Está difícil manter a calma na discussão com certas militantes do feminismo nesta primavera de 2015. Só em parte devido a uma questão dentre as fáceis do ENEM deste ano. A discussão chegou ao mesmo nível de elegância de um debate no Senado, ontem, em que um Senador e um Ministro ficaram alguns minutos gritando “Vossa Excelência é um safado”, com grande ênfase em “Vossa Excelência”.
Achei no mínimo inadequada a tal questão feminista ou de gênero no ENEM. E assim me vi dentro do grupo “eles” (plural cujos membros individuais não foram especificados na postagem que supostamente defendia as mulheres e o ENEM), em “eles gritam contra qualquer um que tenha um mínimo de cultura, pois são tão ignorantes e se acham tão superiores que destilam fel quando percebem que são apenas burros”. Achei que, diante disso, não podia deixar de destilar meu fel.
Vamos à frase de Simone de Beauvoir e às perguntas:
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino”.
A pergunta pedia ao candidato caracterizar para qual movimento social da década de 1960 o pensamento de Simone de Beauvoir teria contribuído. E a resposta considerada correta era “organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero”.
Vamos esquecer que, assim solto, sem explicação, é bem esquisito definir mulher como “intermediário entre o macho e o castrado”. Para começar, no país em que grande parte dos alunos sai do ensino médio com pouca leitura, escrevendo mal e com conhecimento apenas elementar de matemática, essa escolha de uma frase solta, que implica uma interpretação não literal e em captar nas palavras sentidos atribuídos e indiretos, já é indicador do baixo nível cultural de formuladores querendo se passar por eruditos. É mais um sintoma de uma educação que negligencia o básico, português e matemática, e impõe uma retórica de teses gerais que ignoram fatos ou obscurecem a realidade. Sim, o ENEM deste ano teve outras teses impostas por meio de questões, em que o aspecto doutrinário é mais fácil de testar, e de impacto potencial mais grave: por exemplo, impôs que a globalização e a tecnologia são responsáveis pelo desemprego (o que é falso), ou que o desenvolvimento chinês se contrapõe ao socialismo “cuja característica principal é a extinção gradual das classes sociais” (para o que tampouco existe comprovação). Por isso é que preparadores da garotada que presta o ENEM recomendam responder logo essas questões “fáceis” e, na dúvida, escolher a resposta que é contra o capitalismo, contra a globalização, contra a tecnologia, contra os Estados Unidos. Um esforço de interpretação da frase de Beauvoir era desnecessário, está claro, pouco tempo depois do debate sobre a retirada dos itens sobre gênero do Plano Nacional de Educação.
É no mínimo simplista (ou quem sabe intelectualmente desonesto, em alguns casos) sugerir que uma posição de crítica à questão de gênero escolhida, que implica interpretar uma frase solta que Simone de Beauvoir tratou de explicar em mais de mil páginas de “Le deuxième sexe”, é apenas de pessoas que se encaixam no perfil de Jair Bolsonaro ou Silas Malafala. É possível que esses dois estejam reagindo apenas ao fato de que Simone de Beauvoir defendia o aborto, o sexo livre, relações homossexuais.
Primeiro, é necessário distinguir entre a frase da escritora, que buscava uma expressão-resumo que fosse de impacto, e o uso que dela fez o ENEM. Antes de ser feminista, De Beauvoir pertencia à turma dos existencialistas franceses, e a frase dela aplica à condição da mulher a ideia existencialista de responsabilidade individual, contra o determinismo. Segundo esses existencialistas, “o homem não é, mas se faz”.
E o contexto importa: o livro que explica a frase é de 1949. Isso é apenas 2 anos depois de a penicilina chegar ao Brasil. Na era da cirurgia plástica e do silicone, a frase “ninguém nasce mulher: torna-se mulher” pode ter um sentido completamente diferente do aspecto cultural, institucional e histórico analisado por De Beauvoir. Por isso faz sentido a reação rabiscada por uma candidata: “eu nasci mulher, tenho vagina desde que nasci”. Esta pelo menos respondeu depois de tentar interpretar a frase, e não simplesmente seguindo a orientação de preparadores.
