Continuo com histórias de livro que estou escrevendo (título da coluna). Como os amigos leitores parecem ter apreciado as da terrinha, seguem outras.
DUDA GUENNES, filósofo. No elevador, só uma velha horrorosa. E Duda com cigarro na mão. Apagado. Ela, mostrando placa de Proibido Fumar, protestou:
– Não está vendo que é proibido fumar?
– O cigarro está apagado, minha senhora.
– Para mim, é a mesma coisa.
– Quer dizer que se estiver com um rolo de papel higiênico, na mão, eu estaria a cagar? E, se estivesse com um durex (no Brasil seria camisinha), nós estaríamos a fazer amor?
FLÁVIO BIERRENBACH, Ministro do STM. No restaurante A Severa, estavam ele e o Ministro José Carlos Dias com suas mulheres. Vendo chouriços com batatas ao murro, na mesa vizinha, pediram ao garçom:
– Queremos aquele prato.
– Lamento, mas não poderá ser, pois aquele já está servido a outros clientes.
JESSIER QUIRINO, poeta. Anotou propaganda de uma ótica, em Lisboa, com dois homens conversando:
– Vai fazer o que?, amanhã de manhã.
– Vou comprar óculos.
– E de tarde.
– Vou ver.
JOÃO RAMADA, com antiquário no Alvalade. Em sua terra, Trás-os-Montes, o padre da freguesia começou assim um sermão:
– Caros fiéis. Juro, pela felicidade dos meus filhos, que nunca pequei nessa vida.
Padre REIS. Na igreja de São Mamede (onde casou, em segunda núpcias, a mãe de Fernando Pessoa), bem pertinho de nosso apartamento, um cartaz dizia: “Até sempre, Sr. Padre Reis. Bem-vindo, Sr. Padre Ismael”. Perguntei a um velho, sentado na entrada,
– Que aconteceu ao Padre Reis?
– Foi-se.
– Morreu?
– Não, senhor, ainda não morri não.
RENATINHO MAIA, empresário. Hospedado no Lapa Palace (Lisboa), acordou com uma dor de cabeça monumental. Desceu e perguntou, ao porteiro,
– Há farmácias?, aqui perto.
– Sim, senhor, logo após virar a esquina.
Agradeceu, foi e estava fechada. Voltou irritado e interpelou o homem. Para ouvir,
– Mas o senhor queria saber só se havia alguma farmácia. Não perguntou se estava aberta.
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