Chico de Assis >
A imagem que mais me ocorre ao lembrar esse dia é a minha saída do prédio da Agência Nacional (o mesmo dos Correios, na Av. Guararapes), onde trabalhava como repórter-auxiliar. Saía com meu irmão mais velho, Antonio Avertano, diretor da Agência e também metido em subversão à época, além de mais alguns velhos comunistas que lá trabalhavam. As ruas já respiravam o clima de golpe.
O Palácio das Princesas, cercado por tropas do Exército, contrariava a previsão do dia anterior, feita pelo próprio governador Miguel Arraes, em rápida entrevista que com ele tivemos (eu e meu irmão), no fim da noite de 31 de março. Ele acreditava (ou, para nos tranquilizar, nos deu a entender que acreditava) que o golpe seria debelado. O general Amauri Kruel, comandante do II Exército, aderiria ao Presidente João Goulart, e o general Justino Alves Bastos, do IV Exército, emprestar–lhe-ia apoio aqui no Estado.
Traído em sua expectativa – no transcurso de uma madrugada plena de traições – Arraes se viu cercado pela manhã e intimado a renunciar ou aderir. O governador dos pernambucanos assumiu a digna posição que o projetaria para a História e o transformaria num dos líderes políticos mais admirados de Pernambuco. Não renunciaria, nem muito menos aderiria aos golpistas. Seu mandato lhe havia sido outorgado pelo povo. E só ao povo seria entregue. Saiu preso, escoltado por forças militares, levado ao 14º Regimento de Infantaria e posteriormente desterrado para a Ilha de Fernando Noronha, em cujo presídio passaria boa parte do seu tempo de prisão.
Eu estava meio assustado com tudo. Tinha então 17 anos. Minha militância – embora já engajada à juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB) – resumia–se a infindáveis discussões na esquina da Sertã (famosa cafeteria da época, na esquina da R.da Palma c/Av. Guararapes), a atuar no Clube Literário Monteiro Lobato (que havia fundado, ao lado de outros companheiros e que denominávamos “QG do estudante nacionalista”) e a acompanhar, com enorme entusiasmo, os avanços sociais que um governo efetivamente democrático realizava. Poucos dias antes, Luis Carlos Prestes, então secretário–geral do PCB, havia dito pela imprensa não existir nenhuma condição para um golpe de direita, que as conquistas sociais eram irreversíveis e que nada deteria o avanço do povo. Era natural que estivesse perplexo, diante do que começava a ver.
Abandonei os companheiros de trabalho numa das margens da avenida e me dirigi à ponte Duarte Coelho, onde já despontavam os primeiros cordões da passeata de estudantes, bancários e alguns poucos trabalhadores de outras categorias, que se dirigiam ao Palácio, em solidariedade ao governador sitiado. Naturalmente, me incorporei a ela. Quando chegamos na esquina da Guararapes com Dantas Barreto, a um quarteirão do Palácio, as tropas militares se movimentaram em nossa direção. Pusemo-nos todos a cantar o Hino Nacional e alguns a desenrolar as bandeiras nacionais que conduziam, na esperança de que o gesto paralisasse as tropas, como ocorrera em escaramuças anteriores.
Várias rajadas de metralhadora e fuzil foram a resposta que tivemos aos nossos gritos de “fascistas” e de “não passarão”. Recuei correndo até a Igreja de Santo Antônio, quando soube que o corpo visto pouco antes, em meio a uma poça de sangue, era de Jonas Albuquerque, menino poeta de 16 anos, meu colega no Colégio Estadual de Pernambuco. Outros tiros, soube depois, atingiram Ivan Aguiar, estudante de Engenharia, filho de notória família comunista em nosso Estado. Meus pais moravam à época em bairro central. Foi lá que atordoada e apressadamente cheguei, para arrumar uma pequena mochila, ouvir o choro de minha mãe e as eternas admoestações do meu pai, “quem não obedece ao pai, termina tendo que obedecer à polícia”.