Eu sou feminista desde as primeiras horas de vida, pois meus pais sempre trataram com o mesmo espírito de justiça seus filhos do sexo masculino e feminino. Eu estava aprendendo a ler, em português e alemão, quando ouvia de minha avó, Lucia de Ponte, que a mulher que se casa como meio de vida não é diferente da prostituta (e isso foi nos anos 1950s). Eu sou feminista desde que saí de casa aos 17 anos para ser presidente da União Nacional dos Estudantes Secundários. (Aliás, no Brasil não vi nenhum “protesto público pela igualdade de gênero” nos 1960s.) As minhas noções de igualdade de oportunidade e justiça foram confirmadas na leitura das bíblias feministas da minha juventude, “Le Deuxième Sexe”, de Simone de Beauvoir, e “The Golden Notebook”, de Doris Lessing. Era um feminismo igualitário, não uma proposta de “sindicato das mulheres”. Depois disso muita água correu debaixo da ponte, e eu vi muito oportunismo de mulher tirando vantagens injustas à custa de supostas teses feministas, vi a atuação do “sindicato de mulheres” na ONU e inclusive acompanhei de perto dois processos de assédio sexual na ONU em que as mulheres se fizeram de vítimas com acusações falsas. Tampouco me despertavam qualquer entusiasmo as tentativas de “mainstreaming of women’s questions”: só para dar um exemplo, um seminário sobre “mulheres e comércio internacional”. Propor o que? Que os países em desenvolvimento exportassem apenas têxteis, porque empregava mais mulheres? No fim era pura retórica.
Assim, cansei do tema, talvez porque já não preciso mais abrir caminho e mereça a frase de uma velha propaganda de cigarros ultrapassada: “I came a long way, baby”. Alguém pode até considerar que não tenho direito de discutir feminismo, pois não posso citar uma única vez na vida em que eu tenha sido prejudicada profissionalmente por ser mulher.
Ou quem sabe a memória esteja me traindo. Só se o fato de ser mulher teve influência no fato de que escapei, por apenas um voto, de ser expulsa da velha UJC, a União da Juventude Comunista dos anos 1950s, ligada ao que era apelidado de Partidão. Já não lembro exatamente o ano, só sei que foi no fim dos 1950s. Mas o exemplo talvez não seja bom, pois até hoje não sei se foi um mal ou um bem não ter sido expulsa. O importante é que ao menos escapei de ser expulsa da Faculdade, acusada de niilismo pelo que eram então os conservadores de plantão, em especial o Diretor da Fenefi. Escapei por um triz. E o que feminismo tem a ver com esse episódio? A discussão era em torno do livro de Friedrich Engels, “A Origem da Família e da Propriedade Privada”. Li o livro, até porque fiz o confronto da tradução de Leandro Konder com o original alemão, mas o que lembro de ter “extraído” do livro, quando apenas iniciava a vida universitária, foi que virgindade era coisa do capitalismo, era importante que fosse preservada só para haver ordem na transmissão da propriedade no sistema capitalista. Hoje isso é besteirol, que a virgindade das mulheres já não importa nada (certamente no Brasil) e, no entanto, a transmissão da propriedade continua firme e forte, tem bastante gente vivendo de herança, sem trabalhar, e não se consegue aumentar o imposto sobre a herança. Mas, há mais de meio século, era bem diferente o que se considerava comportamento normal. Fato é que, por causa de Engels, e possivelmente porque eu não pretendia casar nem tinha propriedade merecedora de transmissão, fui tirar minha virgindade com o colega que me convenceu, depois de discutir por vários dias e dezenas de páginas de “A Origem da Família e da Propriedade Privada”.
Foi um escândalo. Eu não vi, mas parece que teve até reportagem com o tema “quem não tem cadilaque ataca de ‘O Capital’”. A UJC achou que eu devia ser expulsa, nem lembro se queria expulsar também o tal colega. Pois é, o contexto importa. Era bem diferente ser feminista naquela época. É uma história impossível de acontecer mais tarde. O mais interessante da experiência é que a defesa, contra a expulsão, foi feita arguindo com Engels, adicionalmente com “O Capital” de Marx. E como o pessoal do Partidão não podia dizer que Engels e Marx estavam errados, a acusação defendeu a tese de que “a vanguarda não devia avançar demais em relação às massas”. Só rindo – em retrospecto: não sei quanta gente sabe que, na retórica comunista daquela época, ensinava-se aos jovens comunistas que “o Partido (Comunista) é a vanguarda da classe operária”. Acho que foi a última reunião comunista de que participei.
Hoje em dia esse tema da “igualdade de gêneros” só me interessa, no cotidiano, para cuidar que não se pratique injustiça. Não é meu tema de estudo, e como tema de debate filosófico só me interessou durante o curso de filosofia na antiga Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro que logo deixaria de ser capital. Mas, diante do vitriolo, achei de mostrar que não sou, usando uma imagem de outra era, um “Bolsonaro de saia”.
