleção, nada. Tentaram tirar onda comigo pensando que ainda torço pelo Náutico sem a informação que agora sou do Olinda Futebol Clube.
Mais relevante foi a chegada de Juanito el Parador, useiro e vezeiro em espalhar fake news, desde que estas eram apenas boatos e fofocas. Contou que Rodrigo Maia não seria mais candidato na eleição para Presidente e sim para a reeleição. Fui para casa.
Vou mais é cair no ócio e na gandaia e, nas pausas, folhear “1964- O Elo Perdido, deMário “Abranches” Kraenski e Vladimir Pretliák”, pulando o prefácio de Olavo de Carvalho.
Até sexta, se tiver retorno, contra ou a favor, via meus Twitter, Instagram, WhatsApp e MSN. Caso contrário calo-me para sempre.
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