O mais difícil na vida talvez seja começar. É o que digo às minhas poucas amigas, é o que sempre disse a meus dois filhos, e era o que dizia ao pai deles, o homem que sumiu de minha vida há tantos anos, mas cujo rosto revejo cada noite antes de adormecer. Acho que isso vale para todos os terrenos – para uns mais, para outros menos. Eu, talvez, tenha uma história a contar a respeito. Talvez, não, com certeza tenho. Banal para milhões, para mim ela nada teve de trivial. Na verdade, eu tanto poderia contá-la em cinco minutos, em cinquenta, em cinco horas ou em quinze anos, tempo cravado que levo enxaguando a mente na terapia, à espera do eco das respostas no corpo. Não teremos esse espaço de resgate aqui, e o propósito de minha vida não é outro senão vivê-la. Aliás, se paro para pensar na finalidade desse arrazoado, a conclusão básica é a de que nada tenho a ganhar em dizer o que vou dizer. Salvo que, para efeitos de clareza, sou bela e estou feliz. Daí sentir-me livre. Tudo isso porque, como veremos, comecei. Tampouco quero eu aqui detalhar o que Alice, minha terapeuta, disse de certa feita: “Fabiana, rejubile-se, minha querida. Este ano que chega ao fim foi o ano da DTV.” Eu nunca tinha ouvido falar nessa sigla. “DTV?” Ela riu. “Inventei agora. Foi o ano da Desconstrução Total da Vergonha.” Eu rebati sem muita convicção: “Que amiga você é, hein. Isso é para rir ou para chorar? Eu só queria um friozinho na barriga, tirar a vida do piloto automático. Pelo menos para começar. Agora, com essa sigla, eu viro a última das últimas”, disse com um muxoxo fingido. “Digamos que o desmonte ainda esteja em processo. Mas já foi um progresso, a tirar pelos seus olhos. Bom Natal para você e família. Vá pela sombra, mas não fuja do sol.” Essa foi a última vez que falei sobre o ocorrido de forma mais estruturada. Depois disso, a dinâmica da vida me engoliu e, renovada, passei a sentir frêmitos com aquilo que antes me proibia de enxergar, e a me entediar, sem camuflar, com o que antes já me deixava indiferente. Mas preciso ser mais específica. Vamos lá, Fabiana, mostre que você é mais do que uma morena de cabelos negros e olhos de um verde faiscante, importado das minas de esmeralda do Centro-Oeste brasileiro. É melhor começar a afixar na parede o mosaico de pedrinhas das pequenas verdades, para só mais adiante avaliar quão vistoso ficou o painel. Corro o risco de ser julgada uma vagabunda? Certamente. Mas vale registrar que isso nunca me importou tão pouco quanto importa agora. Ou, melhor dizendo, pelo menos até recentemente, quando me ficou claro que era insano provocar a dor numa pessoa que, talvez, eu ainda não conhecesse tão bem quanto imaginava, apesar de viver com ela há décadas. Nós sabemos, contudo, meu marido e eu, que minha credibilidade doméstica nunca esteve tão a dever. Apesar dos ares de cão perdigueiro que ele assume nas manhãs dos sábados, parece já estar mais conformado com o paralelismo de nossas vidas. E, tanto melhor, tem viajado com mais frequência. Assim respiro aliviada. “Acho que você arranjou uma Conchita nessas suas viagens ao México. Olha lá, hein” Ele até sorriu. Avaliem quanto progresso. Não posso temer o Lauro. Mas, a meu modo, é melhor respeitá-lo.