Talvez a minha má vontade com o feminismo imposto pelo governo e neste ENEM feminista tenha uma explicação adicional. Meu feminismo é outro, e está refletido nesta postagem da campanha eleitoral de outubro de 2014, que reproduzo tal qual:
“ NÃO ACREDITO!!! QUE MERDA DE FEMINISMO E ESSE? Eu briguei pela igualdade de direitos e oportunidades a vida toda para ver isso? O último comercial da Dona Dilma diz que “Aécio tem mostrado dificuldade em respeitar as mulheres.” E aí mostra Aécio Neves, nos debates da TV, falando duro com a Dona Dilma e com a boneca Luciana Genro, e pergunta se alguém com essa atitude pode ser Presidente. Que idiota de feminista é essa que acha que uma mulher pode dizer as maiores barbaridades e mentiras, e esperar que o adversário não responda, simplesmente sorria? ISSO AÍ É FEMINISMO DA VITIMIZAÇÃO, NADA TEM A VER COM IGUALDADE DE OPORTUNIDADES. É APELAÇÃO DA GROSSA! UMA MULHER ASSIM NÃO PODE RESPRESENTAR AS MULHERES DO BRASIL.”
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Helga,
Acho que com esse texto tão rico em reflexões, temos afinal um simulacro da biografia de que falávamos dia desses nesse espaço. Ele atesta, ademais, que um vida diversificada pode se desdobrar em capítulos que tanto podem ser apreciados em separado ou no mosaico amplo de facetas múltiplas. As questões em torno de ideologia e gênero -metabolizadas no belo desabafo final – são tão verdadeiras quanto inusitadas. Nada mais odioso do que a pessoa fazer de uma alegada fragilidade uma alavanca para desencadear tempestades de chantagem emocional na vida pessoal e profissional. Isso é uma indústria, uma contravenção, um achaque.
Foi também muito oportuno apontar essas arapucas em que se enredaram esses formuladores do tal ENEM. Parece que vejo a cara deles e os ares que se dão quando engendram essas patranhas. A propósito, estou em Coimbra para um seminário sobre Interculturalidade que acontecerá na universidade local na tarde de amanhã. Ontem fui fazer um reconhecimento de terreno e papear com uns alunos do programa Erasmus. Na saída, ao pé da estátua de Dom Dinis, li a seguinte frase: “Não posso ser a mulher de sua vida porque já sou a mulher da minha”. Imagina se um nó desse se instaura na cabeça de um examinador do ENEM.
Uma pergunta-provocação a quem de direito. Num tempo em que algumas mulheres estão levando sucessivos reveses na política (Rousseff, Bachelet, Kirchner), me chama a atenção a rápida deterioração da popularidade – e da inegável liderança – dessa pessoa extraordinária que me parece ser Angela Merkel. O fechamento de fronteiras ( Eslovênia, Áustria, Sérvia, Croácia e Hungria) bem como as ameaças à estabilidade do Tratado de Schengen estão sendo imputadas à “Mutti”. Pergunto: em que medida ela não está errando na dosagem? Provoco: um coração masculino – o que quer que isso signifique – teria sido tão condescendente?
Em tempo: o sábio Ben Gurion costumava se referir a Golda Meir como “o único homem de meu gabinete”.
FD
Fernando, começando pelo fim: também estou perplexa com o deslocamento político na Europa com a crise dos refugiados. Será que os alemães acham que a Angela Merkel foi “Mutti” em excesso? Que deveria ser “mãezinha” apenas dos alemães? Em parte é a tomada de consciência de que as implicações práticas do “Willkommen” (título de um editorial da “Será?”) são duras: moradia (que as barracas não bastam no frio que se aproxima), escolas para crianças que não sabem a língua e nem inglês, assistência médica, tradutores, polícia e judiciário para conter a violência do PEGIDA, alterações no orçamento público. E em grande escala. Vou ter que olhar de novo.
Quanto aos aspectos biográficos, não tenho uma posição clara sobre o seu uso numa discussão que deveria ser técnica, sobre como reformar o sistema de educação no Brasil, em particular no nível médio (que é o avaliado pelo ENEM). O debate sobre essa questão do ENEM, supostamente em defesa da “igualdade de gênero”, ficou tão fanático e emocional, que houve xingações e comentários apagados em páginas do Facebook, por exemplo. Alguém que postou grandes aplausos ao “ENEM pela igualdade de gênero e crítico da violência contra a mulher” apagou o meu comentário discordante. Nem gosto dessa expressão, “igualdade de gênero”, quando o que se quer é igualdade de oportunidades para todos. Então aproveitei minha bio só para frisar “calma gente, não é só Jair Bolsonaro que tem críticas a essa questão do ENEM”.
