Brasil yanomami (não) é uma ficção
É nação, saberes e fazeres, costurada de vários brasis.
É pacto, parto, vida, paisagem, ausência e morte.
Yanomami é sonho, flor, biodiversidade, doadas na floresta
É passado, presente, imersão, consciência, futuro.
É pintura, exotismo, vocação, alegoria, condenação.
Yanomami é natureza, beleza, cultura, vendo ambição
Tem ouro, madeira, tem garimpeiro, tem rifle.
É desenho no mapa, é criança no chão.
Yanomami foi sitiada, cercada pela omissão
Pelo crime dos que, Lúciferes, cultivam o mal.
Dos que ignoram que ecologia somos nós, humanos.
Yanomami é grito de socorro do Brasil frágil, profundo,
Que nos batizou, únicos, morenos, tropicais.
Na variedade de vozes, tons, utopias, corais.
Yanomami é chance que a sombra dá ao dia
Para mostrar que o Brasil sabe preservar, guardar, pensar.
Que cuidar é modo lúdico, sensato de ser, de não morrer.
Yanomami é Raoni, Juruna, Krenak, Pedro, João, Maria
Tudo junto, Brasil, ardor, andor, caminho, amor.
É origem e destino, aviso, decência, é marca seminal.
Belo poema, Luiz Otávio