O Congresso Brasileiro anda tripudiando sobre a nossa sociedade civil. De longa data. Não faz nem um mês, a eleição vergonhosa dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Agora a escolha do deputado Marcos Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos e de Minorias. Tudo o que tinha de ser dito do absurdo dessa escolha já está estampado na imprensa e nas redes sociais. Preocupante não é somente ter esse indivíduo racista e preconceituoso presidindo essa comissão, e esperamos que a pressão da opinião pública contra o pastor force a sua demissão, remediando o estrago. Mas fica outra preocupação de ordem mais geral: O Sr. Marcos Feliciano foi eleito pelos deputados. Não foi um acidente (ou um milagre) a eleição de um fundamentalista quase medieval para a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Por oportunismo ou desinteresse pelo tema, na negociação para controle das Comissões, os partidos relevantes da Câmara de Deputados – PT, PSDB, PMDB, PR, PCdoB e PSB – cederam vagas na Comissão e cederam a sua presidência ao PSC. Com maioria e direito à Presidência, os fundamentalistas do PSC podem até afastar o deputado Feliciano, mas continuam dominando a Comissão de Direitos Humanos.