Deixei os dois em pânico e saí meio sem rumo. Procurava alguma orientação, um pouquinho mais ajuizada que a recebida de um vulto agalegado, que conhecia das assembléias estudantis, logo depois de sair de casa: “agora é pegar em armas, companheiro; faca, revólver, facão e se juntar no campo ao velho Griga!”. Possivelmente naquele mesmo momento, o velho Griga, o histórico líder comunista Gregório Bezerra, estava sendo preso no município de Cortês (Zona da Mata pernambucana). Depois de achincalhado e torturado por verdugos como os coronéis Hélio Ibiapina e Antonio Bandeira, em pleno QG do IV Exército, ele foi entregue à sanha assassina do coronel Darcy Ursmar Villocq Vianna – o coronel Villocq, e conduzido ao Quartel de Motomecanização, no bairro de Casa Forte. É o próprio velho Griga que conta:
“…puseram–me numa cadeira e três sargentos seguraram–me por trás, enquanto Villocq, com um alicate, ia arrancando meus cabelos. Logo depois, puseram–me de pé e obrigaram–me a pisar numa poça de ácido de bateria. Em poucos segundos, estava com a sola dos pés em carne viva…” (Memórias, Boitempo Editorial: São Paulo – 2011, p. 537)
Nessas condições, Gregório foi depois arrastado pelas ruas de Casa Forte, uma corda amarrada ao pescoço, para gáudio dos torturadores recém-vitoriosos e escândalo das tradicionais famílias do bairro. Elas começavam a descobrir o tipo de sistema que elas mesmas haviam ajudado a engendrar nas famosas passeatas com Deus, pela Família e pela Liberdade, do pré-64.
Mesmo sem ter, àquela altura, conhecimento de nenhum desses fatos, diante da proposta e do tom meio desesperado do companheiro, eu me limitei a rir (espécie de reação nervosa que me ocorre quando não sei bem o que fazer) e segui meu caminho ou descaminho. A noite se abateu literalmente, não só sobre o Recife. A mentira – que brincalhonamente atribuíamos à passagem do 1º de abril – estendeu seu manto sobre os dias subsequentes. E duraria 21 anos!
* Ex–preso político de Pernambuco e Jornalista.
Este texto é parte da Série 1964 – Memórias de Abril, um resgate coletivo e fragmentado da história.
Tenho ficado esperando pelo dia que a “Será?” publica estes depoimentos.EStamos caminhando para um bom livro com a coleção.
Cristovam
Cristovam,
mesmo sem o livro, é preciso que você corrija neste blog, a falha (compreensiva), da sua memória, ao colocar seu professor portugês Brotas como aquele que carregou o Jonas o jovem baleado. Logo quando li o que descreveu, achei que talvez fosse a minha memória a me enganar, com a imagem de uma camisa toda suja de sangue com a qual meu irmão retornou a nossa casa dizendo para mamãe:” não estou ferido, foi porque lá perto da Sudene os soldados estavam atirando e um menino caiu, corremos para socorrer e eu o carreguei para colocar numa carro que apareceu…”
Bem, essa é a nossa memória familiar que tínhamos daquele fatídico dia. Mas ao reler tantos depoimentos na Revista Será fiquei duvidando daquela já tão antiga lembrança… Pequei o telefone liguei para meu irmão e pedi para que ele me contasse o quê mesmo havia ocorrido quando ele estava indo para o prédio da Sudene. Ele repetiu tudo sobre o rapaz baleado, de carrega-lo e depois ter ido encontrar um pessoal do projeto do Maranhão que estava em treinamento no Recife, e do susto que as moças tomaram ao ver sua camisa manchada de sangue, e que só naquele momento se dera conta.
Logo que começaram os relatos sobre esse maldito dia, liguei para Tesesa Sales e falei sobre a história do meu irmão. Alguns dia depois ela me telefona e diz: acabei de receber um telefonema de José Expedito Prata dizendo que quem carregou o Jonas foi o irmão de Helena.” Eu estava do lado dele só não me lembro mais o nome dele”.
Esperei muito para que a Revista mesmo achasse uma maneira de introduzir uma correção, em lapsos tão comums em memórias já longevas…
Como nenhuma menção foi feita, lembrando a “comissão da verdade”
venho finalmente cumprir com o que prometi, revelar o nome do jovem que carregou nos braços o Jonas baleado: o Engenheiro Agrônomo pernambucano, MÚCIO SOUTO MAIOR PESSOA. O qual, ao lembrar do fato, não se ufanou nem um pouquinho e fez questão de lembrar que havia outros ajudando…
O Artigo do Chico de Assis reafirma as cenas de barbárie que ocrreram em Pernambuco no dia do golpe militar, mas, também mostra o clima de perpelxidade não só dele, um jovem de 17 anos, mas do conjunto das forças progressitas. As ressalvas sempre cabem na atitude dígna de Arraes em não se submenter as exigências dos militares ou o martírio de Gregório, sem falar no destempero de exercito de atirar em uma passeata de pouco mais de mil estudante em alguns poucos populares. Na pesquisa que fiz para a minha teses de mestrado-(1980) constatei que a força orgânica das esquerdas estava muito aquém da cantilena de Carlos Prestes e dos Sindicatos, que cada vez mais abandonvam o trabalho de base para se acastelharem nas cúpulas dos pactos sindicais e no aparelho de Estado.Tão alheios a realidade estavam, que em nenhum local do País a Greve de resistência ao golpe durou mais de seis horas. Presos, perplexos ou foragidos os principais dr igentes não tinham nenhuma base de sustentação nos locais de trabalho e menos ainda, qualquer plano de resistência. A pesquisa nos jornais e documentos da época mostra que o golpe já estava na janela e só a esquerda não via.
