Editorial

O PT-Partido dos Trabalhadores e seus aliados continuam propagando a farsa de uma conspiração contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo depois que a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (4ª Região) confirmou, por unanimidade e com rigorosa e contundente fundamentação jurídica, a sentença proferida antes pelo juiz Sérgio Moro, que condenou Lula por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O resultado do colegiado que, além de confirmar a sentença de Moro, elevou a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês, desmonta a narrativa de vítima da “imprensa golpista”, que se insiste em propagar, e a conveniente paranoia difundida pelo PT, de perseguição política do Judiciário para impedir a volta do “salvador da pátria”. Nas manifestações do PT e aliados, após a decisão do Tribunal, predominou o velho discurso da conspiração contra o mito do “homem mais honesto do Brasil”, e a arrogância radicalizada. Manifestações pacíficas contrastaram com as declarações agressivas e ameaçadoras das lideranças, como a do deputado Paulo Pimenta, para quem agora viriam com a “faca nos dentes e sangue nos olhos”, ou a ameaça de Guilherme Boulos, do MTST:  “Se tentarem prender Lula, nós vamos para o pau”. Tudo indica que, com esta condenação, dificilmente Lula será candidato a presidente nas próximas eleições, deixando o PT orfão do seu líder e puxador de voto. Seria preferível que uma liderança politica como Lula pudesse participar da disputa eleitoral, embora ele seja a encarnação de um projeto populista de alto risco para o Brasil. Mas o que importa aqui, para além dos gostos ou interesses políticos, é que ele foi condenado pela Justiça, dentro de rigorosas e cuidadosas regras jurídicas, e que a Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo próprio ex-presidente, impede a sua participação no pleito eleitoral.