Nossa revista tem sua origem numa prática antiga, agradável e nobre: o banquete, encontro de amigos ao redor da boa mesa e de bebidas para falar sobre temas da vida (Os gregos sabiam das coisas!). Sérgio C. Buarque, economista e dono do Restaurante O Banquete, na Rua do Lima, convidava amigos para encontros onde o tema era livre. Só não podia se falar de trabalho.
Fui apresentado a Sérgio por Homero Fonseca, nosso grande jornalista e escritor. E que encontro foi esse que daí já surgiu uma empresa de consultoria – junto com outros colegas – e a Revista Será? que após o fim de O Banquete migrou para o agradável apartamento de Teresa Sales, na beira mar de Boa Viagem. Ali, entre uma cioba de Dinha, regada a um bom vinho, finalizada com o legítimo bolo de massa de mandioca nordestino e muita conversa, nasceu a Revista Será?
No dia 08 de outubro passado a nossa revista completou três anos, ao longo dos quais foram publicados, initerruptamente, nossas edições semanais, sempre às sextas, onde a Opinião encabeça os demais textos publicados pelos editores e colaboradores.
Para comemorar a data, Fernando Dourado, nosso profícuo colaborador, e sua companheira Lavínia, se esmeraram para receber os amigos que fazem a Revista. Foi numa noite agradabilíssima de outubro, também a beira mar de Boa Viagem, em um clima de festa e camaradagem que entramos em nosso quarto ano. Aos amigos e leitores nosso abraço e agradecimento por mais de 3000 comentários valiosos que compõem o acervo da revista.
Seguimos….
João Rego
Querido João,
Somos Lavínia e eu que ficamos honrados em ter podido sediar uma data tão alvissareira. Logo eu que, de todos os colaboradores, sou o calouro e, se assim podemos dizer, o paraquedista desse grupo tão coeso quanto seleto.
É bem verdade que meu brilhante primo Antonio Barbosa – lídimo representante da bancada de leitores – disse que eu não precisava ter começado a comemorar o ágape de véspera, conforme reza velha tradição familiar.
Expliquei-lhe o que ele já sabe: é que o Recife fez de mim um menino travesso, dái nunca ter podido sequer cogitar de voltar a morar na cidade. Viveria tão euforizado pelas cores que duraria ainda menos do que o esperado.
Nada como a bruma de São Paulo e sua feiúra para aplacar minhas peraltices e refrear a alma pândega. O Recife para mim é vida e morte; começo e fim; alegria e desespero; tédio e explosão.
Mas obrigado a todos. Já somos candidatos a sediar a entrada do primeiro lustro, desde que com a presença do casal montanhês que estampava a alegria discreta das boas parelhas.
Em tempo: nada nos impede de nos ver nas ocasiões menores, não necessariamente em sessões plenárias. De vez em quando, estou pela terra e agora todos já conhecem o endereço. É só se habilitar. O bacalhau de D. Cosma fica de plantão.
Abraço,
Fernando
Amigo João:
Seu belo registro do nosso encontro recebeu ainda a moldura do comentário de Fernando, com a sua habitual riqueza de expressão e fina sensibilidade. Nada que eu possa comentar terá o dom de agregar algum valor aos dois textos. Digo apenas que adorei, e que esta convivência está dando um novo sabor à minha vida. No mais, valho-me do velho oximoro do “silêncio eloquente”.