I
Quando o jovem Mauro Carneiro chegou a Brasília, tudo pressagiou um mau começo. O avião da Vasp escapou como pôde das tesouras de vento da cabeceira e o piloto fez o mais brutal dos pousos como forma de garantir segurança operacional máxima e a improvável aderência do trem de rodas à pista encharcada. Estiveram a um passo da aquaplanagem. Fiel ao figurino cavalheiresco do começo dos anos 1980, ainda em voga na aviação comercial, o comandante se desculpou ao microfone e disse que o procedimento tivera sido o mais recomendado, dadas as circunstâncias meteorológicas inesperadas. Por pouco, não optara por pousar em Anápolis, onde as condições reinantes estavam mais benevolentes, disse. Mas agora estava tudo bem, e que tivessem todos uma boa estada no Distrito Federal. O avião ainda se arrastava, exangue, a caminho do terminal, mas a chuva trazia até o asfalto um barro vermelho que vinha dos canteiros de terra, como se toda ela estivesse empapada de um corante rubro provindo das camadas da pirosfera e o sangue brotasse anêmico, como acontece no final das hemorragias afloradas. O que era aquilo? Ele jamais vira nada semelhante.
II
No terminal mal iluminado, Mauro recolheu a mala de livros e a de roupas, e tomou um táxi até o hotel Casablanca, no Setor Hoteleiro Norte. Do apartamento, situado num andar baixo, quase rente ao eixo, ouvia o som dos carros zunindo sobre o asfalto molhado e, mais à direita, reinava o espectro magro de uma torre sem quaisquer encantos, salvo por resquícios pobres de um Natal que já se fora há semanas, ao pé da qual se espalhavam barracas comandadas por ambulantes que falavam o português suave dos paraguaios nativos. À esquerda, conforme também descobriria à primeira trégua da tenebrosa trovoada, ficava a estação rodoviária, templo dos pastéis engordurados, torresmos peludos e das mulheres mirradas à procura de um freguês. Dali em diante, se descortinava uma esplanada de prédios alinhados como peças de dominó. Pareciam fadados a rápida obsolescência e eram tão feios quanto os caixotes em voga na Europa do Leste. As exceções eram os ministérios das Relações Exteriores – salvo pelo horrendo anexo amarelo que o enfeava cruelmente -, e o Ministério da Justiça, com suas cascatas na fachada. Impressionante sim era a chamada “chapelaria”, sob cujas conchas funcionavam as duas casas do Congresso Nacional.
III
Dois dias depois da chegada, Mauro foi até a concessionária receber seu carro usado que chegou numa carreta cegonha que atravessara seis estados. Ali mesmo, perto da W3 Sul, achou um quarto para morar no apartamento de uma goiana obesa e de olhos miúdos, cuja filha mais velha andava seminua pela casa e era aeromoça da Transbrasil. A mais nova, adolescente insuportável e filha de outro matrimônio, batia à porta com estrépito para anunciar uma rara chamada telefônica. Fazia-o com a rudeza que lhe pareceu característica da gente de Goiás. O tom da jovem mudou quando Mauro começou a receber convites sociais da presidência do Senado. A adolescente passou a usar um batom chamativo e a escancarar a boca para ele. Não será que ele poderia levar seu currículo ao Congresso? Era lá que sonhava trabalhar, dizia enquanto lambia os lábios com a ponta da língua e sorria, lasciva. Ah, Brasília. Da janela, a vista era feia. Oficinas mecânicas e frutarias se alinhavam ao lado de uma loja chamada Bibabô, o todo atestando o mau gosto vigente. Sob a chuva, carros oficiais entravam nas superquadras vizinhas onde moravam parlamentares, com os próprios sentados no banco traseiro. Mais parecia a nomenklatura moscovita a caminho da datcha.