Você acrescenta camadas adicionais, outros exemplos de sentidos atribuídos. E aqui na terra a discussão está ficando engraçada, quase inacreditável. A Câmara de Vereadores de Campinas aprovou (por 25 a 5) um pedido ao MEC para que a anule a questão que cita Beauvoir “para que se restabeleça o respeito ao Estado Democrático de Direito” (sic). Piada? Parece que a questão do ENEM foi interpretada como imposição de opinião. O vereador Campos Filho (do DEM) teria argumentado, em favor do pedido, que “a maioria da população é a favor da lei da natureza” (sic) e que “homem nasce homem e mulher nasce mulher” (sic). (O Estado de S.Paulo, 31 de outubro de 2015, p. A 16) Espero que tomem as palavras do vereador como evidência de que não se pode incluir em uma avaliação do ensino médio, no Brasil, frases contendo palavras com sentidos atribuídos, com duplo sentido de interpretação um pouco mais complicada. Pois houve mesmo quem quisesse melhorar o verbete bastante sumário da Wikipedia sobre a Simone de Beauvoir com a contribuição de que “ela não sabia nada de biologia”. É realmente surrealista a pretensão de tal julgamento, claro que é de alguém que não leu uma única página das 1000 e tantas de “Le deuxième sexe”.
Chega por hoje. Obrigada pela oportunidade de esclarecer alguns pontos, ainda que v. tenha levantado mais questões. E se os leitores reclamarem que está muito comprido, vou dizer que a culpa é do Fernando Dourado . abs , hh
O problema é justamente esse: nós temos dificuldade em definir o que é ser feminista, em definir qual é a luta do feminismo, justamente por que temos dificuldade em nos entender e dificuldade em refletir, em ser crítico. E o modelo educacional que temos não contribui para isso, ou seja, como podemos perceber pelo próprio exame, o aluno deve encaixar um trecho de um livro em uma resposta do tamanho de uma frase. Sendo que o aluno deveria fazer o contrário, isto é, contextualizar a frase abrindo a interpretação em várias vias e não somente a via a qual o produtor do exame escolheu para ser a correta. Necessitamos de uma transformação profunda na educação
Eu considero que a pergunta do ENEM 2015 supostamente defendendo a “igualdade de gêneros” não é adequada em um exame para julgar o conhecimento e a capacidade de aprendizado de jovens que acabam de terminar o ensino médio. Essa discussão sobre se devemos ou não incluir o tema “igualdade de gênero” no ensino secundário ficou tão polarizada e fanática que as pessoas que criticaram a inclusão da questão no ENEM (ainda mais com aquela introdução de uma frase de 1949) foram simplesmente identificadas como eleitores do Bolsonaro e, literalmente, xingadas, ou então tiveram suas postagens de debate no Facebook apagadas, em nome do feminismo. É verdade que não fiz aqui uma discussão adequada do que seja ou não o feminismo, que seria mais complicado.
Ou seja, os dois lados estão errados.
Me envergonha uma presidente que além de se fingir de vítima de machismo, ainda representa o que há de mais machista na sociedade brasileira: A ideia de que uma mulher é marionete de um homem.
A Presidente Dilma Rousseff, algumas vezes, até tenta ter uma atuação independente do “padrinho”. Mas é tão incompetente, insegura e desarticulada que não consegue. O “padrinho” é uma raposa política, consegue enrolá-la no dedo mindinho. Talvez por isso mesmo é que a apontou como candidata em 2010. Eu só quis dar um exemplo concreto de manipulação do tema da “igualdade de gênero” na campanha eleitoral de 2014. Houve vários exemplos, inclusive em discursos de campanha do “padrinho”. Aliás, prefiro acentuar a “igualdade de oportunidades para todos”.
Reflexões oportunas Helga. Quando cheguei a ONU, meu conselho consultivo de 28 membros tinha apenas uma mulher! Mandatos de 3 anos, renováveis uma vez, dificultavam mudanças rápidas. Mas, quando deixei a ONU, cinco anos depois, as mulheres somavam sete dos 28 membros. Buscava ampliar oportunidades e incorporar diversidade a discussão do tema de ciência e tecnologia para o desenvolvimento.
Parabéns, Sergio, se o ASG for CST conseguiu incorporar mais profissionais mulheres. Aliás, cada vez que na ONU queriam que eu tratasse de “women’s issues” eu pedia que o tema fosse entregue a um homem. Quando eu falo no “sindicato de mulheres” da ONU eu lembro é do Luis Maria Gomes (morreu não faz muito tempo, na Argentina), pois o que fizeram com ele foi uma bruta injustiça. Sim, era um argentino arrogante e sedutor. Mas a vítima foi ele, ele jamais faria nada a uma mulher sem o consentimento dela. E acabou a carreira dele porque a administração da ONU assumiu, por princípio, que mulher não mente. Algumas mulheres chegaram a fazer um abaixo assinado em defesa dele, pois sabiam que a Claxton estava mentindo, ela até ofereceu retirar a acusação de assédio se a passassem de GS a P. Fica comprido relatar mais casos. Houve uma época lá no Departamento em que ninguém mais fechava a porta da sala, e quando quase coloquei na minha porta uma folha com os dizeres “Damsels in distress, how come it never happened to me?”