Editorial

Um dia antes da decisão do PMDB de abandonar o barco à deriva e afundando rápidamente, o senador Humberto Costa foi à tribuna do Senado para advertir ao vice-presidente Michel Temer que ele “será o próximo a cair”. Consciente ou inconscientemente, o líder do governo fala como se já estivesse na oposição. Com a saida do PMDB da base aliada, são poucas as chances de sobrevivência do governo ao processo de impeachment. Para completar o quadro desesperador da presidente Dilma Rousseff, a última pesquisa de opinião do IBOPE mostra que 69% da população brasileira não aprova o seu governo, 80% não confia na presidente e 89% desaprova a sua forma de governar. Pesquisa não é eleição, claro. Mas este sentimento captado pelas pesquisas se reflete nos partidos e nos parlamentares, dificultando as tentativas da presidente para compor uma base política e influenciando fortemente a posição dos deputados e senadores na votação do processo de impeachment. Diante desse quadro, alguns acólitos do PT, como o inefável blogueiro Paulo Henrique Amorim, esperneia e ameaça com reação violenta à mudança de governo. Em recente depoimento no seu blog, com a deselegância que o caracteriza, ele advertiu que “o sangue vai jorrar” se a presidente Dilma Rousseff sofrer um impeachment. Não, senhor blogueiro. Não vai ter sangue! O Brasil tem instituições sólidas e a esmagadora maioria dos brasileiros, que não confia na presidente da República, prefere o entendimento e a paz à violência. E deseja que sua saída do governo ocorra dentro das regras democráticas previstas na constituição. Esperamos que as ameaças do blogueiro não encontrem eco nos movimentos sociais e nos políticos responsáveis do partido do governo.