Não tinha nascido na época, nasci 11 anos depois de 1964, mas me interesso por essa histórias e essa particularmente do Gregório Bezerra é arrepiante. Há pouco tempo, vi um documentário na TV, onde falavam os descendentes dele. Realmente, parecia algo de ódio, vingança pessoal contra ele. Muita gente foi torturada e morta aconteceram vários casos, do Pe. Henrique, do Herzog, mas essa história do Gregório Bezerra em particular é algo aterrorizante. Ele foi cruelmente martirizado.
gostaria de receber estes artigos sempre
Muito bom seu aporte ao artigo, caro Zé Arlindo. Enriquece o texto com informações e deduções extraidas do laborioso trabalho de pesquisa acadêmica em que o amigo está sempre envolvido, além de abrir campo para um debate que até hoje preocupa particularmente as forças de esquerda: na conjuntura daquele período, haveria alguma condição para o desencadeamento de um processo de resistência ao golpe, atravês das armas?
De minha parte, eu tenho a impressão de que, se houvéssemos tentado tal feito, teríamos apenas antecipado o grandioso desastre verificado só após outro golpe – o de 68, conhecido como o “golpe dentro do golpe”. Embora seja dificil configurar períodos históricos, através do incômodo “se”, dá pra afirmar com relativa segurança: com os níveis de consciência social e política até então manifestos nas lutas dos trabalhadores (bom lembrar que os milhões de deserdados do campo quase não apareciam então em nossa cena política), que podem ser aferidos em qualquer trabalho de pesquisa mais profundo, nós estariamos condenados a uma derrota fulminante e talvez mais esmagadora e contundente do que a ocorrida alguns anos depois.
O debate é bom. E se puder ser aprofundado em algum momento pela Revista, seria uma boa contribuição ao processo, atualmente em curso, de resgate e reinterpretação da nossa História.
Caro Chico
Parabés pelo depoimento. Trazer a figura de Gregório para a cena fundadora do Golpe de 64 é fundamental para relembrar a barbárie fascista dos coroneis Villocq, Ibiapina, Bandeira e tantos outros que desonraram, nestes 21 anos, as forças armadas brasileiras. Todas as bestialidades cometidas contra ele nunca afetaram o enorme humanista que conheci na prisão dois anos depois. Duas cenas inesquecíveis do nosso velho camarada. Quando cheguei à casa de denteção transferido de uma prisão militar e muito debilitado, ele me obrigou diariamente, durante duas semanas, a tomar o leite que sua família trazia para reforçar sua alimentação – “você precisa mais do que eu”. Outro dia, quando Walkiria chorava, me esperando na auditoria militar, ele, que também esperava por uma audiência, pega no braço dela e diz em surdina – “Não chore minha filha é isso que eles querem”. Essa forma humanista e forte de ser era a força de luta que sustentava a capacidade de organização política que tanto amedrontou seus torturadores já nos primeiros dias de abril de 64.
Em primeiro lugar, peço que meu nome e comentário sejam divulgados.
Comento: Eis o retrato cruel e verdadeiro do Golpe de 1o. de Abril de 1964, pela corajosa, realista e sempre verdadeira escritura de FRANCISCO DE ASSIS BARRETO DA ROCHA FILHO, meu amigo há 50 anos.
Jonas Albuquerque Barros, conheci aligeiradamente. Era amigo do seu irmão mais velho, Carlos Albuquerque Barros, que estudava engenharia com um vizinho, na Rua João pereira de Melo, 359, onde morava com minha família, Carlos Henrique do Rego Feitosa.
Quanto a Ivan Aguiar, sua família era de Palmares, seu pai, Severino Agiar, era militante do PCB.
