O maior risco associado à propagação do coronavírus no mundo globalizado é o vírus social ou psicossocial: o pânico que parece tomar conta dos governos e das pessoas que vivem em cidades e países com alta contaminação. Com a leviandade peculiar, o presidente da República vem a público responsabilizar a imprensa pela inquietação social, como se a divugação da informação das medidas adotadas pelos governos fosse a causa do problema. Muito pelo contrário, o mundo precisa de mais informação para acalmar a sociedade e evitar a insensatez no enfrentamento desta pandemia, que não é a primeira nem será a última a se difundir em todo o planeta. Os infectologistas insistem que não há motivo para pânico. Mas parece difícil manter a tranquilidade quando os países decretam quarentena, os Estados Unidos fecham a fronteira para visitantes da Europa, e a primeira ministra da Alemanha, Angela Merkel, de longe a mais sensata líder neste mundo dominado por figuras da ignorância de Donald Trump e Vladimir Putin, anuncia que cerca de 65% da população alemã vai contrair o vírus. Ainda bem que o ministro alemão da saúde amenizou, dizendo que 80% dos infectados praticamente não terão sintomas, e que o fechamento de fronteiras é ineficaz e não impede a propagação do vírus. Tão ou mais grave que a própria doença são as medidas extremadas que, literalmente, estão derrubando a economia mundial, com um custo social dramático, queda da produção, aceleração do desemprego, aumento da pobreza, desabastecimento e desorganização do comércio, e descontrolada pressão sobre o sistema de saúde, podendo gerar anomia e caos social. A culpa é do coronavírus ou do vírus social? O coronavírus já se espalhou pelo mundo e cabe agora reforçar o sistema de saúde, para dar conta dos casos graves e, principalmente, da população vulnerável, idosos e pessoas com doenças crônicas.
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