É inegável que os valores do passado, como os transmitidos pelas religiões, pela filosofia e por outras áreas do conhecimento, vêm moldando o que somos hoje como indivíduos em sociedade.
A mensagem de Cristo representou uma ruptura em sua época, ao elevar nossa humanidade a um nível de tolerância e amor ao próximo nunca imaginado.
Entretanto, ao longo dos séculos, ocorreram muitos desvios, e as instituições religiosas passaram a ser mais um sistema que, se de um lado serve para garantir conforto àqueles que dela fazem parte, por outro, tornou-se uma fonte de separação, intolerância e, muitas vezes, de violência. Contam-se às centenas as guerras religiosas.
Seja crente, ateu ou agnóstico, paira sobre nós, acima de nossas convicções políticas, filosóficas, científicas ou religiosas, o fato de sermos parte de uma mesma humanidade.
Uma humanidade fraturada pelas desigualdades, pela intolerância política e religiosa, pelas barreiras dos nacionalismos, pelas diferenças culturais e pela ignorância, mas que, ainda assim, permanece como um todo único.
Que neste ano de 2025 sejamos capazes de romper as barreiras que nos separam, guiados por valores que ecoam do passado e que insistem em evocar nossa essência humana: “Amai-vos uns aos outros”.
Recife, 21 de dezembro de 2024.
Mesmo sendo um dos editoeres da Revista, gosataria de fazer uma reflexão crítica ao “Amai-vos uns aos outros” com que termina o editorial desta semana. Vamos lá, é uma bela frase, mas piegas e inviável. Não acredito e acho que confunde e engana sentimentos no mundo complexo em que vivemos. Numa comunidade pequena da Galiléia poderia até ter um efeito positivo de consolidação da família e dos seguidores de Jejus, fora isso, tá fora do contexto.. Alguém pode dizer que tem um amor abstrato pela humanidade, mas no concreto, ninguém ama todos as pessoas. Algumas são odientas e não podem ser amadas. Além disso, a frase confunde o amor com compaixão e solidaridade, Eu acredito e devemos defender compaixão e solidariedade com os pobres e vulneráveis, com as vítimas de guerra e de todas as viiolências. Amor é outra coisa. Repito, eu acredito na compaixão e na solidareidade. Mas, amor é um sentimento muito diferente e mais forte, amor de mãe, amor da mulher (e do homem), este cmosturado com sensualidade, amor de filhos e até um amor por algunas amiigos. O que nós precisamos e, já é bem difícil, é de compaixão e de solidariedade.
Caro Sérgio,
O que o editorial evoca, quando destaca a mensagem do Cristo “Amai-vos uns aos outros”, deve ser entendido no contexto da história.
Dito de outra forma pode parecer piegas ou um apelo banal.
Mas, se mergulhamos no antigo testamento o que vemos é um processo ininterrupto de guerras e perseguições fratricida em nome de Deus. O Cristo representa uma ruptura cuja semente vem fecundando as diversas correntes humanistas, laicas ou religioso, ao longo dos séculos.
E aqui é importante distinguir a religião ou religiões das instituições religiosas, estas sempre eivadas de desvios em sua práxis, posto que corroídas pelas estruturas de poder.
Já se disse que a espinha dorsal da cultura ocidental traz em seu bojo o indelével veio do cristianismo. Desta influencia nem mesmo os materialismos escapam, uma vez que são constituídos como negação a ela.
Enfim, o que você define como compaixão e solidariedade eu diria que são aspectos intrínsecos e constitutivos desse amor cristão.
Um forte abraço
Não entendo a sua resistência à palavra amor, amigo Sérgio. Parece fruto de pura amargura. Não só o rabi da Galileia o pregou. Pensadores e escritores modernos têm afirmado que só ele – o amor, no seu conceito mais amplo – pode vencer o ódio. Com o ódio pode-se até destruir o seu objeto imediato, mas ele remanescerá. (Talvez seja o que pretendem os atuais governantes de Israel com o povo palestino, mas não o conseguirão).
E quem aqui manifesta esta convicção é um não religioso, um ateu, para assumir uma palavra das mais pesadas, que crê apenas na dignidade humana, proclamada, há tantos anos, pelo iluminista Pico della Mirandola, e na nobreza reconhecida pelo poeta Luiz Cernuda, apesar de tantas torpezas individuais, ao longo da História.
Não há por que desconfigurar o amor. Ele já envolve compaixão, solidariedade, sentimento de proteção, amizade, todas as inflexões positivas da natureza humana.
Onde, Clemente, você viu a minha “resistência ao smor”. Sinto que você não entendeu meu comentário. E não vou explicar porque acho que estava muiuto claro. Sobre a sua “explicação” dessa minha “resistência ao amor” eu não vou comentar aqui mas tenhho que registrar meu protesto veementre.
A referência foi à palavra,, ao conceito. Temos concepções diferentes do que seja amor.
É o momento da “petição de princípio”, sem o que a discussão perde o sentido, pois falamos de coisas diferentes.