IV
Naquela desolação sem esquinas, o consolo mais à mão ainda era se encharcar de cerveja num bar chamado Beirute, perto de sua quadra, e espécie de unanimidade no Plano Piloto, onde houve até um simulacro de carnaval naquele primeiro verão chuvoso. Ali, entre as marchinhas da Banda do Canecão, duplas de homens aproveitavam brechas para entoar baladas melosas, ditas sertanejas e, surpreendentemente, eram afinadíssimos ao cantá-las com brio, prenhes do visgo rural. Mulheres vulgares se excediam na bebida e pareciam sôfregas por sexo. Mauro, agora familiarizado com a geografia linear, ia aos domingos ao Bier Fass, no Lago Sul, onde comia um joelho de porco. Mesmo entre os jovens, a cidade parecia dividida: havia os mais abastados, como ele – nem por isso menos isolados -, e outra gente que só via quando ia às cidades-satélite ou fazia a ronda do Alvorada e da Praça dos Três Poderes. Das idas aos clubes, saía tão perdido quanto entrara, tentando entender o que o levara àquela vastidão essencialmente cafona, como se dizia, onde as famílias se reuniam para falar sobre como adubar contracheques à custa de expedientes. Na capital Potemkin, nenhuma chaminé. Comerciantes goianos, cearenses e sírio-libaneses pareciam lhe dar a seiva de alguma atividade. O resto não existia,
V
Quando ocorrera a Mauro acoimá-la de Potemkin? O que tinha o russo a ver com aquilo? Tudo, ora. Brasília, no fundo, apenas parecia, sem ser. Tudo era concebido para enganar os sentidos e não funcionar – em boa medida, emulando o que lograra o velho general ao criar fachadas e maquetes monstras para impressionar visitantes estrangeiros e a própria Catarina, de quem foi um dos inúmeros amantes. Mas tinha algo mais. Sobre a cidade, pairava uma crônica sinistra, toda feita de histórias mal contadas. Se ainda não se ateara fogo ao índio Galdino, flagrado embriagado numa parada de ônibus pelos jovens sequazes, outros rapazes desfuncionais, filhos de parlamentares, diplomatas e militares, tinham matado a menina Ana Lídia. Descobertos corpo e autoria, alguns se teriam evadido do país; outros confiariam na impunidade lendária da terra e, mais adiante, na força redentora de um mandato. E com isso, era só sumir de circulação por uns tempos nas capitais do sudeste ou receber visitas de solidariedade da fina flor candanga naquela gleba que os locais denominavam, não sem trair embasbacamento, “Setor de Mansões”. A comover, talvez, só o túmulo de Juscelino e o Catetinho. Ironicamente, as pegadas do criador da capital, feita só para figurar. Ele era sua linfa.
VI
Quando a rotina universitária começou, o que mais lhe chamou a atenção foi a diversidade regional dos alunos que volta e meia se rebelavam contra um reitor truculento, mas dono de todas as credenciais que se podiam almejar numa comunidade acadêmica. Salvo, talvez, pelo jeito, ou falta dele. Convenhamos, se é que esse atributo tão brasileiro era mesmo mandatório ao desempenho do cargo numa cidade que, a seu modo, até na rebeldia de seus roqueiros emergentes, parecia fake e impostada. O tempo e o jovem Manfredini mostraram que nem tudo era assim. No enorme campus, nada havia que se comparasse à imensa diversidade cultural de que Mauro se beneficiara em suas andanças no Hemisfério Norte. Mas já era alguma coisa. Se a maconha era de regra nas festas que se organizavam em todas as partes do Plano Piloto, o maior prazer era tomar cerveja e comer carne de sol nos pontos isolados da Asa Norte, a mesas onde nordestinos e mineiros confraternizavam, mas travavam estranho diálogo de mão única. O que não dizer daquele jovem estudante de direito de Paraguaçu, mais tarde aclamado como grande criminalista? Era “galo” ou Cruzeiro? Gostava de Brahma ou Antártica? Pepsi ou Coca Cola? “Ah, ôce tá querendo saber demais da conta, sô”. Mauro se perguntava: aquele era seu mundo? Uma conclusão era clara. Goiás podia até ter ganhado, mas o Brasil perdera de lambuja com aquela cidade.