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Uma coisa que me intriga é perceber que as melhores amigas de minhas amigas são suas filhas. Eu não tive meninas. Por outro lado, tive no meu primeiro marido um pai e um amante, visto que a diferença de idade era mais do que razoável – quatorze anos -, o que adubava um relacionamento de cama no limiar do sublime. Quando ele sumiu no fundo do mar numa missão de reparo a uma plataforma, me restou criar os meninos, chorar o mais discretamente possível uma perda avassaladora, e esperar que eles crescessem. Mas é claro que as coisas não podiam ficar assim para sempre. Eu sou tão bela. Foi então que apareceu o Lauro, integrante da equipe de apoio aos soldadores das profundezas, com quem continuei o que já estava construído. Era, e continua sendo, um homem asseado e digno, embora levemente desconfiado de que o meu verdadeiro amor tenha ficado preso a ferragens no fundo do talude continental até ser resgatado na madrugada seguinte ao acidente para que o enterrássemos, ele que explorava os limites de tudo o que havia para baixo da linha da água. De que tive eu a me queixar desde então? De nada, praticamente. Praticamente de nada, prefiro repetir – salvo pela perda incomensurável. Certo é que o Lauro nunca foi um grande amor, e eu quase cheguei a admitir para ele. “Isso virá com o tempo”, foi tudo o que ele achou a dizer, coitado, como fazem os pais de noivas de casamentos arranjados, falando do amor a futuro. É aqui que a própria Alice, tão fechada em copas, pareceu concordar comigo quando eu concluí do nada que, tivesse eu tido filhas, a vida com Lauro teria sido mais prazerosa mesmo porque teríamos um elemento masculino catalizador sobre quem estabelecer trocas. Ainda que mais não fosse para falar sobre o quanto homens podem ser estúpidos, e o quanto o senso de posse deles sobre nós é sufocante. Mas não tendo meninas à volta, as conversas ficaram muito na órbita das amigas e dos intercâmbios profissionais que aconteceram na minha empresa, uma pequena fábrica de perfumes. E com isso, era natural que minha solidão fosse adensar-se com o tempo, e que, na falta de parceiras com quem abrir a alma sobre a dimensão mais íntima de meus anseios, um belo dia eu me deixasse embalar pela conversa de um distribuidor envolvente, e cheio dos condimentos de um certo tipo de inteligência que aprendi a admirar. Quando ele me convidou para tomar um café, fiz questão de marcar em local próximo à minha casa, e ainda hoje me pergunto se não o fiz para mostrar à vizinhança que não tinha o que esconder, e que empresárias castas podem sim ter amigos. Ou, por outro lado, se já não me movia uma vontade de que o fato chegasse aos ouvidos de Lauro para que eu dissesse, quando encurralada pela sanha de um cão perdigueiro: “Fui sim, e daí? Que mal há nisso? Não posso ter um amigo?” A preferência por endereços públicos, é claro, não prevaleceu no segundo encontro, que aconteceu a trinta quilômetros de casa. E que, embora eu diga que não está sujeito a repetição, que é fato já superado, valeu a pergunta de Alice: “A quem você quer enganar, querida?”
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Vou parar de dar voltas. Estreei como adúltera num hotel cinco estrelas longe o bastante de minha casa para me sentir segura, e perto o suficiente para que mostrasse a mim mesma que não me apequenava na hora de dar um passo que, poucos meses antes, ainda me aparecia inimaginável, embora trair o Lauro passasse pela minha cabeça muito mais do que eu me permitira até então admitir. Rodolf, o escolhido, estava longe de ser um galã. Pensando bem, não havia um só quesito em que Lauro não fosse um espécime mais atraente de macho. Salvo por um bastante fundamental. Ele era meu marido e o alemão, não. Um era a carta marcada, o outro era a carta da transgressão, o aceno à luxúria, a vida vivida fora do piloto automático, o fator de empate que me colocou no mesmo patamar da maioria das mulheres que conheço. Sendo eu agora uma delas, sem que precisasse jamais admitir – como não