Nesta semana foram criadas quatro CPIs-Comissões Parlamentares de Inquérito. A principal delas, a Comissão Mista, reunindo as duas casas do Congresso, vai se dedicar à investigação dos acontecimentos da tentativa de Golpe de 8 de janeiro. Antes mesmo de começar os trabalhos, o Congresso já está mergulhado numa grande confusão, e quase paralisado nas negociações e disputas para composição da CPI, distribuição da participação dos partidos e definição do presidente e do relator da comissão. Nos próximos meses, o circo estará armado, com discussões acaloradas, depoimentos explosivos, acusações e agressões ao vivo, por vários canais de televisão. O que pode produzir esta CPI de diferente do que já está sendo investigado pela Política Federal, pelo Ministério Público e pelo STF? Provavelmente nada, até porque tudo o que for identificado de evidências contra os envolvidos na conspiração será enviado para análise e eventual abertura de processos judiciários. Ora, esses processos já estão em curso.
Certo, a CPMI vai funcionar como uma plataforma para a ampla divulgação das acusações e das declarações dos parlamentares do governo e da oposição, servindo apenas para reproduzir e realimentar a fanática polarização política do Brasil, que compromete a democracia. O interesse da oposição é criar um tumulto no Congresso, propagar denúncias e, principalmente, desviar a atenção dos grandes problemas nacionais, de modo a adiar a análise e a votação de projetos relevantes, como o Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária. Quanto mais atrasar as medidas do governo, maiores as chances do desgaste político, gerando obstáculos na aprovação de projetos que favoreçam a reanimação da economia brasileira. O governo, por outro lado, espera utilizar o palanque da CPMI na tentativa de demonstração do envolvimento dos principais líderes bolsonaristas, a começar do próprio ex-presidente Bolsonaro, no ensaio de golpe de Estado que deporia o presidente democraticamente eleito. O preço é muito alto – o desvio das atenções políticas das questões nacionais substantivas e a realimentação da polarização política no Brasil – além de desnecessário, considerando-se o andamento das investigações nas instâncias competentes.
Senhores, boa noite,
Quem tem medo dessa CPMI??
Não recordamos de tantas objeções por parte da Será?quando instalaram uma CPI para investigar o governo passado, por conta da Covid…que como esperado, vergonhosamente nada produziu.
Além de fake news, constatação de muito roubo na compra de todo tipo de medicação, aluguéis de equipamentos e hospitais de campanha que pouco ou nada serviram, ,desvios e corrupção ( principal pelo Consórcio Nordeste e governos do nordeste ),.
E muita, muita, muita pizza.🍕🍕🍕
Sempre bom lembrar nesse país sem memórias.
O ilustre comentarista aparentemente desconhece os poderes e as limitações de uma CPI. A CPI apenas investiga, e encaminha seus resultados para o Ministério Público, a quem cabe proferir denúncias, dando início aos processos criminais. E isso a CPMI da COVID fez muito bem. Se o MPF, sob o comando do sr. Augusto Aras, escolhido fora da lista dos indicados pelos procuradores, pelo então presidente Bolsonaro, “engavetou” o inquérito, o problema é de outra natureza.