VII
Se o ambiente da universidade não chegava a comprometer, embora estivesse longe de empolgar um coração que vivia nas fímbrias da melancolia, maçante era mesmo o cursinho preparatório para os exames de admissão à carreira diplomática. O programa era promovido por um Conselheiro, diplomata carioca que tentava ser boa praça e que, aparentemente, tirava mais prazer em arrecadar um dinheirinho extra dos estudantes do que propriamente em desempenhar suas funções no edifício do Itamaraty, com seu espelho d´água e o já citado nefando anexo de treliças amarelas. A verdade é que a motivação de ver o mundo já arrefecera em alguma medida por conta das muitas viagens que Mauro fizera e, mais do que isso, pela compreensão de que, para continuar fazendo-as, ser funcionário do Estado talvez não fosse tão divertido quanto viajar movido por outros propósitos. Se tivesse que vir a ter um papel na diplomacia brasileira, será que a burocracia era o único caminho possível? Poucos meses mais tarde, faltaria água nas torneiras do Instituto Rio Branco. A farsa Potemkin parecia se confirmar nas entranhas do local considerado como o mais glamoroso da capital. O que não dizer do resto? Ademais, amava uma judia e era visceralmente contra os militares. Feneceria carimbando passaportes em Dakar, diziam. Mas o pior de tudo era ter base na capital Potemkin e lá ter que morar uns anos.
VIII
O lado mais desconcertante de tudo era a química bizarra que se operaria nele e nos amigos mais próximos, à custa de desfrutar de extrema proximidade com o poder. Proximidade talvez não seja sequer o termo mais adequado, mas não estaria longe. Já na recepção do Congresso, via desembarcar aqueles senhores vetustos em carros pretos com a bela placa verde e amarela. Fosse um Ministro ou alguém da Casa, é da natureza do político cumprimentar até as colunas. Assim sendo, não eram poucos os figurões que lhe estendiam a mão. Eram até muitos e Mauro, com o tempo, sempre que ia à biblioteca estudar, começou a triar aqueles com quem se sentia a gosto para trocar um dedo de prosa. O ainda hoje chamado “baixo clero” não tinha muito prestígio e ele o evitava. Já indizível era usufruir do sorriso gracioso e cansado de um parlamentar discreto que um dia seria eleito Presidente, mas que morreria antes da posse. Como jamais esqueceria o aperto da mão sem ossos de um senador também mineiro que, careca a mais não poder, diziam ser grande banqueiro e, por incrível que parecesse, um namorador voraz. Pouca companhia podia ser mais grata, porém, do que a do senador gaúcho de bigodes bem aparados e que diziam ser um gourmet tão esmerado que abria mão de suas convicções oposicionistas por um bom repasto em palácios. Todos eram tão próximos que Mauro e seus amigos tendiam a esquecer que não eram um deles, e que estes estavam ali como coroamento de uma trajetória que vinha de longe. Daí tanta cerveja.