admitiria sequer para uma filha -, eu entrava para o clube das que traem, e, como só reconhece uma quem é outra, elas intuiriam que algo tinha acontecido na minha vidinha de bairro, em que passo uma semana inteira sem ir a um quilômetro de raio ao meu redor. Daí a escutar placidamente o que disse o alemão, havia uma grande distância. “E se passássemos um feriado longo juntos?” É claro que gostei, era um elogio indireto à minha performance, mas exagerei na reação de pânico. “O que é isso, rapaz? Somos crescidinhos o bastante para saber que uma tarde boa pode ser só uma tarde boa. Não vamos desmontar vidas e construir castelos de areia em cima de sensações que uma hora se evaporam. Tanto você quanto eu sabemos que os triunfantes de hoje são os derrotados de amanhã. Que cada um fique no seu lugar e que sejamos bons amigos. Afinal, temos negócios a zelar.” Não sei bem se saiu rigorosamente nesses termos, mas deve ter sido algo bem próximo. O pânico nos faz eloquentes. O que mais me espantou não foi bem isso. Foi que, de alguma maneira, aquela experiência teve seu toque de déjá vu – talvez de tanto ouvir de outras mulheres o que era transpor o limiar da prudência. A afoiteza suprema, contudo, o momento em que senti que alguma coisa saía do controle foi quando me vi pedindo o WhatsApp de um cara chamado Eduardo, que eu nunca vira e, com base numa atração que me pareceu legítima, lá fui eu, temerariamente, lhe dizer tudo o que estou escrevendo aqui. Ou seja, antes que ele pensasse que eu tinha uma alma devassa, eu me antecipei ao exercício divinatório e só faltei dizer-lhe pelo celular, deixando minha voz gravada para sempre: “Escuta, cara, eu sou sim uma devassa. Faça de mim gato e sapato. Amadora, meio principiante, mas, até por isso, veja bem o que está a seu alcance desfrutar se você descer de sua bem cuidada tribuna e vier dançar comigo aqui embaixo.” Sem nunca tê-lo visto, eu contei tudo. Disse que traíra meu marido e só faltou descrever-lhe como o Rodolf me virou pelo avesso na cama. O que me moveu? Ora, sendo ele um homem antes de tudo muito cavalheiro, como podia eu sacudir tanta majestade, senão com a revelação do lado mais impublicável de minha vida? A resposta dele não tardaria a chegar.
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E quando foi que as coisas viraram? Ora, tendo ele dito que passara a infância em Fernando de Noronha, eu relembrei, ingenuamente, que tinha adorado a vez em que fora lá de viagem, justamente a de segundas núpcias – escoltada pelos dois meninos, então novinhos -, muito embora um incidente tenha me traumatizado para sempre. Isso porque em dado momento, quando eu boiava no mar e Lauro distraía meus pequeninos, eis que senti uma queimadura se irradiar pelas minhas costas. Uma água-viva, que lá eles chamam de caravela, tinha deixado um vergão insuportável na linha da cintura. Em choque, com a pela violácea, ainda que eu não pudesse vê-la, a dor resistiu aos cremes e unguentos e, como isso sucedeu no terceiro dia, fiquei até o fim da temporada semanal longe da praia e, é claro, genuinamente triste. Contei o fato assim, despretensiosamente, só para assinalar um elo em comum, uma atracagem na isolada terra dele. Foi então que Eduardo me disse que teria bastado que eu urinasse na vermelhidão do ferimento para sará-lo. “Como é?” Ele repetiu a receita. Mas, considerando que seja mesmo eficaz – quem sou eu para duvidar da palavra abalizada de um caiçara? -, como é que eu poderia ter urinado se o ferimento fora nas costas? “Ora, bastava que você tivesse pedido a alguém que fizesse isso. Não precisava ser na praia, à vista de todo mundo. Você não estava com seu marido? Pois então que ele urinasse no meio de suas costas, com você acocorada no box do chuveiro, aspergindo a urina de forma a que ela lambesse cada centímetro da zona afetada.” Corei. Como ele ousava? “E quem te diz que meu marido faria uma coisa dessas? Primeiro, eu teria vergonha de pedir. Segundo, ele também teria pudor de fazer.” Enquanto trocávamos essas mensagens, eu estava atarefada com todas