Os jovens brasileiros (principalmente do sexo masculino) estão literalmente se matando como numa guerra urbana que, envolvendo criminosos e vítimas, destroem a principal riqueza de uma nação. A maioria das vítimas de homicídios no Brasil é jovem e são também muito jovens os criminosos. A taxa de homicídios no Brasil foi de 26,2 em cem mil habitantes (2010) índice que salta para para 43,7 na faixa etária de 15 a 19 anos, 60,9 na faixa de 20 a 24 anos, e 51,6 na faixa de 25 a 29 anos. E a causa desses crimes é, com muita frequência, extremamente banal, refletindo uma crescente desvalorização da vida humana. Esse fenômeno social gera uma indignação profunda na sociedade e se manifesta em dor e angústia dos familiares das vítimas, como este jovem estudante morto em São Paulo por um assaltante de menor em condições tão banais. Nas famílias das vítimas, estes crimes despertam uma justa ira contra o criminoso, personalizando o responsável direto pela sua amargura. Natural que queiram vingança e que clamem por uma penalidade proporcional ao crime e à destruição gerada. A sociedade e o Estado devem dar uma resposta a este anseio, mas devem, principalmente, enfrentar as causas determinantes dessa banalização do crime e da violência: proliferação das drogas na juventude (os jovens matam drogados e pela droga), difusão ampla de armas de fogo, e ociosidade e falta de perspectiva dos jovens. Para ter um parâmetro, cerca 23% dos jovens de 15 a 24 do Recife não trabalham nem estudam, formando um contingente de potenciais viciados e criminosos.

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