Exército de Israel

Exército de Israel

O governo de Israel, comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, não está apenas violando os direitos humanos na brutal agressão aos palestinos da Faixa de Gaza, está ampliando a violência na região, o que pode levar a uma perigosa escalada da guerra no Oriente Médio. O bombardeio indiscriminado em Gaza, atingindo hospitais e escolas e áreas de refugiados, é um ato criminoso sob o pretexto de destruir o Hamas, vingança inaceitável e desproporcional pelo ato terrorista deste movimento. Agora, com o ataque ao Sul do Líbano, em represália a um bombardeio do Hezbollah, e o assassinato de Ismail Haniyeh, líder moderado do Hamas, no território do Irã, pode desatar um ciclo de respostas desproporcionais, capazes de levar a novas retaliações. Israel parece apostar numa ofensiva militar que ameaça provocar uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio. Totalmente insensível às pressões internacionais, incluindo o mau-humor do presidente Joe Biden diante dos últimos ataques ao Líbano e ao território do Irã, Netanyahu está totalmente concentrado numa operação de guerra para a destruição do Hamas, com todas as implicações no conflitivo cenário regional. 

Para isso, ele parece contar com o apoio ou, ao menos, com a indiferença da população israelense, machucada e ressentida pelo massacre do Hamas e a manutenção dos reféns em Gaza. Como a população israelense pode continuar apoiando a perigosa política militar de Netanyahu, que pode levar a uma guerra global com os inimigos da região, com elevado custo humano, social e econômico para Israel? O que explica que o senhor da guerra continue no poder em Israel, com uma política militarista de alto risco para o futuro do seu Estado? Considerando que Israel tem um sistema parlamentarista, numa das poucas democracias do Oriente Médio, bastaria a maioria simples no Congresso (Knesset) aprovar uma moção de desconfiança para derrubar o primeiro-ministro e a sua política de guerra, formar um governo que voltasse a negociar a paz e aceitar o conceito de dois Estados. Por que não o faz? Arrogância e falso sentimento de invulnerabilidade no meio da conflitiva região, e a presunção de contar com o apoio incondicional dos Estados Unidos na aventura militar. 

A irresponsabilidade militarista de Netanyahu, como apoio do Congresso e da maioria da população, jogou para o espaço a possibilidade de um entendimento em torno de dois Estados na Palestina. Entretanto, dependendo da escalada da violência, corremos o risco de, no futuro, não ter mais nenhum Estado, nem Palestina nem Israel, todo o território afogado numa profunda destruição.