Analistas políticos vêm comentando que o governo não tem oposição e, na verdade, nem precisa de oposição, considerando o festival de equívocos, bobabens e molecagens do próprio Presidente da República, dos seus filhos e de alguns dos seus ministros. Como dizia o jornalista Élio Gáspari, Bolsonaro não pode ver uma casca de banana do outro lado da rua, que atravessa para poder escorregar. Pior, se não encontrar nenhuma casca, ele compra uma banana na feira e joga no seu caminho. Ontem, os primeiros sinais de oposição ao governo apareceram na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Deputados que analisa a proposta de reforma da Previdência. Lamentavelmente, contudo, esta oposição se mostra tão rude, despreparada e irresponsável quanto tem sido o Presidente e sua entourage, transformando um espaço nobre de debate de ideias em plataforma de discursos panfletários. Se o Presidente ainda não conseguiu descer do palanque eleitoral, esta oposição tampouco percebeu a responsabilidade do Congresso na discussão, negociação e deliberação sobre os temas de relevância para o futuro do Brasil. O ministro Paulo Guedes submeteu-se a quase oito horas de interpelação, argumentou e fundamentou os termos da reforma da Previdência, mas a oposição não ouvia nem entendia, não queria mesmo entender e limitava-se a manipulações capciosas, atacando a única área do governo que tem uma proposta séria e consistente para enfrentar o principal estrangulamento do Brasil atual. A CCJ não deveria sequer analisar os conteúdos e o mérito da proposta do governo, limitando-se a analisar a sua constitucionalidade, uma vez que uma comissão especial será instalada depois para dicustir cada um dos itens propostos. Não importa, a oposição aproveitou a reunião para armar um grande circo. A base parlamentar do governo é frágil, carente de direção e liderança, e está contaminada pela confusão ideológica do bolsonarismo. Pelo primeiro ensaio público, a bancada de oposição mostrou que também não está à altura dos desafios do Brasil. Sem governo e sem oposição, predomina a insensatez nestes tristes trópicos.
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Uma constatação assustadora! A sensação de impotência nunca foi tão concreta. Pelo visto só nos resta sair correndo!
O Editorial resume verdades do último trimestre. Mas como o foco é a apreciação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, o título é errado, pois pressupõe que os dois lados da falta de compostura dia 4 de abril se equivalem politicamente. Se a questão é “merecer”, quem “merece” é o povo brasileiro, que elegeu essa gente toda, no Executivo e no Legislativo, e agora quer eleger o Judiciário também. Meu título seria “Oposição estreia com baderna. Depois de 93 dias sem fala.” Pois, até o instante em que meteu a mãe no debate, e a mãe não tem culpa, o Ministro da Economia teve umas sete horas de bom desempenho em defesa da reforma, que é o que importa. Também não entendi essa de uma foto de propaganda do deputado que deveria ser punido por falta de decoro.
Otimo editorial,,,pra aqueles que falam de nova politica,,,(a qual eu nao acredito existir) parece que ela ainda nao mostrou a que veio,,,tantos nomes novos,,,e os antigos seguem jogando o mesmo jogo de sempre. Talvez a parte nova seja apenas da familia Bolsonaro,,,o pai e os tres patetas,,digo,,,filhos.
É a pura e triste realidade.Como sabíamos em 2018, os dois lados não tinham projeto além de tomar o poder.