Encômio a SPP

Charles Darwin.

Na vila não se fala outra coisa. Como será a conversa de Temer e Lula atrás das grades?

Aberto o concurso para saber quem é o mais cretino na República. Dizem que o “sapo” é o mais forte candidato.

Há algo errado. Parece que estamos vivendo o filme ao inverso, do fim para o começo. O ar é de fim de festa. Até café frio já tem no Palácio da Alvorada. Parem! Rebobinem o filme.

A dúvida é cruel. É melhor um presidente reacionário e despreparado ou um presidente reacionário e bem preparado?

No bar, foi uma unanimidade a concordância com a deputada.
“Marilia Arraes tem razão: estamos de retorno ao governo colonial”.

Augusto Nunes, o jornalista da Veja supracitado, fez de propósito para testar a coragem dos ministros do STF em persegui-lo. Não disse com todas as letras, mas chamou o ministro “soltador mor” de corrupto. Só faltou dizer: agora prendam-me se têm coragem. O senador Kajuru foi mais desbocado. Declarou que o ministro está rico porque vende sentenças. Djair, o feirante, acha que eles devem ser presos e enforcados em praça pública, como na época de Tiradentes.

Está tudo lá. O senador telefona para o ministro da Segurança Pública pedindo o telefone do ministro do STF, fala 52 segundos com ele, e dois dias depois é solto aquele que incrimina o senador. Por quem? Pelo tal ministro do STF, conhecido com o “soltador mor”. Fácil assim. E tudo registrado. Fatos, e não narrativas. E o que vai dar? Segundo Maria, a costureira da vila: Nada! Será?

Firmino, o vendedor de Pamonha, disse que viu quando o Presidente declarou que iria rever as alíquotas do imposto de renda. Isso em janeiro. Tenório, o nosso filósofo de coisas úteis, riu:“Pegadinha, Firmino, pegadinha. O presidente é muito bem-humorado”. “E adora uma pornografia”, completou Mike, o gringo amigo.

Tenório, o filósofo da vila, declarou  alto e bom som na feira hoje pela manhã: “Nunca imaginei que entre um cara que se diz filósofo, mesmo que de meia sola, e um general, eu preferisse o militar. Sinais dos tempos”.

Marinalva, que faz faxina no Palácio da Alvorada, me revelou ontem: “Professor, o Palácio virou um quartel. Tem mais militares do que faxineiras”.

Jogando conversa fora no bar com os meus amigos da vila, a conclusão foi unânime: Parece que o capitão governa já por dois anos, quando mal chegou ao terceiro mês. Gastou capital como ninguém na história deste País. Nesse ritmo chega no final do ano? Alguns militares acham que não. De toda forma, no bar foi aberta a aposta: o governo acaba em outubro ou novembro?

Quem pensa que a década perdida foi a de 1980, na qual crescemos 1,6% em média ao ano, está enganado. Na presente década, estamos caminhando para crescer no máximo 1%. A média de 2011 a 2018 é de 0,6%. Se não saem as reformas, ninguém sabe o que vai acontecer. A previsão em 2022 é de um déficit superior a 100% (está em 80%) e o índice de desemprego a 15% (está em pouco mais de 12%). Declarações do pessoal do Ministério da Economia,em estudos de cenário. Adeus, coesão social. Chega, de mansinho, a decadência. Cristovam Buarque parece que tem razão. Como desejo que ele esteja errado! Parece que ele também.

Juju, minha neta de cinco anos, me surpreendeu:Vovô, Presidente pode divulgar pornografia? Procurei um buraco para me enterrar.

Parece que agora o governo deslancha, pois os alunos, adeptos e seguidores do açougueiro da filosofia, foram convidados pelo dito cujo a deixarem o governo. Algumas repartições já têm ar respirável. Mas, se os “garotos” e “garotas” forem desobedientes, estaremos arruinados.

A fobia de conspiração tomou conta do país, de vez. O presidente do STF diz que a decisão de instaurar um sistema de perseguição às críticas ao STF visa a combater uma “conspiração internacional para desestabilizar o país”.

O Moro pode ser um bom juiz, mas é um ministro politicamente desastrado. Brigar com o Presidente da Câmara é um tiro no pé. Na opinião da Maria, a costureira da vila: “Falta assessoria política a este governo”.

Tenho um sentimento nefasto quanto a este governo, e um sentimento doloroso quanto ao futuro do país. Antes de ser eliminado, “vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei”.