IX
Um dia uma dicotomia se instalou no coração de Mauro a ponto de lhe determinar os rumos da vida para sempre. Visitara São Paulo ainda criança, mas seria mentir dizer que a cidade o fascinara. Nos últimos anos, no entanto, tudo ganhara contornos diferentes. Fora lá que conhecera a forma mais elaborada e intensa de uma paixão, para dizer pouco. Ao voltar à cidade, nos mesmos dias em que a visitava o cardeal polonês, agora alçado a Papa – que ele vira em Brasília ao lado do senador baiano de cabelos brancos e modos afáveis -, a capital bandeirante lhe parecia ter tudo o que a feiosa Brasília não conseguia nem ter nem ser, na sua enraizada vocação Potenkim. Lá tudo funcionava, as coisas pareciam ser feitas com outro concreto e argamassa. O discurso era incisivo, a vida era competitiva e as famílias não se reuniam para trocar dicas de como ganhar licenças-prêmio, anabolizar quinquênios e receber gratificações em cascata. Elas até podiam se reunir para tratar de dinheiro, mas este vinha agraciado pelo suor do trabalho. Até que um dia chorou ao ouvir uma canção que falava da cidade que amanhecia trabalhando e que não podia adormecer. Aquela era a boa adrenalina. Ali poderia ver uma peça de teatro por semana, vários filmes e, se achasse tempo, visitaria periodicamente as melhores livrarias do país. Mas o melhor era mesmo poder se desvencilhar dos letreiros da Bibabô; dos anúncios da boutique Magrela e de Venâncios e Salomões. Que Deus o perdoasse, mas aquilo não era terra para se viver. Queria se livrar até mesmo do restaurante Piantella, onde acompanhava o senador amigo e via uma confraria a sorver um destilado de pera, e que se autodenominava “Clube do Poire”. Para não falar do Gaf, o restaurante preferido das cortesãs e alpinistas sociais, que lhe ocorria frequentar ocasionalmente, quando na companhia de uma delas.
X
Mas Mauro Carneiro ainda não era dono da própria vida, senhor absoluto de seu destino, se é que seria um dia. Podia estar a um passo, mas ainda tinha alguns degraus a galgar. Ademais, nem tudo na vida obedece a uma programação linear, toda urdida consoante caprichos e preferências. Então chegou o dia em que resolveu se aplicar em cumprir todas as etapas que ainda o prendiam à Capital Potemkin. Alugou um bom apartamento com dois amigos no fim da Asa Norte, nos confins do Plano Piloto, e só fazia rara concessão à namorada, a uma funcionária do Banco Central que logo o seduziria, aos estudos e, vez por outra, a tertúlias tresloucadas a que compareciam os roqueiros de Brasília e onde se consumia uma quantidade temerária de droga. Foi assim que deixou o cursinho do Conselheiro, que funcionava nos fundos de uma lanchonete chamada Food´s – em salas onde chegava um cheiro enjoativo de queijo derretido e os roncos das máquinas de milk shake -, e se concentraria na universidade, talvez a melhor opção. Mas ele sabia que, finda aquela etapa, era certo que não colocaria o carro cor de telha metálica de volta na rota do Nordeste. Seus caminhos passavam por cruzar Minas Gerais e, a certa altura, desembocar na Dutra, na altura do Vale do Paraíba, para dali, sim, ir ter com seu destino, na cidade de muitas luzes. A capital Potemkin ficaria para visitas esporádicas, atreladas a seus interesses paulistanos. A opção não tardou a se materializar. Mas, naquela época, o tempo passava muito devagar para Mauro Carneiro e ele ainda ficou uns anos contemplando de sua varanda as luzes tremeluzentes de Sobradinho que cintilavam à distância.
***
Amigo Fernando:
Riqueza verbal, adjetivação quase sempre surpreendente, agudo senso de observação psico-social e política, bom gosto na caracterização dos ambientes. Parece que você vem aperfeiçoando essas características, a cada novo texto. O padrão é “eciano”, leitura que deleita e enriquece.
Um abraço
Clemente
Querido Clemente,
Sem palavras para te agradecer a deferência dessa leitura inaugural. É indício bom, sinal de que a capital Potemkin tem seu toque universal nas mazelas que afligem o mundo de ontem e de hoje. Oxalá não tanto o de amanhã, embora aí seja dar prova de imperdoável ingenuidade. Mas continuo tentando ser otimista, estado de alma que me remete a você.
Abraço
Belo e sensível conto.
Como de costume amigo Fernando.
Você surpreende pelas citações que nos remetem ao período em foco.
