Diz Raimundo, meu vizinho da Paraíba, por cima do muro: “ Zé, o tempo está tão corrido no meu confinamento que o agora já é passado”. O que me lembrou o cantor e compositor Renato Russo: “o futuro não é mais como antigamente”. Será?
O país já tinha 100 milhões de técnicos de futebol, agora tem 100 milhões de médicos. Todos entendem do assunto, se a cloroquina é boa ou não para curar o Covid 19. O pessoal aqui da vila está preferindo não opinar. Vamos ver os resultados, no mundo, e não apenas com a turma do Osmar, o terráqueo.
Alguém explica como é que um Presidente que diz besteira atrás de besteira, uma hora diz uma coisa, outra hora diz outra, é o escárnio do mundo, consegue manter o apoio de cerca de 1/3 do país? O nosso cientista político, Gilson Ladavare, tem uma opinião: estes são iguais ao homem. Ou seja, eles têm pelo menos 2/3 das características seguintes: 1) são ignorantes, não entendem da ciência e odeiam quem entende; 2) são arrogantes, aliás, característica comum entre os que têm déficit cognitivo; 3) são homofóbicos, consideram as mulheres inferiores e dignas de porrada; 4) são racistas, os africanos e asiáticos são inferiores (os chineses só fazem sorrir); 5) são primitivos, consideram que os conflitos e as divergências são resolvidas nos punhos e nas armas; 6) são irresponsáveis, contra o controle de velocidade e o uso de cadeiras especiais para crianças, e julgam o coronavírus uma gripezinha; 7) odeiam cultura em geral, e teatro e ópera em particular; 8) não ligam para o fatos, importam apenas suas narrativas, sinônimos de verdade; 9) acham o Congresso e o STF uma M.; 10) adoram uma esmola ou teta do Estado; 11) são criacionistas ou terraplanistas, e não acreditam que os americanos foram à lua na década de 1960 (a bandeira tremia e a lua não tem vento!); 12) não têm o mínimo apreço à democracia, alimentam o sonho da ditadura boazinha.
Prometendo usar a caneta para demitir os ministros que o contrariam, na terça da semana passada faltou tinta na caneta do Presidente, e Mandetta se manteve ministro, depois de uma reunião em que declarou: “só saio demitido ou morto”. Na volta do Planalto, ainda como ministro, foi aplaudido pelos funcionários e pelo povo brasileiro. Mas o homem não desistiu de demiti-lo, e busca um médico próximo de suas ideias, de preferência paulista, para se contrapor a Dória. A vida das pessoas é secundária, em relação ao seu projeto politico de reeleição.
Valdemir, o filósofo da vila, decretou: é falso o dilema emprego X saúde, que separa Bolsonaro e Mandetta. O verdadeiro dilema é entre construir hospitais X construir cemitérios. A China preferiu construir hospitais, e o Equador, cemitérios. E, se não dá tempo de construir cemitérios, enterra-se em vala comum, como ocorre em Nova York.
O filho do presidente e o ministro da educação esculhambaram com a China. Receberam o troco. O material de saúde para combater o coronavírus, que o Brasil contratou para receber da China, foi desviado para os Estados Unidos, o grande amigo. Teremos mais mortes graças à inteligência desses energúmenos. Os eleitores de Bolsonaro sabem disso?
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