Ninguém é contra a Copa, este espetacular conclave esportivo mundial. Nem mesmo contra a realização desta Copa no Brasil, 64 anos depois da tragédia do Maracanã. No entanto, é crescente o número de brasileiros que questiona, inclusive em manifestações públicas, o elevadíssimo custo e os discutíveis benefícios do evento futebolístico para a sociedade brasileira. Mas o problema é outro, mais grave e profundo que se evidencia na Copa: tudo que se faz neste país é muito caro, de péssima qualidade e excessivamente lento. O Brasil vai gastar muito mais que qualquer outro país para oferecer condições muito precárias de realização da copa do mundo e não vai concluir a maioria das obras previstas e prometidas. Vai ficar pendente precisamente o que deveria trazer benefício social através da melhoria da infraestrutura das cidades. Tudo indica que será igual nos Jogos Olímpicos de 2016 a julgar pela própria avaliação do Comitê Olímpico Internacional que, segundo consta, estaria já negociando um plano B com Londres. Assim, a expectativa de criar uma imagem mundial positiva do Brasil vai sair pela culatra evidenciando o que tem de pior no país: incompetência, corrupção, e péssimas condições de vida da população com grande carência de saneamento, saúde e transporte. Sem falar na deficiência da educação, pouco visível mas que constitui, de fato, o nó central da maioria dos problemas nacionais. O Brasil mostra a sua verdadeira cara. Para os cidadãos restam a vergonha e a indignação com o descompromisso do governo e dos partidos políticos com a verdade e com o interesse nacional. Para nós resta o circo.
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Eu apenas excluiria a palavra conclave, que em latim significa com chave ou “chaveado” – ambiente onde pessoas ficam trancadas e não trancafiadas. O tema ainda será motivo de muitos questionamentos. De minha parte preferiria que o Brasil não ganhasse a Copa para não ter o desprazer de ver uma Senhora levantando a Taça de braços dados com o Neymar. Seria uma desgraça só. (ainda bem que podemos nos expressar, creio eu. Na época da Revolução nós tínhamos a certeza que não podíamos nos pronunciar. Depois passei a perceber pessoas sendo cerceadas em seus comentários). Realmente foge do lugar comum um País que apresenta tantas deficiências estruturais e tantas mazelas ser obrigado a pagar a conta, através do BNDES, que ainda acredito ser do Povo Brasileiro, para que algumas pessoas lucrem muito, isso sem falar nas roubalheiras habituais. O que temos é a socialização dos prejuízos, por meio de uma carga tributária injusta, e a privatização dos imensos lucros, a começar com a FIFA, instituição que hoje comanda o País e ainda vai sair com um imenso lucro.
Caros editores:
Repisando o óbvio, também nada tenho contra a Copa. Pelo contrário, acho que ela, antes mesmo de começar, já nos impôs à prova mais importante, a que para mim vale mais do que a conquista do título. Alguém pensa que é acidental o fato de o país hegemônico no mundo do futebol esperar 64 anos para voltar a sediar a competição? Esperamos, aposto, porque nunca tivemos competência para conquistar esse prêmio (que está sendo um castigo) concedido pela FIFA. A grande prova, dizia acima, é mostrar ao mundo que somos capazes de cumprir todos os requisitos impostos ao país sede. As evidências já estão aí expostas e o próprio editorial ressaltou-lhes as linhas gerais. O Brasil pode conquistar o título, mas as mazelas de sempre, a incompetência de sempre, para dizer o mínimo, já estão à vista de quem tem olhos para ver. O Brasil pode conquistar mais um título, mas sua cara para o mundo continua a mesma: a de um país de segunda categoria.
Fernando