Lembro de Ivan veraneando em São José da Coroa Grande, imitando o vai e vem das vozes dos locutores nas ondas curtas do irradiamento dos jogos do Brasil, na Copa de 58. Nestes tempos de comunicação por satélite, os jovens coevos não podem avaliar como eram essas vozes vindo e sumindo no éter.Isso em 1959 ou 1960.
Depois de alguns poucos anos, em 1964, foram fuzilados no centro do Recife, e, enterrados em caixões lacrados.
Meu amigo Chico foi testemunha dessa tragédia.
Todo desprezo à memória do Coronel Villoch e seus gorilas assassinos.
Nossas homenagens perenes à memória dos dois mártires.
Paulo Henrique Maciel
OAB/PE 3735
êta piadinha safada essa do 1º de abril de 1964! Como custou ao país; como nos custou. O relato do Chico de Assis nos recoloca naquele cenário, naquele momento. Eu estava (como ainda estou) no Rio, mas não foi muito diferente. Talvez em Pernanbuco a repressão tenha sido mais violenta nesse primeiro momento do Golpe. O episódio do Gregório Bezerra foi aterrorizante, como diz o Leonardo Chaves e já anunciava as práticas que a ditadura iria instituir. Parabéns, grande Chico, por manter a memória ativa e alerta. Parabéns à revista Será?
Em primeiro de abril de 64, então com 11 anos de idade e iniciando o ginasial no Colégio Pernambucano, fui impedido de seguir pela Praça 13 de maio, já ocupada pelos militares. Retornei para minha residência em Campo Grande, onde encontrei minha mãe desesperada por não saber notícias do meu pai, na época líder portuário e membro do PCB. Dias depois preso na Casa de Detenção do Recife, juntamente com outros 19 portuários. Foram anos críticos com o velho Zéca exilado dentro do próprio Pais, já que havia sido cassado pelo AÍ-2 , perdendo os direitos de cidadão, até 1979 quando foi anistiado.
” Golpe de abril de 1964, jamais! “
Lembro-me que houve uma concentração na Rua do Hospício, em frente a Faculdade de Engenharia. Lá encontrei alguns amigos do Monteiro Lobato e outros do Colégio Estadual de Pernambuco, entre eles Davizinho Capistrano e Jonas,que confirmaram a deposição de Arraes e a passeata até o Palácio do Governo. Seguimos, pela Rua da Imperatriz e Nova, Na Pracinha já havia uma grande aglomeração, com alguns discursos inflamados contra o golpe. Seguimos para o Palácio, lembro-me que vinha em nossa direção os militares armados quando começaram os tiros. Eu e um amigo do Monteiro Lobato, Toninho, já falecido, entramos na Sapataria Remilet, no Ed. Seguradora, O jonas vinha pela Ubaldo Gomes de Matos, caiu a nossa frente morto, assinado cruelmente.
Mais que avivar nossa memória com os cruéis acontecimentos a partir de lº de Abril de 1964, o relato doloroso de Chico presta um serviço às novas gerações, quando vemos emocionados relatos como os de Leonardo Chaves que nem tinha nascido ainda e José Moreira do Rêgo Lima que tinha apenas 11 anos e criança que era teve que voltar para casa. Mais ainda, relato que foi lindamente enriquecido com depoimentos como o de Aécio Gomes de Matos e outros contemporâneos.
Naquele dia, estava na Faculdade de Biblioteconomia assistindo aula. Soube do golpe e resolvi deixar a Escola e vir para casa [Rua do Cupim onde ficava também o DCE da UFPE] para tranquilizar meus pais. A professora que dava aula achava que era pegadinha de primeiro de abril e não queria nos liberar. Mesmo assim fui, e como irmã mais velha de 8, sai com meu pai, de escola em escola catando meus irmãos menores. Como integrante do Diretório Acadêmico da Faculdade, meu pai queria me esconder com medo que eu fosse presa. Pesada lembrança de minha juventude.
Obrigada Chico, por passar por cima de suas dores para partilhar conosco suas memórias!
Que a revistaSerá? publique mais e mais depoimentos daquela época para que as novas gerações tomem conhecimento do que certamente não fará parte dos livros escolares de História.
Pedaço de vida – ou vida inteira – que tornou nossa história mais amarga e, às vezes, menos azeda. Valeu, Chico!!! Valeu a força de remexer, reviver e rejuntar fragmentos de dor. Parabéns à Revista Será? pela iniciativa. Memórias de Abril é um abrir de olhos para estradas que se cruzaram e construíram outros caminhos.
