A avalanche de notícias de violência, corrupção, vandalismo e saques em diferentes partes do Brasil, barbaridades fúteis e inomináveis (pai matando filho, turba linchando pessoas, torturas entre pessoas, crianças amarradas no fogo), tudo isso é assustador e inquietante. Além disso, temos greve de serviços essenciais, como a Polícia Militar, levando ao caos nas cidades e intensificando violência e degradação. Sintomas de uma sociedade destituída de valores, esgarçados pela degradação das relações sociais e carente de confiança e esperança. O que está acontecendo com o Brasil? Por que essa degradação dos costumes e dos comportamentos na sociedade? Não existe uma resposta única. Até porque tudo indica que é o resultado de vários fatores, numa combinação perversa de desigualdades de oportunidades e de condições de vida, desagregação das famílias, consumismo e individualismo desenfreados, imediatismo e total desconfiança nas instituições, desconfiança principalmente nos políticos, no Congresso e nos partidos políticos que vivem encastelados e alienados da crise nacional. O que pode explicar que motoristas e cobradores de ônibus em greve destruam de uma tacada só 700 veículos, destruindo o seu instrumento de trabalho e fonte do seu emprego e fator decisivo para a já precária situação da sociedade consumidora? Indignação diante do não atendimento das suas reinvindicações? Será? Pode ser até compreensível. Mas justifica-se tão desproporcional ação destrutiva? Ou será que, para além dos protestos e reivindicações justas, existem outros grupos com pulsão violenta e interesses destrutivos? O Brasil é hoje um país despedaçado. Que futuro podemos esperar ou construir?