Brasil e Venezuela – autor desconhecido.

 

O governo não preparou o país para enfrentar a pandemia. O presidente da República disse que vacina não resolve. Que a vacina chinesa não tem eficácia. Que a pandemia está diminuindo. E se permite tirar fotos do casal para expor as roupas usadas no dia da posse.

Enquanto isso, desde o início da pandemia, são mais de 180 mil mortos. E 6 milhões de infectados. Os desocupados são mais de 12 milhões. Com pouca perspectiva de ingressarem no mercado de trabalho. A inflação de alimentos é superior a 21% este ano.

O que está por trás desse cenário dostoievskiano ?

Uma estratégia. A de venezuelizar o país. Ou seja, tornar o povo cada vez mais pobre, carente. E dependente de óbolo oficial. Precisando dos auxílios emergenciais. A estratégia do presidente da República é submeter o povo pela fome.

No início de 2022, com apoio do Centrão, de Ciro Nogueira e quejandos, o presidente encaminha proposta ao Congresso Nacional. E pede aprovação a auxílio emergencial aos vulneráveis.

Na prática, trata-se de auxílio reeleição. O Congresso o aprovará. E criar-se-ão condições objetivas para reeleger o presidente. Este é o quadro que se desenrolou na Venezuela. E lá, Nicolas Maduro, cercado de milícias e com apoio militar, continua no poder. Sem democracia. Sem liberdade de imprensa.

Resta uma dúvida: o Exército brasileiro. Que é instituição de Estado. Não é órgão de governo. Embora tenha três generais, um dos quais da ativa, em postos ministeriais. Na verdade, confundem-se os papeis. Mas o resultado é favorável ao presidente. Pois passa a ideia de que o Exército apoia o governo. Com todas as incompetências e inconsequências que se vê. Tisnando a imagem da corporação.

O Exército brasileiro de Caxias, de Castelo Branco, vai continuar sendo órgão de governo ?

Tomás de Lampedusa, em O Leopardo, escreveu: “Para as coisas permanecerem iguais, é preciso mudar tudo”. Parece ser este o desenho. Só que com destino orweliano.