A espetacular ação criminosa que assaltou a Brink’s, empresa de Segurança de Valores, no Recife, é uma reprodução perfeita do assalto à Prosegur, em Ribeirão Preto, realizado em julho do ano passado. E semelhante a várias outras operações Brasil afora: a organização, a inteligência, a logística, o poder de fogo, o contingente criminoso e os sofisticados equipamentos utilizados. Não muito diferente, embora de proporção menor (mas também com grande armamento e explosivos), têm sido as violentas operações de destruição e roubo de caixas eletrônicos em várias cidades do Brasil. Não é exagero supor que este conjunto de ações criminosas está sendo praticado por um verdadeiro exército criminoso, com atuação em todo território nacional, e que vai além da ocupação territorial nas favelas, do domínio dos presídios, e do controle do tráfico de drogas. É como um novo “modelo de negócio” do crime organizado, complementando o já bastante lucrativo negócio do tráfico de drogas e de armas com o assalto direto às fontes de dinheiro: o sistema bancário e as empresas de segurança de valores. É outro tipo de crime, um fenômeno completamente diferente das outras práticas criminosas conhecidas, embora atuando em várias outras frentes, e beneficiando-se da mesma ambiência criminosa que resulta da desagregação social e moral do país. Menos pelo tipo de “negócio”, e mais pelo nível de organização, profissionalização e poderio militares, formando um exército profissional de homens bem treinados e muito bem armados, com estrutura nacional e articulação internacional. Uma força armada que ameaça a segurança nacional e a democracia. O enfrentamento desse exército clandestino exige, portanto, uma estratégia diferenciada de atuação do Estado brasileiro e, mais do que isso, demanda um comando nacional integrado, com capacidade (muito acima do que podem as instituições policiais estaduais) para quebrar a sua linha de suprimento, destruir os seus estoques e arsenais, e reagir com superioridade ao seu enorme poder de fogo.
Postagens recentes
-
A turbulência de céu clarodez 20, 2024
-
Balanço positivo de fim de anodez 20, 2024
-
Venezuela: suspense numa autocracia caóticadez 20, 2024
-
Chuquicamata, Patagônia, Índios Alacalufesdez 20, 2024
-
Com a Palavra, os Leitoresdez 20, 2024
-
Ceia Natalina, Proust e Polarizaçãodez 20, 2024
-
Última Páginadez 20, 2024
-
O acordo que pode transformar o Brasildez 13, 2024
-
Um islamismo com temperança e liberdade?dez 13, 2024
Assinar Newsletter
Assine nossa Newsletter e receba nossos artigos em seu e-mail.
comentários recentes
- Elisabete Monteiro dezembro 22, 2024
- helga hoffmann dezembro 17, 2024
- sergio c. buarque dezembro 17, 2024
- sergio longman dezembro 15, 2024
- helga hoffmann dezembro 13, 2024
Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
Quem manda a popularização dos cursos , palestras e seus palestrantes; livros e opúsculos, consultores em Estratégia Empresarial? A esperança é que estratégia é especialidade da guerra e dos estrategos militares que fizeram a cabeça dos de competitividade organizacional. O Ministro da Justiça, não sei se sabe dessas coisas, mas o da Defesa sei que sim,desde o tempo que foi estagiário e consultor júnior em empresa do ramo, pois meninos, eu vi.