A autorização do Governo cubano para a primeira viagem ao exterior da blogueira oposicionista Yoani Sanchez foi recebida e interpretada como uma indicação, mesmo tímida, de distensão política em Cuba. Ou, pelo menos, como um sinal de que o governo dirigido por Raul Castro pretende reduzir a repressão aos opositores e à liberdade de expressão. No entanto, os simpatizantes brasileiros do governo cubano demonstraram, na recepção à Yoani, intolerância diante das ideias e pensamentos discordantes. Consistentes, portanto, com seu apoio ao sistema politico de Cuba, que não tem nada de democrático, fizeram manifestações barulhentas e ameaçadoras que impediram a realização de eventos com a blogueira oposicionista. Querem a democracia apenas para os seus espaços de manifestação , impedindo a voz dos seus opositores com métodos que ultrapassam os limites da convivência social. Yoani reagiu com muita elegância à agressividade dos manifestantes: “Quem dera houvesse em Cuba essa liberdade de expressão”. Mas a democracia pressupõe tolerância com a diversidade de opinião e com o contraditório, apresentando e formulando as divergências no debate de ideias e garantindo aos adversários a sua liberdade de expressão. Depois de anos de intolerancia em Cuba, Yoani Sanchez vem ser agredida por fanáticos autoritários no Brasil?