A estratégia de ocupação e implantação das UPPs-Unidades de Polícia Pacificadora nas favelas do Rio de Janeiro constitui uma guerra do Estado brasileiro para tomar o poder e assumir o controle sobre o território que tem sido dominado, nas últimas décadas, por diferentes facções criminosas, traficantes e milicianos. A sociedade brasileira deve acompanhar as operações e criticar duramente eventuais desrespeitos aos direitos humanos da população. Mas, antes de tudo, deve dar total apoio à iniciativa de implantação da autoridade do Estado nestes territórios, condição necessária, embora não suficiente, para a pacificação e a melhoria da qualidade de vida da população. A presença do Estado nas favelas não pode ser apenas militar. É também necessária para implantação de normas e regras de Justiça e de obras e serviços públicos, sem necessidade da “autorização” ou, ao menos, tolerância dos “donos do morro”. O Estado já recuperou do crime organizado 37 áreas do Rio de Janeiro que representam 2,5% do território e onde vive uma população equivalente a 8,6% do total da cidade. Na última operação, foi retomado o controle sobre o Complexo da Maré, quase uma cidade de 130 mil brasileiros, controlada e disputada por duas grandes facções criminosas e duas milícias. A ocupação das favelas parece fácil como foi agora no Complexo da Maré. Mas esta é uma guerra prolongada. Os criminosos recuam no momento inicial, mas não querem perder a sua base de operações no território, o que fica evidente com os ataques recentes a UPPs já consolidadas. Esta é uma guerra prolongada também porque o Estado precisa ganhar a confiança da população, desconfiada da politicagem e da corrupção das polícias. E ainda porque é demorado implantar os mecanismos democráticos de poder e de justiça e ampliar a oferta de serviços públicos de qualidade.
Postagens recentes
-
O ódio político no Brasilnov 15, 2024
-
Quem mentiu: Trump, Putin ou The Washington Post?nov 15, 2024
-
The Book is on The Tablenov 15, 2024
-
Todo mundo vai ao Circonov 15, 2024
-
Ainda Estou Aqui, O Filmenov 15, 2024
-
Última Páginanov 15, 2024
-
Almodóvar Desdramatiza A Mortenov 8, 2024
-
Trump 2.0 pode incendiar o planetanov 8, 2024
Assinar Newsletter
Assine nossa Newsletter e receba nossos artigos em seu e-mail.
comentários recentes
- José clasudio oliveira novembro 20, 2024
- helga hoffmann novembro 19, 2024
- Elson novembro 19, 2024
- Marceleuze Tavares novembro 18, 2024
- Keila Pitta Stefanelli novembro 16, 2024
Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
A história da (des)ocupação de favelas no Rio passa por Carlos Lacerda, Chagas Freitas e Leonel Brizola. O primeiro não tinha política social. O segundo 9com Chaguismo) alimentava a clientela. O terceiro estimulava o populismo. Nenhum deles enfrentou o problema. Mas, de algum modo, se serviram dele.
Com Sérgio Cabral, houve virtuosa combinação: decisão carioca do governo e talento gaúcho do Beltrame. Um respeitando o outro. Porque sempre souberam que um precisa do outro. Para que o projeto funcione.
O que se põe, na perspectiva futura, a meu ver, é menos o lado policial. E mais a oferta de serviços públicos. Porque, na medida que estes forem sendo estruturados, ocorrem duas coisas: do lado dos bandidos, eles perdem força. Do lado do Estado, o poder institucional ganha credibilidade.
É urgente criar subprefeituras em cada UPP.