Se existe algo neste país de tantas divergências que todos brasileiros concordam é a necessidade de uma reforma política. É um grande exagero entende-la como “a reforma das reformas”, como afirmam alguns que a vêm com uma panaceia para todos os males do Brasil, mas não há dúvida que o modelo atual é inapropriado e viciado. Mesmo assim, ninguém se entende em torno de um novo sistema político e eleitoral, menos ainda os congressistas e os partidos políticos. E a reforma fracassa e morre nos conflitos de interesse político-partidários, cada partido e parlamentar preocupado com sua posição e sobrevivência em um novo cenário definido por cada alternativa. Por enquanto, apenas a eliminação da reeleição para cargos executivos como se fosse a solução para a corrupção eleitoral e o abuso de poder com a máquina. Vale lembrar que, no passado, os presidentes, governadores e prefeitos também usaram e abusaram do poder para eleger seu sucessor. Para o cidadão comum e para políticos (muito poucos) que pensam o Brasil, o modelo atual padece de três graves problemas: crise de representatividade com o total descolamento dos parlamentares da sociedade; corrupção e desequilíbrio de forças por conta das bilionárias campanhas eleitorais; e crise de governabilidade pela colossal fragmentação de partidos com uma grande maioria de partidos de aluguel e de negócios escusos. Entre todas as propostas em discussão, duas são fundamentais para melhorar a representatividade e a governabilidade: a proibição de coligação proporcional (onde se alugam partidos) e, principalmente, uma elevada cláusula de barreira que restrinja a representação no Congresso. Atualmente, dos 28 partidos representados na Câmara de Deputados, 18 têm menos de 20 parlamentares e 12 não alcançam 5 parlamentares. O que eles representam?
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representam ( O CAPITALISMO SELVAGEM ) menos o povo!
Os parlamentares atuais do Brasil, além de sua eleição na “cauda do cometa” dos poucos que têm muitos votos – ou seja, sem mérito nem gabarito pra estar onde estão – não representam NINGUÉM do povo, apenas seus bolsos, familiares incompetentes e demais apaniguados.
De fato, o Editorial nos dá amostra de como anda a “politicagem” em nosso país.
Como se fazer uma reforma política com um Congresso viciado? Votariam os senhores congressistas contra eles próprios, acabando com as coligações e e o tal voto onde quem tem menos se elege em detrimento do mais votado? A resposta foi dada em dois dias pela Câmara. Vai permanecer como é agora. Mexeu-se apenas na eleição para os executivos.
A Reforma Política é muito importante, e temos que ter em mente que o desdobramento dela ainda está em curso, ou seja, ela ainda não fracassou. Existe a proposta do projeto de iniciativa popular da Coalizão pela Reforma Política e Eleições Limpas em que estão colhendo assinaturas para ir para o Congresso. A Coligação é formada por 103 entidades e movimentos sociais do país, como por exemplo CNBB, OAB, FNRU entre outras.
Até concordo com a problemática das coligações partidárias em período de eleições, mas discordo inteiramente quando diz que um partido não representa ninguem quando ocupa poucas cadeiras no Congresso. Votei em 2012 no Chico Alencar e em 2014 no Jean Wyllys, e por acompanhar os respectivos trabalhos desses dois deputados posso dizer que eles me representam.
Lucia tem razão quando identifica parlamentares isolados mas o editoral trata dos partidos, supondo que cada um deles tem um determinado perfil politico e ideologico que, como sabemos, estamos muito longe disto. Os dois parlamentares que voce cita sao do PSOL que, concordando ou nao com ele, é um dos partidos ideológicos. Ocorre Lucia que, com a clausula de barreira, os dois entrariam num partido tambem ideologico que se aproximasse da visão deles para se elegerem. A falta de um barreira rigorosa permitem que o PSOL eleja mas também da espaço no congresso para uma grande quantitade de partidos que são apenas negocios.
Sou dos que entendem a Reforma Política como de extrema importância por conta da possibilidade de melhorando o nível dos parlamentares criar governabilidades mais responsáveis e consequentes ao longo do tempo. O parlamento deve representar a sociedade e não as corporações como é hoje, fruto do financiamento privado das campanhas. A criação de partidos não gera problemas se cada um tiver que viabilizar sua representação, sem coligações ou qualquer tipo de mercantilização.
Infelizmente parece que não vai ser desta vez, mas espero que haja a devida indignação da população.