Tenório, o filósofo de coisas úteis da vila, dá um conselho aos amigos. Entre eles, Noblat e José Paulo. Escrevam em código, porque a censura se instalou no País.
Stanislaw Ponte Preta está chorando na tumba, pois queria estar vivo para assistir ao maior Febeapá (Festival de Besteira que Assola o País) que o Brasil já conheceu. Nunca antes neste País se viu tanta idiotice junta por parte das autoridades públicas. Dentro e fora da cadeia.
Dizem, nos corredores da Esplanada, que o soltador-mor do STF, especialista em cursos e seminários internacionais, abriu uma escola para ensinar “como dar tiro no pé”. “Dias Terríveis” é o primeiro lugar da classe. Só tira 10. A denúncia do “amigo do amigo de meu pai”, que estava apenas nas redes sociais, graças a ele passou para as primeiras páginas dos jornais e noticiários das TV nacionais. Agora todo mundo sabe que ele foi denunciado como corrupto. Antes, só os amigos.
Dona Maria, a costureira, está inconformada. Bolsonaro e Moro, que pareciam querer combater a corrupção, resolveram proteger os corruptos. Baixaram a ordem de mobilizar a força nacional na Esplanada para proteger “Dias Terríveis” e seus comparsas das manifestações de protesto contra a idiotice da Toga.
O que comemorar em cem dias de governo, visto que o capitão juntou naquele período 80 confusões, desde a comemoração de 1964 até o vídeo pornográfico? Será que ele aguenta este pique durante 4 anos? O homem tem fôlego para tanto? Neste ritmo, vai botar os trapalhões no bolso.
Djair, o feirante inocente, estava feliz no sábado a noite. Encontrou uma coisa boa em cem dias de governo do Bolsonaro: acabou com o horário de verão. Isso é que é governo bão.
O ícone da hipocrisia e do oportunismo falou esta semana. O presidente do MDB, o ex-senador Romero Jucá, disse, após falar com o Presidente Jair Bolsonaro: “É preciso construir uma nova modelagem na relação política. A antiga modelagem foi vencida pelas urnas”. Dizem que Maluf ficou zangado, pois está sendo ameaçado de perder o prêmio de maior cara de pau da República.
A maior parte dos presentes no bar defendia que o capitão demonstrava uma enorme ignorância, ao afirmar que o Nazismo era de esquerda. Outros afirmavam que era inocência, estava repetindo o que o seu guru, o açougueiro da filosofia, diz aos quatro ventos. A confusão era geral no bar, quando o velho Tenório falou: “Gente, é esperteza pura. Ele quer, com isso, queimar mais ainda a imagem da esquerda. Aliás, ele já disse que não veio para fazer nada. Veio apenas para desfazer”. ”É o Anticristo?”, exclamou Juju, minha neta.
Os assessores do homem estão desesperados: em silêncio, ele é criticado, e quando fala, só diz besteira.
Dentro em breve a coisa mais difícil neste País será encontrar alguém que votou no presidente Bolsonaro. Justo o que aconteceu com a Dilma.
No pleno alvoroço em que se dão os debates na Câmara dos Deputados, Guedes deu uma de direita bem dada no PT: “Vocês estiveram 18 anos no poder e não fizeram nada, nenhuma reforma. E ainda deram dinheiro para a JBS.”
Elio Gaspari, o grande Gaspari, disse que era uma vergonha ter um presidente preso. Casemiro, o vendedor de pamonha, não deixou por menos: “Vergonha é ter um presidente ladrão e corrupto”. O meu vizinho da esquerda completou: “Só um?” O povo é brabo na vila.
Terezinha, a faxineira do Senado, chegou com uma notícia bomba e uma reflexão ácida. O subdesenvolvimento da América Latina pode estar com os dias contados, ganhou uma nova esperança, pois a prática do haraquiri foi adotada. O ex-presidente do Peru cometeu suicídio em face da denúncia de corrupção. Concluiu nossa faxineira: “Quem disse que político corrupto não tem vergonha na cara?”
O secretário de cultura do DF, indicado pelo PPS (leia-se, seu presidente), abriu a reunião com os artistas com uma pérola em habilidade política: “Vocês, que não votaram em Bolsonaro…” Será que o Roberto Freire não sabe mais ensinar política aos seus pupilos?
Dizem as más línguas que a vocação suicida do STF está de vento em polpa, pois se está preparando a soltura dos condenados em segunda instância. Um jornalista da FSP, sabiamente, lembrou aos magistrados: “Os senhores não têm nem soldados nem tanques. E pior, não contam nem com apoio popular, nem da mídia. Muito pelo contrário.”
A modinha campeã no Carnaval da vila, entre outros versos, dizia: “No inverno ou no verão, o povo tem razão, a salvação tá no Mourão. Mourão, Mourão, tu moras no meu coração.”
Confesso aos amigos que mal consigo dormir. Estamos preparando a tempestade perfeita para colocar o País no caos. O Presidente da República não quer governar, o presidente do STF só pensa em perseguir seus críticos, atropelando a Constituição, e os parlamentares recusam as reformas, derrubando a retomada do dinamismo econômico. Caminhamos céleres para mais um PIB negativo. Dessa forma, a década perdida, dos anos 1980, vai ser pechincha. Nela crescemos 1,6% em média, na presente década perigamos ficar perto do zero. Nenhum país do mundo conseguiu este feito. Talvez a grande pátria do socialismo do século XXI, a Venezuela. Bela companhia.
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