Li o artigo de Chico de Assis, preciso nas palavras e nas intensões que ficam no infinito do sub-texto. Costumamos, em teatro, ler o texto e estudá-lo, antes de partir para a interpretação. O sub-texto é fonte poderosa para o entendimento do texto. Em cada frase de Chico, leio outras e do texto ergo cenários, climas, sonoplastias (O hinos e bandeiras respondidos com tiros de metralhadoras). Eu, naquela época amava o Betles e os Rolling Stones. Portanto rá´tá´tá taaaaaaaa. A verdade é que quando leio Chico de Assis, que tive o prazer e alegria de conhecer através de Alberto Vinicius (O Xanha)ganhei um amigo e um irmão. O amigo é Chico e, para ser sincero, o irmão é Alberto. O que vejo, como já disse, não nas entrelinhas (isso é pouco), mas no que o texto nos arremete é no caso que”esse” dia da mentira teve as pernas mais longas do se esperava. Foi relevada um dia, a custo de sangue, tortura, ocultação de cadáveres (lembro da última vez que vi Fernando Santa Cruz nos corredores da UNICAP, conversando com sua irmã.A Mentira tem pernas curtas, com o quer o dito popular, não foio caso “desse” 1º de abril. O que me perturba hoje, como professor universitário, é o desconhecimento, o alheamento dos estudantes, com muitas e honrosas exceções, desse tempo, como dizia Bertolt Brecht “em que falar de árvore é quase um crime”. O texto de Chico de Assis é um curta de uma longa história escrita com unhas e dentes, arrancados.
Todos os outros artigos, inclusive o do meu professor de economia internacional, quando era estudante da UNICAP, Cristovam Buarque (excelente mestre) apontam para uma construção social ainda pouco repartida com as novas gerações. Para finalizar lembro, o Prof. Cristovam, na Pracinha do Diário, num comício, discursando em nome da democracia e passando a palavra para o próximo orador. Era um operário, não lembro o nome, antecedido por pelo Prof.Buarque com a apresentação: “um operário, um operário no poder”.
Chegamos lá, botamos um operário no poder. E agora ? Qual será o próximo passo da história ?
O artigo de Chico de Assis. Sua objetividade e foco na narrativa, de quem emocionalmente viveu os fatos, paradoxalmente extrapola a realidade, por ser tão real. Esse choque de realidade nos transfere para o estado mental onírico,de pesadelo, diante tamanha violência daquele 1 de Abril. Barbárie e dia da mentira, juntos, formavam o realismo fantástico, tão comum em nossa América Latrina, vivenciado intensamente por um jovem saído da adolescência, foca de jornalismo, que tragado pelos acontecimentos, no olho do furacão, ver tombar seu amigo Jonas, pelos disparos das tropas fascistas do exército, contra a população civil, estudantes e populares, em protesto pacífico. O leviatã, emergira da frustração e do ódio, enlutando a nação, por longos 21 anos Parabéns a Revista será? Pelo excelente artigo.
eu gostaria de ler relatos da origem de quem provocou tudo isso e estamos pagando muito caro ate hoje nos e toda america latina e eles continua com suas politicas sujas e interferindo em outras soberanias.
CHICO,
ACABEI DE LER SUA CRONICA ,QUE O ROMILDO POSTOU NO GRUPO OS AMIGOS DE 68.EU SOU SUA AMIGA DO FACE BOOCK.MAS TE CONHEÇO BEM ANTES DISSO.LÁ DOS IDOS DE 68 EM RECIFE.FUI MUITO AMIGA DE ZANI IRMA DE RILDETE E TAMBÉM FUI DO MESMO GRUPO QUE VOCE E ROMILDO E SONIA E PEDRO ETC…
TALVEZ VOCE NEM LEMBRE DE MIM, MAS EU LEMBRO DE VOCE.BOM ,AGORA QUERIA LHE DIZER QUE ADOREI SUA CRONICA!!!.AO LER O TEXTO TEMOS A IMPRESSÃO QUE ESTAMOS VENDO TUDO SE DESENROLAR NA NOSSA FRENTE.
POR FAVOR ESCREVA MAIS E MAIS VEZES.NOS FAZ BEM LER UM TEXTO COM CONTEUDO E LEVE.EMBORA FALE DE COISAS TRISTE JÁ VIVIDAS, A FORMA COMO VOCE NOS PASSA A HISTÓRIA, DÁ VONTADE DE IR ATÉ O FIM E MAIS NUM FOLEGO SÓ.
PARABENS COMPANHEIRO!!!
UM CHÊRO E UM ABRAÇO,
MARGOT QUEIROZ
CHICO DE ASSIS , P A R A B E N S .
Sua cronica foi excelente , descreveu a realidade e a verdade do que ocorreu no BRASIl , no dia 01 de abril de 1964 , os militares foram tao burros que nao sabiam que e o Dia da Mentira.
E realmente foi uma grande mentira .
MAS o pior e que muitas pessoas acreditaram nos covardes e servicais militares.
Pessoas bem informadas sabem que , o idalizador do Golpe Miliatr no BRASIL, foi o ex-presidente John KENNEDY , o gala norte-americano.
MAS DEUS foi um bom e justo juiz, o Kennedy foi asassinado no Texas , nao teve a alegria ,o prazer de ver muitos brasileiros serem torturados e asassinados pelos covardes militares brasileiros.
E o seu successor, o Lydon Johson , deu continuidade ao massacre no Brasil.
E o Gal. Castelo Branco ? Um servical e informante do governo dos Estados Unidos.
E como presente, foi nomeado o ” presidente” do BRASIL.
Em Prnambuco, muitos estudantes e trabalhadores foram torturados e assassinados injustamente b ,porque eram contra o Golpe Militar e contra o governo dos Estados Unidos.
Lembrem-se da ” Alianca para o Progresso ” , o governo dos Estados Unidos , doaram caminhoes, jipes , tanques ,armas velhas , ultrapassadas ao governo militar brasleiro.Humilhacao.
E o ” Doe ouro para o Brasil ” ? Vergonhoso .
E a ” Marcha da TFP ” Vergonhosa .
E a grande maioria de brasileiros comemorando nas ruas ? Babacas.
E o incendio criminoso da Sede da UNE, na Praia do Flamengo, determinado pelos norte-americanos , porque os estudantes Nao permitiram que o Consul dos Estados Unidos, passasse na calcada da Sede da UNE ?
E a bomba do Rio Centro ?
E a bomba do Aeroporto dos Guararapes (Recife ) ?
E o Gal. Costa e Silva ? E o Gal. Medici ? Dois filhos do Diabo, perversos , torturadores , assassinos.
TODOS os generais brasileiros foram servicais do governo dos Estados Unidos.
E o hoje Deputado Federal, Jair Bolsonaro ? Oficial do excercito brasileiro , torturador perveso e assassino frio.
E muitos ” eleitores ” o perpetuam na politica.
E o ” honesto ‘ ,o “honrado” ,o “simpatico ” Jose Sarney ? Perpetuado na politica .
E o ” honesto ” , o ” honrado” , o ” queridinho ” da INTERPOL , o amado e perpetuado politico , Deputado Federal Paulo Maluf ?
E o ” honesto” e perpetuo senador Jader Barbalho ( ficou milionario com os desvios das verbas da Previdencia Social ) ?
E o “honesto ” , o ” simpatico “, o “gentil” Antonio Carlos Magalhaes ? E que deixou seus herdeiros , filhos e netos na politica .
E o ” simpatico” Roberto Magalhaes ?
E o ” simpatico” e ” gentil ” Moura Cavalcanti ?
E o ” simpatico e ” honesto” Wilson Campos , pai do querido Andre Campos ?
E o ” simpatico” e ” honesto” bajulador Paulo Guerra ?
E o Roberto Marinho , ” dono ” ( testa de ferro ) das Oragnizacoes GLOBO , poderosa e manipuladora empresa norte-americana, proprietaria da TV GLOBO , a TV dos BOBOS , eque e a preferida dos brasileiros ? E que colaborou muito copm os generais .
E a Folha de Sao Paulo ? Que cedeu seus veiculos para o DOPS ?
E a ” LEI da ANISTIA ” ? Covarde , inaceitavel , imoral e absurda .
E a ” Comissao da Verdade ? Uma grande mentira, uma grande enganacao.
E tem pessoas que acreditam nela.
Realmente , o BRASIL e o ” pais ” dos TOLOS.
Sugiro que, o Paulo Maluf seja o proximo presidente do Brasil e o Fernando Collor de Melo ,o VICE.
O Ordem e Progresso , sera DESORDEM e RETROCESSO.
Tenho ” orgulho ” de ser brasileiro.
Tenho “saudade” dos brasileiros.
BRASIL, ame-o ou deixe-o.
Preferi deixa-lo.
E agradeco muito a DEUS .
Bye , bye brasileiros.
Good luck.
Hug.
ITO CAVALCANTI
Rancho Cordova , California, U.S.A. .
.