Relembrando Renato Russo e a efervescência da juventude local.
Agradeço a oportunidade de desfrutar deste conto.
Abraço !
Você e sua gentileza habitual comigo, Glaucio. Os comentários amigos, não necessariamente benevolentes, mas quase sempre generosos, fazem com que perseveremos nessas sendeiras insondáveis da escrita.
Dia desses me disseram e perguntaram: “Quanta disciplina, você não perde prazos há um ano. Mas me explique: vale o esforço? O que se ganha com isso?” Da próxima vez que deparar um interlocutor desses, vou mostrar teu comentário.
Obrigado, amigo.
Amigo, pode utilizar os meus comentários como argumento,
Abraço.
Muito bom. Mas eu não mudo mesmo não, fico indagando “o que é ficção e o que é documentário?” Ainda mais nesse conto com cara de “roman a clef”. Que horror essa Brasília! Será mesmo todo esse horror? Até que ponto o conto é justo com Brasilia? Lá vivi, quase 5 anos, 1969-1973, como professora do Departamento de Economia da Universidade de Brasília. Foi o breve período em que Edmar Bacha, então chefe do Departamento, queria construir a “Cambridge do Planalto”, e éramos um grupo entusiasmado com o trabalho. Em 1972/73 foi criado o Mestrado em Economia na UnB. Cambridge do Planalto não vingou, e por diferentes razões a maior parte do grupo de economistas que estava lá debandou. No conjunto não foi dos períodos mais agradáveis da minha vida, concordo que a cidade no conjunto não é aprazível. Mas não cheguei a viver todo esse “horror Potemkim” . Havia o lago Paranoá, o veleiro de um amigo que não se movia quando chegava a um ponto sem vento ( estamos no “cu da velha”, reclamava o dono do barco), havia excursões com o Mauricio (Vinhas de Queiroz) até onde começa a Belém-Brasilia em construção, fotografar flores do cerrado, a Goiás Velho comer doces de Cora Coralina, a Cristalina ver como os mineiros entravam num buraco fundo e estreito e voltavam com o cristal sujo de barro, a Caldas Novas, um pouco mais longe a Diamantina e ao Rio S.Francisco. Mas é verdade que “vida cultural” não existia, bom gosto tampouco, a cidade era a mais hostil do mundo para o pedestre, e um absurdo de desigualdade , a mostrar que de funcionamento da sociedade Oscar Niemeyer não entendia nada.
Helga,
Já nem me preocupo muito com a verossimilhança da vida do jovem Mauro Carneiro que, na verdade, mal conheci, se é que conheci. da Brasília de que ele fala, talvez tenha uma vaga lembrança.
Fico contente sim com a primeira frase de seu comentário e maravilhado com todos os demais snapshots sobre as atrações não-Potemkin da experiência planaltina (Goiás Velho, Barrancas do São Francisco, mineração, Caldas Novas e adjacências). Enfim, pela versão madura de um Projeto Rondon para “scholars”.
Ao deslindá-las, você parece avalizar em parte que a cidade era o inferno dos pedestres e que Niemeyer podia ser a melhor prosa do mundo – e grande arquiteto -, mas que a funcionalidade e concepção da obra logo se desvirtuou.
Aliás, por onde será que anda o tal Mauro?
Tenho instado os amigos do Facebook para que postem aqui seus comentários. Desde que aderi ao “Livro das faces”, logo percebi os perigos da bulimia da informação muito horizontal e, em se tratando de compartilhamento de textos originalmente publicados em revistas e jornais, que os comentários se dessem nos canais disponibilizados pelo veículo de origem.
Mas é fácil pedir e difícil ver as pessoas aderirem à ideia, apesar das promessas. Não obstante isso, agradeço os comentários feitos a “Brasília, capital Potemkin” até pelas vias mais discretas do “in-box” ou para e-mail pessoal. Até sexta-feira,