As recentes declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, dizendo que preferiria morrer a ter de cumprir uma pena longa numa prisão brasileira, traz à tona um velho problema: a situação desumana das nossas cadeias. Da mesma maneira que a questão dos direitos humanos no Brasil só apareceu quando pessoas bem situadas socialmente caíram no rol dos “torturáveis”, durante a ditadura militar, a situação das nossas prisões só terá alguma chance de mudança a partir do momento em que as classes médias e superiores da sociedade brasileira correrem o risco de parar no xilindró. É o que se passa agora com os condenados no processo do mensalão: ao que tudo indica alguns não escaparão de uma temporada nesses lugares desumanos. Curiosamente, um desses condenados, José Dirceu, já experimentou aquilo em que os brasileiros humildes são escolados desde sempre: se forem presos, serão jogados em depósitos degradantes e verdadeiras escolas compulsórias de criminalidade. É possível que a sociedade brasileira e os poderes públicos finalmente comecem agora a dar atenção a essa vergonha de nossa democracia: as condições desumanas de nossos presídios.
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