A elegância do ex-presidente Barak Obama e a alegria de Kamala Harris, candidata a presidente do Partido Democrata, estão animando os democratas norte-americanos, mobilizando a sociedade para impedir a volta ao poder do magnata arrogante, egocêntrico e demolidor Donald Trump. A eleição de Kamala Harris pode salvar a democracia dos Estados Unidos, ameaçada pela virulência política de Trump, e recuperar a esperança mundial na viabilidade do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Em pouco mais de um mês, houve uma virada política excepcional nos Estados Unidos com a retirada de Joe Biden da disputa eleitoral e a emergência de Kamala Harris como a candidata do Partido Democrata, criando um novo ambiente político e uma surpreendente unificação de todas as lideranças políticas dos democratas.
Quando tudo parecia conspirar a favor de Donald Trump, incluindo um atentado frustrado que o tornava vítima e herói, Biden tomou a decisão que mudou completamente o clima político nos Estados Unidos: do ódio e fanatismo trumpista à alegria e esperança da campanha democrata com uma nova geração de líderes. Em vez de passar para a História como um político ambicioso e teimoso que, insistindo na candidatura, facilitava o caminho de Trump de volta ao poder, com todos os riscos internos e globais, Biden preferiu ser lembrado como o político digno e generoso que unificou o Partido Democrata em torno de uma candidata com chances reais de vitória. Por isso, ele foi glorificado na Convenção do Partido Democrata.
No discurso durante a Convenção, Barak Obama convocou a nação a apostar na novidade e alegria de Kamala, adaptando o slogan da sua campanha à Presidência para ressaltar a aposta na sua candidata: “Yes, she can!”, grito que ressoou em coro numa multidão emocionada de mais de 50 mil delegados. Sobre Trump, ele foi contundente: “Ele é um cara cujo teatro já se tornou bastante cansativo. Não precisamos de mais quatro anos de gritos e caos. Já vimos esse filme antes e todos sabemos que as sequências geralmente são piores”.
Ainda faltam mais de dois meses para as eleições. Donald Trump foi empurrado nas cordas, está desorientado diante do sorriso cativante de Kamala Harris, mas ainda tem forças e, seguramente, virá com toda a fúria e deselegância, com o baixo nível, a mentira e as fake news, tudo que é peculiar a um político desonesto, para agredir a concorrente e tentar recuperar espaços na disputa eleitoral. Deve enfrentar, contudo, uma adversária combativa e competente, capaz de desmontar sua ignorância e arrogância. O mundo observa com preocupação e esperança o resultado desta disputa eleitoral nos Estados Unidos, de grandes consequências para o futuro da democracia e, sem exagero, para o futuro da humanidade.
Intrigante e assustador é saber que metade da humanidade, em todos os lugares do mundo, apoia o tipo “magnata arrogante, egocêntrico e demolidor” magistralmente incorporado em Donald Trump.