Depois de abandonar o governo por quase todo o mês de novembro e deixar as finanças destroçadas, paralisando parte da máquina pública, incluindo, convenientemente, a PRF-Polícia Rodoviária Federal, Jair Bolsonaro volta à cena com mais uma provocação do seu arsenal golpista. Ele continua com um ruidoso silêncio, alimentando a mobilização dos seus fanáticos apoiadores e na expectativa de uma improvável atitude das Forças Armadas de ruptura das regras constitucionais. Através do subserviente Valdemar da Costa Neto, presidente do PL-Partido Liberal, deputado com um invejável histórico de corrupção, Bolsonaro entrou com um pedido no TSE-Tribunal Superior Eleitoral de anulação do segundo turno das eleições, recorrendo a uma auditoria que questiona o funcionamento dos modelos antigos de urnas. Ele sabe que o relatório da auditoria não fundamenta desvio de resultados e o pedido será rejeitado pelo TSE por absoluta falta de evidências. E sabia que o presidente do TSE não iria aceitar tamanha insensatez. Não importa. O que Bolsonaro pretende é apenas insuflar o movimento dos bolsonaristas diante de quartéis e no bloqueio de rodovias, que vem declinando e se isolando da sociedade, na medida mesmo em que vai ficando evidente o reconhecimento da legítima eleição de Lula, do futuro governo, no Brasil e no exterior. A nova armação vem no momento em que Bolsonaro percebe o arrefecimento do movimento dos bolsonaristas nos quartéis e nas rodovias, quando a racionalidade e os fatos desmontam as mentiras e mostram que o Brasil quer voltar à normalidade. Quando a maioria dos eleitores de Bolsonaro parece conformada com o resultado das eleições, o movimento golpista cresce em brutalidade, bloqueio violento de rodovias, caminhoneiros agredidos, queima de pneus, disparo de armas de fogo, cargas de caminhões jogadas nas rodovias, incêndio de caminhões e ataque a empresa concessionária de rodovia. A mais recente provocação de Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto é mais uma tentativa de insuflar a ação desses criminosos.
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