as rotinas de fechamento de mês. Quanto mais informatizadas ficam as estruturas, mais atentos precisamos ficar a deslizes. A facilidade é muita, mas os estragos possíveis também são colossais. Ele veio à carga. “Mas é com esse homem que você está desde então? Que fajutice de intimidade é essa? Comigo isso não ocorreria. Sou dos tempos em que até esperma funcionava como esfoliante. As meninas dos anos 1970 adoravam. Pelo menos lá na ilha.” Foi tremendo. Cercada pela Mariana, minha assistente, e de cara com o João, da informática, que até evangélico era, fiquei inerte. Como um homem tão refinado dizia coisas daquela natureza? Era como se todos à minha volta estivessem inteirados de cada palavrinha que constava daquela troca de mensagens que começara há tão pouco tempo. Mas quem mandou que eu me entregasse tão cedo? Já me daria por contente, na verdade, se ele estivesse pelo menos metade tão excitado quanto eu estava com aquilo tudo. Era como se trilhássemos um caminho sem recuo. Respirei, puxei um assunto qualquer sobre o controle de estoque, ajeitei o cabelo e, percebendo minha pele muito afogueada, fui até o banheiro reler com calma a sequência de mensagens que, para meu espanto, beirava o adorável na escala do despudor. Tínhamos quebrado a inércia. Era só uma questão de tempo dali em diante. Então me toquei e gemi baixinho.
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No intervalo compreendido entre aqueles dias e nosso primeiro encontro, fiz o que pude para enxergar a aproximação como apenas amigável. Quero dizer, queria me convencer de que ainda era possível tomar as rédeas do processo e deixar que as coisas só progredissem em estrito acordo com minha vontade. Como se ainda estivesse ao meu alcance refrear aquela impetuosidade toda que, por obra e arte minha, tinha levado o homem a escancarar alternativas de intimidade que me deixavam sem fala. Destituído de grandes atrativos físicos, o ponto forte dele parecia ser a capacidade de criar um clima de cumplicidade – fosse comigo, fosse com as outras que, imagino, ele tenha. Na verdade, a figura masculina dele para mim existia de forma tão concreta que independia de sua vida conjugal, sobre que a qual nem perguntei. Fuçando em suas redes sociais, vi que tudo era possível. Tanto podia ser um promíscuo de marca quanto um homem casado que nunca sai da toca. Mas para onde iria a sedução que emanava de cada linha? Ora, que viesse pra mim. Conforme admitiria mais tarde, ele achou que quando eu relatei minha aventura com o alemão, pensou que tudo fosse uma invencionice minha para excitá-lo. Não que aquela tivesse sido minha primeira escapada. Mas se eu confirmasse que tinha sido, como fazia, a componente afrodisíaca era de eficácia comprovada. Isso o excitaria. Um dia, portanto, perguntei-lhe onde é que nos veríamos. Pensei que ele fosse indicar um restaurante ou um bar, embora eu seja de comer frugalmente e péssima de bebida, quase básica. É o Lauro quem diz que minha alegria se origina no ar, no polem das flores, que não preciso de vinho. “Venha à minha casa. Escolha a hora que lhe for melhor. Vou ficar aqui o dia todo. Estamos a escassos vinte minutos um do outro.” Eu não achei o que dizer. Ainda balbuciei um como assim, na tua casa?, que deve ter caído num descrédito tão grande que ele nem respeitou um intervalo para eu respirar. Por WhatsApp, me mandou o endereço. “Avise só quando estiver chegando que preciso informar à portaria. E espero que você saiba avaliar se não foi seguida. Juízo.” E mais não disse. Lembro vagamente de ele ter mencionado uma garrafa de Champagne e de, ao fundo, de ouvir uma música que eu conhecia, mas que só identificaria horas mais tarde quando ele abriu a porta. Foi por ela que entrou Fabiana, esta que vos escreve, e sua sombra, a DTV, a tal vergonha desmoronada, ou o último resquício de uma mulher que já a tivera. O pudor, daquela tarde em diante, se esmigalhava, virava farelo de fubá, todas as vezes que voltei a entrar por aquela porta. “Gosta? É The old fashoned way, cantada por Aznavour. Entre.”
