Ninguém pode discordar do princípio que concede aos países o direito de se defender da agressão de inimigos, mesmo quando se tenha que, eventualmente, incluir alguma incursão no território do agressor, para desmontar novos ataques. Mas o que o governo de Israel está fazendo na Faixa de Gaza extrapola qualquer conceito de defesa nacional, e tem todas as características de uma vingança dos atrozes ataques do Hamas aos cidadãos israelenses. Mesmo que o governo de Israel venha a demonstrar que não foi o responsável pelas explosões no hospital da Faixa de Gaza (até agora, muito pouco convincente), o que o mundo está vendo nestes dias é um massacre da população palestina, pelo cerco e bloqueio do abastecimento de bens essenciais, e o sistemático bombardeio em larga escala do território.
Por isso, é inaceitável que os Estados Unidos tenham usado seu poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas para rejeitar a proposta apresentada pela diplomacia brasileira, depois de várias rodadas de negociação com os membros daquele Conselho. A proposta de resolução contemplava aspectos fundamentais e urgentes para poupar o sofrimento dos palestinos, conter a escalada da violência, e evitar uma desestabilização política e militar no Oriente Médio: a) libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis; b) provisão contínua de bens e serviços essenciais a civis, incluindo eletricidade, água, combustível, comida e suprimentos médicos; c) rescisão da ordem de evacuação das áreas ao norte de Gaza dada a civis e funcionários da ONU; e d) pausa para acesso de agências humanitárias e estímulo ao restabelecimento de corredores humanitários.
Os Estados Unidos vetaram porque a proposta de resolução não citava, explicitamente, o direito de defesa de Israel que, na filosofia dos norte-americanos e israelenses, deveria autorizar a violenta vingança de Israel. Rejeitaram a proposta brasileira, apesar de ela nem sequer condenar, expressamente, os bombardeios dos israelenses, e censurar os “ataques terroristas hediondos perpetrados pelo Hamas”. E, em vez de propor um cessar-fogo e o fim do bloqueio de Gaza, como queria a Rússia, a proposta se limitou a exigir a provisão de bens e serviços essenciais, e uma “pausa para acesso das agências humanitárias”. Para facilitar a aprovação da resolução, necessária e urgente diante do desastre do conflito, o Conselho rejeitou emendas apresentadas pelo governo russo, que condenavam os bombardeios israelenses e propunham um cessar-fogo humanitário. Mesmo assim, foram os Estados Unidos que impediram a aprovação da resolução do Conselho de Segurança, praticamente aprovando a brutal vingança de Israel.
Matéria absolutamente tendenciosa.Israel não busca massacrar os palestinos. Vocês conhecem pouquíssimo da história e fatos da região. O exército de Israel não busca aniquilar os palestinos. Não se perguntam por que razão o povo palestino não produz sua eletricidade, água e alimentos? Dizer que Israel os sufoca é desconhecer a história da região. Em 2005 Israel desocupou boa parte de Gaza, próxima à fronteira para devolver aos palestinos. Qual seria a estratégia proposta por vocês, estrategistas militares de ocasião? Eu tinha a revista Será em alta consideração. Se parece hoje cada vez mais com a revista do alucinado Mino Carta. Lamentável. Já se perguntaram por que razão nem Egito, nem Jordânia estão dispostos a aceitar palestinos que querem se refugiar? Sabem por que EUA vetou a proposta apresentada? Porque não mencionava a libertação dos reféns…. Acham isso pouco? E agora a Rússia virou exemplo de direitos humanos… Que insanidade. Quanto à “duvidosa” (sic) explicação do foguete defeituoso que destruiu o ESTACIONAMENTO do hospital, vocês praticamente afirmam sem investigar. Isso é jornalismo, ou militância? Já encheu muito o saco ver jornalistas se tornarem um bando de IMBECIS, como parece ser o caso de vocês. Vão estudar um pouco mais para entender o papel dos financiadores do terror como Irã, Catar e alguns outros. Se esse conflito não for resolvido estaremos todos nós, judeus ou não, à mercê de consequencias irreparáveis. De hoje em diante paro de seguir vocês, jornalistas de araque da revista SERÁ? (que sabem a respeito do que escrevem?)
Acho que uma pessoa grosseira e desrespeitosa como você, Sr. Lárazo Menace, não faz nenhuma falta como leitor da Revista Será. A Revista ainda foi suficientemente honesta para dar espaço para o senhor manifestar suas agressões e seus ódios fanáticos. Até porque o senhor ignora os fatos. A proposta de resolução vetada pelos Estados Unidos defende sim, claramentemente, a” liberação imediata e incondicional de todos os refen”. Está escrito assim como todas as letras. O senhor não leu ou prefere ignorar. A Revista já denunciou duramente, em outros editoriais, as atrocidades do Hamas. Mas parece que o governo de Israel fez o que o Hamas esperava, uma vingança violenta e desproporcional, e está sofrendo uma derrota moral quando bombardeia indicriminadamente o território da Faixa de Gaza. Pessoamente (não falo em nome da Revista), me alegro que o senhor nunca mais leia a Revista. Porque este é um espaço para discussão de ideias e não para agressões verbais. Considerando a virulência dos seus comentários, desconfio que, se pudesse, utilizaria um míssil para nos atacar.
Perfeito! Assino embaixo, com exceção da passagem em que você se refere aos jornalistas como imbecis. Seu argumento se sustenta bem sem precisar disso. Eu fiquei sabendo que essa revista existe ao ler um comentário de um fotógrafo dizendo que era objetivo de Israel exterminar os palestinos. Procurei saber quem era e descobri que trabalhava nessa revista. Na ocasião comentei, em resposta ao fotógrafo (cujo nome não me lembro), que uma revista que aceita quem diz uma coisa dessas não merece crédito. Aproveito para perguntar à Revista de onde tiraram a informação de que Israel bombardeia indiscriminadamente a faixa de Gaza? Isso é uma meta opinião pessoal que se pretende passar por fato.
O editorial está excelente. Parabéns.
Isso que vocês estão chamando de “até agora muito pouco convincrnte” já está comprovado. Até o NYT já pediu desculpas por terem “relied too heavily” na versão do Hamás. O que mostra o viés anti-Israel de vocês. Massacre foi o que fizeram em Israel. E citar a Rússia como país do qual pode sair alguma proposta razoável? Vocês já escreveram uma linha que seja sobre o massacre que a Rússia está fazendo na Ucrânia há quase dois anos?
Lembram da “síndrome de Estocolmo”? Pois desconfio que existe também uma “síndrome da terra santa”. Que atacou algumas pessoas que reagem à menor crítica à política externa de Israel, ou à sua política de segurança, dizendo que o crítico tem “viés anti-Israel”. O enfurecido atacando a “Será?” por algo que a revista jamais disse em seus editoriais parece sofrer dessa síndrome. Enfim, devo alegrar-me que esse é até moderado, pois já vi (e não foi tão poucas vezes) críticas ao governo de Israel ser chamadas de antissemitismo, sobretudo as críticas pela proteção do governo aos assentamentos ilegais de colonos da direita religiosa na Cisjordânia, mas até mesmo críticas ao Primeiro Ministro Netanyahu pelas tentativas de interferência no Judiciário. Enfim, parece que há atitudes que se explicam por quatro mil anos de perseguição… Mas não se justificam.