Maquiavel (1469 – 1527) foi o primeiro pensador político da Idade Moderna. Ele escreveu um pequeno grande livro: O Príncipe.
Para Maquiavel, o que mais contribui para que um príncipe seja estimado é a realização de grandes empreendimentos. E a prática de atos edificantes.
Disse também que todo príncipe deve aspirar a ser considerado piedoso e não cruel. Mas a piedade deve ser convenientemente empregada.
Disse ainda que se deve evitar os aduladores. Os homens são suscetíveis à lisonja. E de tal forma se iludem que dificilmente se livram daquela corja. Por isso, o príncipe deve escolher homens discretos que dirão a verdade apenas sobre o que lhes for perguntado e nada mais.
Indaga se o príncipe pode ser sempre bom, generoso, sem por em risco a própria situação. E responde: o príncipe para manter-se não pode ser sempre bom. Há qualidades que servem para o levar a perder o poder. Enquanto há vícios que o levam a conservá-lo.
Adiante, Maquiavel diz que os homens devem ser acariciados ou liquidados. Para ofender um homem deve-se agir de tal modo que não se tenha medo de sua vingança. Por estar ele aniquilado.
O que o novo presidente da Câmara fez foi liquidar as possibilidades de ação do grupo adversário na Mesa diretora. Contra seu próprio discurso de dez minutos antes. Quando pregou a pacificação e o entendimento.
O presidente Artur Lira foi fiel discípulo de Maquiavel. Eliminando o espaço do bloco adversário no processo decisório da Mesa. Com calculada frieza. Cirurgicamente.
Fica claro que o deputado Artur Lira sabe fazer uso eficaz de recursos do poder. Sem emoção. Com a régua e o compasso da doutrina maquiaveliana. E a ousada arquitetura de velhas raposas do Congresso.
Resta uma questão: como se comportará o Maquiavel de Alagoas diante do autoritarismo oficial? Terão pontos de encontro? E, se tiverem, será em benefício da democracia brasileira? Ou não?
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