“Jovens do Brasil, brasileiras e brasileiros:
Nós erramos. Erramos todos nós que recebemos de vocês mandato para governar bem o Brasil, esquecendo os sonhos de vocês. Nós todos, os políticos e seus partidos erramos. Mas, devo admitir que mais erramos nós que há 10 anos governamos o Brasil e especialmente eu própria errei ainda mais, como a presidenta de vocês.
Nós erramos ao sermos 6a economia e 88a nação em educação; ao deixarmos o Brasil ser o mais violento país do mundo, fora de guerra; ao priorizarmos sempre o privado, especialmente transporte, em detrimento do público; tolerarmos corrupção e não conseguirmos punir aos corruptos; erramos ao consumir o presente sem investir no futuro; ao deixarmos toda juventude sem sonhos de utopia para seu país e parte dela sem o atendimento do essencial para seu presente; ao montarmos governos de acordos, lotando os cargos, nem sempre utilizando os mais capazes.
Nós erramos e temos que agradecer a vocês que foram para a rua manifestar indignação com a realidade política do Brasil. E erraremos muito mais se não entendermos que dois milhões de pessoas nas ruas não podem aceitar menos do que uma revolução.
Creio, e gostaria de ouvir a opinião de vocês, que no momento não se trata de uma revolução econômica e social, como aquela que me levou às ruas e até a lutas mais radicais, algumas décadas atrás. Para mim, a economia e a sociedade precisam de fortes reajustes, de uma inversão nas prioridades, mas a revolução pela qual vocês vão às ruas está na subversão da atual estrutura política. Fazer uma revolução na política para que nossos dirigentes tenham o sentimento das necessidades e vontades que estão na alma do povo, e que nossos executores tenham o mérito necessário para ocupar as diversas posições com a competência que o Estado moderno exige.
Este é meu sentimento, como a presidenta do Brasil, mas quero ouvir vocês, sentir o que pensam, pedindo que escolham e me enviem interlocutores, sem que quaisquer deles tenham monopólio, ouvirei todas as vozes e não só aquela de meu partido e de minha base de apoio. Quando o povo coloca dois milhões de pessoas nas ruas, o governante não pode ter a cegueira de ficar restrito aos seus apoiadores e assessores. Até segunda feira, submeterei ao Congresso a proposta de realização de uma constituinte exclusiva para definir o marco legal de uma revolução na política. Antes de entrar em vigor, a proposta destes constituintes será submetida a um plebiscito, para saber se ela está de acordo com o que o povo deseja. Determinarei também aos meus ministros uma reanálise completa das prioridades dos investimentos e gastos governamentais, não apenas para os meses que restam de meu mandato, mas também para o futuro do nosso país.
Como quem na juventude lutou como vocês por um Brasil melhor, fico entusiasmada e grata pelo fato de a história ter me colocado o desafio de presidir um país onde 2 milhões de pessoas estão nas ruas protestando pelo acúmulo de tantos anos de erros, especialmente de meu governo. Eleita democraticamente, agora preciso ir além da eleição e me ajustar à vontade do povo. São desafios como este que permitem um governante na história, não apenas como administradora da herança recebida, mas como estadista do futuro a ser construído.
Eu agradeço a vocês não apenas pelo alerta, mas sobretudo pela chance histórica que me ofereceram. Não vou deixar de ouvi-los, não vou decepcioná-los, podem ficar certos de que dedicarei cada instante do que me resta do mandato para estar a altura do momento e de vocês.
Muito obrigada, viva a democracia, viva o Brasil que vocês querem construir.”
Cristovam, belo texto! Assim como “O preço do desprezo” retrata bem o atual contexto.
Ainda tenho esperança (mesmo duvidando de um motivo racional para tanto) de que nossos gritos nas ruas serviram para uma melhora nos rumos do país… Enquanto isso, estarei nas próximas passeatas pacificas que houverem!
Abraços!
Seria o mea culpa que poderia ser subscrito por todos os governos pós-ditadura, além de pelos políticos que, em não sendo governo, tanto contribuíram para embargar muitas das reformas que nosso país precisa de longa data.
