O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está se firmando como o ponto de equilíbrio do governo Lula, contrabalançando o voluntarismo do presidente e sua arenga com a taxa de juros (Selic) e as autoridades monetárias. Como todo mundo, economista ou não, Haddad reconhece que as atuais taxas de juros estão muito elevadas, e que a retomada do crescimento da economia demanda uma diminuição da Selic. Mas, ao contrário do presidente, que parece responsabilizar o Banco Central pelos problemas econômicos do Brasil, Haddad sabe que a inflação depende de um conjunto de variáveis que foge à governabilidade do Banco Central e que, na sua maioria, são de responsabilidade do governo.
As divergências em torno da calibragem da taxa de juros são pertinentes, considerando a complexidade do assunto, mas a discussão tem que ser técnica e respeitosa, e deve levar em conta a fundamentação enunciada na Ata do COPOM. A incerteza em relação à política fiscal do governo (o que se vai propor para substituir o Teto de Gastos) é um dos fatores que não está permitindo cumprir a meta de inflação. Para o presidente Lula, se a meta não está sendo alcançada, em vez de tomar medidas para domar os preços, deve-se, simplesmente, ajustá-la à inflação real. Embora seja uma decisão política (ao contrário da Selic), a elevação da meta de inflação sinaliza para os agentes econômicos uma preocupante tolerância com as pressões inflacionárias.
Para esfriar o confronto político aberto por Lula, o ministro da Fazenda fez dois importantes anúncios esta semana: 1. não mexer na meta de inflação no momento; 2. antecipar a apresentação da proposta de arcabouço fiscal (substituto do Teto de Gastos) para abril, de modo a reduzir a incerteza dos agentes econômicos. O equilíbrio do ministro Haddad lembra a atuação de Antônio Palocci e Henrique Meirelles no primeiro governo Lula, quando implementaram políticas fiscal e monetária articuladas e responsáveis. Mas, infelizmente, o Lula do terceiro mandato insiste em complicar a vida dos ministros da área econômica com suas recaídas populistas.
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Um governo eleito por quem passa fome, sofre genocídio, tem salário congelado, transporte público de péssima qualidade; por quem sofre pré-conceito dentre outras tantas mazelas de uma “Elite do Atraso” escravocrata; sabe que deve enfrentar os capitalistas aos quais não basta ter a maior concentração de renda, querem a maior influência possível sobre o poder do governo em seu benefício.
Não assimilam os colegas que já foram responsáveis pela “Exclusão Social”
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O economista André Lara Rezende criticou duramente as altas taxas de juros mantidas pelo Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto.