A liberdade de expressão e a privacidade do cidadão são elementos centrais da vida em sociedade e da democracia. A garantia de ambos encerra, contudo, contradições que demandam uma análise cuidadosa e, na medida do possível, negociação entre as partes interessadas. Decisão unânime do STF – Supremo Tribunal Federal-, nesta semana, liberou a publicação de biografias não autorizadas pelo biografado ou suas famílias, encerrando uma polêmica gerada pela desautorização da publicação da biografia de Roberto Carlos. De acordo com os ministros do STF, a proibição de qualquer publicação constitui uma censura prévia que compromete a liberdade de expressão e de informação e essa liberdade é um conceito central da democracia. O direito dos biógrafos, contudo, termina quando ameaça a preservação da vida privada das pessoas. E como as biografias, mesmo de pessoas públicas, costumam avançar no terreno da vida privada, emerge o conflito entre interesses e direitos: entre os que publicam e os que são biografados. Conforme a legislação, esse conflito deve ser avaliado e julgado a posteriori, podendo levar à aplicação de punições para os abusos, as inverdades e as calunias. A exposição da vida privada de personalidades públicas, sobretudo se são pessoas ainda vivas, não seria uma invasão da sua privacidade? Daí porque deve ser limitada às suas atividades públicas, evitando a vida privada.
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Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
( DEMOCRACIA )
há uma tremenda confusão democracia e vontade de um grande conjunto de pessoas para decidir algo no município no estado no pais! não para se meter na vidas das pessoas.
A conclusão do Editorial é uma interrogação que ele próprio responde: a biografia deve limitar-se à esfera pública do biografado, pelo menos quando este é ainda vivo. Discordo. Biografados são, por definição, pessoas públicas. Mais que isso, aspiram a essa condição. Se uma pessoa pública não ambicionasse ser famosa, portanto pública, não tornaria pública a sua obra. Hoje então, na histeria da cultura narcisista, todo mundo quer ser famoso. O mundo está cheio de famosos sem nenhuma importância, gente que não realizou obra de nenhuma importância. Ora, se tantos buscam a fama, não raro a qualquer custo, por que teriam o direito de determinar o conteúdo de suas biografias? É claro que há biografias caluniosas e sensacionalistas. Cabe à lei, atuando a posteriori, decidir legalmente sobre esses crimes de invasão de privacidade. Uma das loucuras do nosso tempo é censurar biografia num mundo onde o sonho da maioria é ser vitrine, passarela, manchete…
Defendo a liberdade de expressão. Por isso já critiquei aqui, a propósito deste mesmo assunto, o papel deplorável que gente como Chico Buarque e Caetano Veloso desempenhou no curso dessa decisão polêmica. Roberto Carlos viveu e vive sob a luz dos refletores, expôs em canções assuntos que quer proibir na obra do seu biógrafo e tem usado todos os recursos legais para censurar sua biografia. Se queremos liberdade, é justo que a biografia seja liberada e depois disso ele se defenda legalmente como puder.Ele e quem mais se sentir invadido ou caluniado. O que é absurdo é alguém que vive no e do palco querer que o biógrafo mostre apenas o que ele quer que o público veja no palco.
Ia escrever alguma coisa, mas vem o Fernando e escreve exatamente o a minha opinião, inclusive sobre a indecisão do Editorial.Você colocou, meu camarada Fernando, as coisas como ela são, e destacou o reino do narcisismo sobre esta discussão. Que absurdo esta pretensão do Rei do Ieiê querer preservar seus mais profundos segredos – quais seriam esses, afinais? Que tem uma perna mecânica ou que, não, não é uma perna, é apenas uma rótula….Então vá ser granjeiro, plantador de soja, ou coisa semelhante. E vem seu advogado,Kakay, mais narcisista do que ele, dar show no STF, brincar sobre seu amor pelo Cruzeiro e ódio ao Atlético, que se um biógrafo o chamar de atleticano, era se considerará insultado. Quanta idiotice, meu Deus. Quanto tempo perdido pelo nosso STF.
Manifesto meu mais completo acordo com o comentário de Fernando da Mota Lima sobre o desfecho do Editorial. Ora, biografia que se limite à vida pública do biografado, seja ele quem for, até um santo, não é verdadeiramente uma biografia.
Concordo com Fernando da Mota Lima. Se o biografado sentir-se ofendido que vá à justiça. Chega de censura.
Só temos que concordar com os comentários acima.
Se é para mostrar só as belezas, vira Cartão Postal.
Esconde o outro lado.