Como atualmente as falas dos políticos se confundem – já que nos palanques todos parecem assumir as mesmas bandeiras, embora na prática a coisa seja outra – melhor mesmo seria começar por resumir o que seria o “discurso ideal” somente em ” Não vou deixar de ouvi-los, não vou decepcioná-los, podem ficar certos de que dedicarei cada instante do que me resta do mandato para estar a altura do momento e de vocês. Muito obrigada, viva a democracia, viva o Brasil que vocês querem construir.”
E começar a trabalhar neste sentido; afinal, de belas palavras o povo parece estar cheio, já as ouve há muito tempo; quer mesmo é belas ações, o que, mesmo no presidencialismo, não depende só de quem está presidente. O que vier daqui pra frente vai nos mostrar quem ouviu ou ouvirá a voz das ruas. Esta precisa se estender para além deste momento, só a participação e a cobrança continuadas podem gerar mudanças de verdade, não só nos discursos.
SOU A FAVOR DE CANDIDATURAS INDEPENDENDTE OU AVULSAS,EM TODAS AS ESFERAS, ATÉ PARA PRESIDENTE DA REPUBLICA, / E AINDA ACHO QUE DEVERIA HAVER MENOS PARTIDOS POLITICOS, JA TEMOS DEMAIS / E MAIS AS VAGAS DEVEM VOLTAR A SER DO PARLAMENTAR NOVAMENTE, PORQUE DEPOIS QUE O SUPREMO JULGOU QUE AS VAGAS SÃO DO PARTIDO O BRASIL VIROU UMA BADERNA, O CANDIDATO DE PARTIDO GANHA E TEM QUE FAZER O QUE O PARTIDO QUER SE NÃO É EXPULSO, E MAIS ESTE PARLAMENTAR É OBRIGADO A EMPREGAR TODO O COMANDO DO PARTIDO EM ALGUM CARGO PARA NÃO SOFRER RETALIAÇÕES, ISSO ACABA QUE NOS CARGOS NÃO SE COLOCAM PESSOAS QUALIFICADAS E SIM INDICADAS, QUE NADA SABEM… (EU SOU POVO, O POVO AINDA VAI PEDIR ISTO )
SERIA ATÉ O CASO DE / SE O PARLAMENTAR NÃO CORRESPONDER, SOFRER O RECALL , RETIRADO PELOS ELEITORES E ELEGER OUTRO PARA SEU LUGAR, PELO POVO, NÃO COM SUBSTITUIÇÃO AUTOMÁTICA DE SUPLENCIA ( ABAIXO A SUPLÊNCIA ) ISSO É OUTRA COISA QUE NÃO DEVERIA EXISTIR, É OUTRA MANOBRA DE BARGANHA DOS PARTIDOS.
AINDA BLINDAM E DEFENDEM QUANDO O POVO QUER PUNILOS, É DEMIAS, ISSO TEM QUE ACABAR / NOS EUA QUANDO UM É PEGO, TODOS SAEM DE PERTO DO CARA, PORQUE O BICHO PEGA, AQUI É ESSA DESGRAÇA MORAL, UM DIA QUERO VER O MEU PAÍZ LIBERTO E LIVRE COM JUSTIÇA E DIREITOS.
Excelente texto! Só questiono a visão de que o Estado deve prover serviços à população. Ao invez disto, muito melhor seria, ao meu ver, que ele regulasse ativamente os serviços privados que são de interesse público, como saúde, transporte, energia, educação. Poderíamos ter regras claras e abertas sobre a operação destes serviços; quem desejasse prover o serviço, teria uma série de regras de conduta e qualidade mínimos, as margens de lucro seriam fixas e os números todos abertos. Acredito sim que é possível que o Estado seja somente um administrador, e não um executor, como é hoje. Os impostos poderiam ser menores, já que a estrutura (e a fome) do Estado também seria menor.
E os serviços que são “de graça”, como educação, saúde e transporte? O Estado pagaria para as concessionárias o equivalente aos serviços utilizados pela população. Praticamente uma terceirização das atividades operacionais, prática consolidada na gestão privada, que precisa ter, além de eficiência financeira e econômica, muita qualidade.