Depois de um ano de confusas e manipuladas investigações, com graves suspeitas de obstrução da justiça por instituições policiais cariocas, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois suspeitos de participação direta no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. O policial militar da reserva Ronnie Lessa e o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz seriam membros das milícias, que dominam várias favelas do Rio, e do Escritório do Crime, que pratica assassinatos por encomenda. A opinião pública parece aceitar que tenham sido estes os verdadeiros autores diretos do assassinato de Marille e Anderson, mas cobram, com razão, o aprofundamento da investigação para identificar os mandantes do crime. Principalmente se os dois são do Escritório do Crime que, vendendo os serviços, não teriam motivação direta. Este é um primeiro aspecto importante da questão: quem mandou matar Marielle? Tudo indica que pessoas influentes podem estar por trás do crime, considerando todas as manipulações que envolveram, até agora, a investigação. Entretanto, existe uma questão mais ampla e que está por trás deste crime: como desmantelar e vencer o controle que o crime organizado – milícias e narcotraficantes – exerce em grande de parte do território do Rio de Janeiro, e que permite, além do mais, contaminar quase todas as instituições policiais, políticas e judiciais do Estado? Como disse o deputado Marcelo Freixo em entrevista à Revista Piauí assinada por Alan de Abreu, “a milícia não é o Estado paralelo, é o Estado leiloado, porque transforma o domínio territorial em domínio eleitoral. Por isso elege representantes e dialoga com o poder”. Se a motivação política da morte de Marielle constitui uma ameaça à democracia, o domínio territorial do crime organizado é uma afronta ampla às instituiçoes democráticas e ao estado de direito. Até quando o crime organizado vai continuar fazendo vítimas, submetendo as comunidades à extorsão e à violência, e ameaçando os procuradores, juízes e políticos que ousam denunciar e confrontar o seu poderio e a sua prática criminosa?
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A pergunta para além de “quem matou Marielle?” Como combater o crime organizado e espalhado pelo poder, agora no governo federal?
Xeu entrar de cabeça nesse pântano em que envolve policiais, bandidos, traficantes, milícias, e políticos, como não?
Vou defender um pouco os policiais. Por favor, aguardem um pouco antes de começarem a bater em mim. Desde o assassinato que o caso teria tudo para ser de dificílima solução, explico:
As testemunhas da execução só firam o atirador com uma toca de ninja e luvas encobrindo os braços;
Era noite, e todas as noites os gatos são pardos;
O atirador era extremamente profissional. Os carros emparelharam e os 13 (?) tiros foram certeiros;
Marielle e o motorista Anderson morrem no ato. Só se salva a assessora da vereadora;
A assessora não conseguiu ver maiores detalhes da cena;
A assessora desconhece qualquer atrito de monta entre a vereadora e os seus pares. Assim ficou de extrema dificuldade a busca dos autores do atentado.
Vamos agora para o0 desenrolar da busca de alguma pista que levassem aos autores:
Foi identificado o carro dos assassinos como um cobalt;
A polícia sai atrás de todos os cobalts do Rio de Janeiro;
Foram procurados os cobalts da cor do dos assassino. Foram identificados mais de 10 veículos da cor rodando no RJ. Todos foram procurados e todos os proprietários prestaram depoimentos;
Foi achado o que tinha a placa do evento. Chegou-se a conclusão que o cobalt estava com a placa clonada. Estaca quase zero…;
A polícia passa a pesquisar todas os milhares de contatos por celular ocorridos naquele instante fatal;
Nesse ínterim aparece uma pista falsa de alguém que denuncia dois possíveis autores. Nada feito!
Até que chegou-se aos dois mais que prováveis autores do atentado. Quem se der ao trabalho de ler no G1 da Globo verá que as comunicações entre os Ronnie Lessa e Élcio Queiroz s~´ao compatíveis com a cena do crime.
Resta umas perguntas: Quais os motivos que levaram ao assassinato?
Alguém está por trás como mandante?
Observação: como tudo indica que o crime está misturado com policiais, milicianos, tráfego de armas e de drogas, pode muito bem dentro das investigações aparecerem olheiros desviando o rumo das mesmas.
A chance seria a tal da “delação premiada” levar aos dois ex-policiais meterem a boca no trombone.
Desculpem-me se houver erros. Não fiz revisão do texto
Um Editorial comedido. Mas já que um comentarista quase escreveu um conto policial, acrescento que li que a viúva de Mariele estaria pedindo pensão e que alguém perguntou: é justo? pois a viúva seria arquiteta e não dependia de Mariele. Eu estava discutindo a reforma da Previdência, e respondi apenas que não podia tratar de casos individuais. Mas continuaram entrando na legislação de pensões, e então foi observado que a primeira coisa que a viúva teria que fazer seria conseguir de um juiz o reconhecimento de união estável. O contista não tratou dessa questão, e nem do suposto namorado de uma filha de um dos ex-policiais suspeitos.