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Saber, é lógico que Lauro não sabe. Se soubesse, enlouqueceria. Desconfiar, certamente desconfia muito. O que fiz para garantir a governabilidade da casa? Melhorei muito as atenções que já lhe dava. Tornei-me uma ouvinte mais atenta, mais meiga e paciente. E lhe disse algumas das palavras que queria ouvir, e que eu sempre tive dificuldade de proferir. Nessa horas, falávamos do sucesso dos meninos, um ponto de união sem falha. Mas ele tinha surtos de melancolia. “Tua felicidade ficou ancorada no fundo do mar, não foi? O que eu pude fazer, fiz. Mais do que isso, era impossível. Basta ver os meninos. O fato é que te dei minha vida adulta toda, sabendo que seria um eterno suplente. É ou não de lascar?” Eu não sabia me apiedar, mas agia como se soubesse, com o máximo de empatia ao meu alcance. E pouco dizia que lhe desmentisse os prognósticos. Ele continuava: “Sabe-se lá o que você está aprontando, Fabiana. Não pense que você trai só a mim. Você trai seus filhos e a memória de seu ex-marido.” Onde ele encontrou essa forma rodrigueana de se expressar? Não sei. Eu só fingia indignação e logo passávamos a outra coisa. Mas, vejam bem, não é dele que quero falar. Queria enfatizar mesmo o que me move desde o início deste relato, quando falei que difícil era começar. Para mim, o momento seminal foi quando cruzei o umbral daquela porta com um ridículo com licença, e outro pedido ainda mais patético que foi me diga onde é o banheiro que preciso ir lá com urgência. Assim, nesses dois anos que vem durando nossa história, cada vez é uma reedição da primeira. Ele, que gosta tanto de falar, me recebe sempre calado e com um sorriso insinuado. Fecha a porta, como fez da primeira vez, e então enterra a língua na minha boca como se quisesse que ela me varasse o corpo garganta adentro. E depois, fica uma infinidade de tempo esfregando o nariz nos meus seios, ele sentado e eu de pé, como se houvesse mil possibilidades de combinação ao brincar com eles. Ora separa-os, ora os estreita, ora beija-os alternadamente, ora mordisca, e não para de cheirá-los, como se eles exalassem um perfume que se renovasse com a saliva e o roçar da barba. “Já sei qual é tua colônia. É Un Jardin sur le Nil, de Hermès.” Quando as mãos me enlaçam a cintura – que eu senti desde o começo que ele gostava que seja fina como é, como ele talvez ainda não tivesse apertado uma igual em mulheres de minha idade, de nós nascidas até 1965 em todo caso -, ele me desabotoa a calça e começa uma exploração com os dedos de que prefiro não falar. Porque se o resto é de dedução fácil e quase imediata, com a condição de que a imaginação de quem me lê não se acelere de mais, a verdade nua (e como) e crua (também) é que desde o momento zero eu tinha colocado na cabeça que faria daquele homem o que eu quisesse que ele fosse para mim. Mas para isso, eu precisava sinalizar para ele que eu também estava ali para o que lhe desse e me viesse. Para que usássemos um ao outro nos limites da perversão. Tinha razão Alice quando falou do advento da DTV. Eu só não esperava que as comportas da vergonha ruíssem como ruíram: com gemidos de gozo e total despudor. De Eduardo, nada direi ao próximo da fila. A transparência só deve ir até onde intensifique o prazer. E, por enquanto, não há fim à vista. Que bom, já não sou mais tão virtuosa. Ninguém precisa derramar lágrimas pela viúva que fui. Nem pela esposa que sou. Agora o jogo é outro.
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