O Brasil está muito mal. Estagnação econômica com elevada taxa de desemprego, falência do Estado em todos os níveis federativos, insegurança jurídica, pobreza e desigualdades sociais, violência urbana e corrupção. Nestas condições, o presidente da República se dedica cotidianamente a provocar conflitos, agredir os valores civilizatórios, brigar com parceiros internacionais e criar dificuldades para o comércio internacional do Brasil, com seu explícito descaso em relação ao meio ambiente. O que está ruim ainda pode piorar. Entretanto, existem vários sinais positivos na economia que permitem esperar melhoras nos próximos anos, incluindo a recuperação da capacidade de investimento público. O Brasil tem hoje uma das mais baixas taxas de inflação do mundo, cerca de 3,43% nos últimos 12 meses (apenas 2,54% acumulados nos nove meses deste ano), algo impensável na História brasileira, e a taxa básica de juros (Selic) alcançou patamares civilizados: apenas 5,5%, moderando o ritmo de expansão da dívida pública, mesmo com a persistência do déficit primário. Na rolagem da dívida pública, o Tesouro está negociando títulos com taxa real de juros de apenas 2,65%, com prazo de cinco anos, um resultado surpreendente para um estoque de dívida de 80% do PIB. A reforma da Previdência está praticamente aprovada, mesmo que um pouco desidratada, já que dificilmente o segundo turno no Senado deverá alterar alguma coisa. Se não é uma panaceia, esta reforma dá um alívio fiscal no curto prazo e, principalmente, sinaliza para os agentes econômicos que o Estado pode começar a sair da UTI. Ainda na economia, o governo aprovou a Medida Provisória da Liberdade Econômica, que deve ajudar a destravar o ambiente de negócios e, desta forma, reanimar os investimentos. O processo de desestatização e concessões de serviços públicos pode atrair novos investimentos, e a reforma tributária provavelmente será aprovada no próximo ano, reduzindo o elevado custo Brasil. Em todo caso, a possível desaceleração da economia mundial, a disputa comercial dos Estados Unidos com a China e a recessão econômica da Argentina podem comprometer as expectativas positivas da economia brasileira. Os riscos e as dificuldades ainda são muito grandes. Mas dá para ter esperança. Ao menos na economia, fundamental para a geração de emprego e a retomada de investimentos públicos.
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