A partir de meados dos anos 1970, muita gente com quem convivia caiu numa grande festa nas noites de Recife. Vínhamos todos, ou quase, da esquerda política que era a tônica nos círculos da classe média universitária. Penso que dois fatores decisivos concorreram para a emergência dessa inflexão cultural: a ditadura militar e a simultânea irrupção da cultura narcisista. Esta mereceu de Christopher Lasch um estudo fundamental das ciências sociais contemporâneas: A Cultura do Narcisismo, pouco adiante desdobrado num livro igualmente fundamental: O Eu Mínimo, entre nós traduzido como O Mínimo Eu. A ditadura suprimiu do horizonte da nossa vida durante os anos de chumbo, momento que aqui considero, além de desdobramentos que se estendem por toda a década, qualquer possibilidade de atuação política legal. Essa supressão também concorreu, sem que o notássemos, para que nossa energia pulsional fosse canalizada para a grande explosão dos costumes ocorrida nos anos 1970. Aludi um pouco a esse fenômeno em tom de memória num outro texto postado nesta revista (ver Olinda Era uma Festa). Considero agora uma dimensão paralela do mesmo fenômeno, só que restrito à atmosfera festiva do Recife.
Uma fração minoritária da esquerda com a qual convivia refugiou-se em fantasias revolucionárias insolúveis. Impotente diante da repressão política dissimulada ou patente em todo o círculo em que nos movíamos, inteiriçou-se numa percepção intolerante e fantasiosa da realidade. A pretexto de resistir à opressão, fechou-se num círculo inacessível a tudo que fosse ou parecesse valor ou mentalidade burguesa. Diria antes de tudo pequeno-burguesa, pois os atores desse círculo eram sintomaticamente egressos dela. Daí seu ressentimento social orientado antes de tudo contra a própria classe de origem. Que eu saiba, ninguém concedeu ainda o peso analítico devido a uma categoria psicológica essencial à compreensão dos grupos revolucionários e pseudorrevolucionários: a categoria do ressentimento social. Trocando em miúdos, muitos dos rugidos de ódio revolucionário que corriqueiramente ouvia nas livrarias Dom Quixote e Livro 7, sobretudo nas mesas de bar exclusivas das seitas pseudorrevolucionárias da época, não passavam de ressentimento social. Em nome de um ideal louvável, a luta contra a opressão de classe, liberamos nosso ódio contra tudo que não temos e invejamos. Vejam a plasticidade camaleônica com que tantos se aburguesaram ao transporem a porta de acesso à burguesia com todos os privilégios que antes lhes inspiravam ódio. Vejam onde acabaram tantos revolucionários depois bandeados para o PT. Vejam o oportunismo de esquerda hoje fartamente recompensado com dinheiro público usado nos processos em benefício de vítimas supostas ou reais da ditadura.
A outra fração, objeto primacial deste artigo, a outra fração caiu na festa. Ela expressou inconscientemente o que acima designei como a irrupção da cultura narcisista. Era força social tão inconsciente desse papel que seguiu pela vida farrando movida pela boa consciência de que a farra era uma força de contestação, de que a rebeldia no plano dos costumes representava um poder minando a hegemonia decadente da cultura burguesa. Nutrida pela realidade e sobretudo pelo mito da revolução, essa geração precisava imprimir sentido de contestação a tudo, até à adesão (ou cooptação, como então se dizia) à dominação burguesa. Quem não lembra a racionalização dos ascendentes que alegavam aderir às estruturas burguesas para miná-las por dentro? Daí nossa incapacidade de percebermos que éramos também expressão e sintoma da decadência. Sugiro que também aqui se observe no presente onde muitos desses contestadores de festa e rebeldia narcisista acabaram. Assim como o mito do ideal social, no geral identificado com a revolução, foi característico da minha geração, a carência de ideal é característica da geração presente. Ruim por pior, nisso eu penso que fomos mais afortunados.
Um dos palcos simbólicos dessa farra, que alguns retardatários liam ainda como contestação, foi o “Depois do Escuro”. O nome do bar é aliás simbólico. Foi obra de Álvaro, ou Alvinho. Infelizmente, nunca me ocorreu perguntar-lhe o sentido simbólico preciso do bar, mas acredito que o Escuro simbolizava a ditadura. O que veio depois dela foi o bar, situado na Rua das Graças, no bairro idem. Para quem vinha das noites “marginais” do “Maconhão” de Olinda, como eu e tantos dos meus amigos, o “Depois do Escuro” era como a tomada do Palácio de Inverno. Medindo os extremos, pois os bares eram extremos, embora a clientela fosse substancialmente a mesma, saltávamos da marginalidade chique para a classe média francamente consumista e narcisista. Era sintomático, por exemplo, o fato de o bar ser revestido com tantos espelhos e as meninas se produzirem, como então se dizia, como se fossem desfilar numa passarela. A rua, congestionada por carros policiados, era já uma antevisão do presente.
O “Depois do Escuro” foi espontaneamente ensaiado nas badaladíssimas festas encenadas na casa de Alvinho e Iracema, em Casa Forte; no apartamento de outro Alvinho, o Jucá, na Rua Setúbal, Boa Viagem, e em várias outras casas onde as festas pipocavam madrugada adentro. Os ouvidos dos vizinhos que nos aguentassem, como de resto continuam aguentando agora um alarido perto do qual nosso ruído seria carícia. O excesso e a demanda eram tais que houve um momento em que Alvinho e Iracema pragmaticamente decidiram emitir convites pagos para festas privadas. Talvez daí tenha brotado a ideia do “Depois do Escuro”. Também o primeiro rebento da Arcádia e outras luxuosas casas de recepção que hoje fazem fortuna transformando qualquer festa de formatura num simulacro ridículo da festa do Oscar. Algumas meninas de classe média, sedentas de excitação e novidade, toparam trabalhar no “Depois do Escuro” e similares frequentados pela classe média embalada na orgia narcisista dos anos 1970. Algumas encontravam mais prazer nas cantadas dos paqueradores bêbados do que no salário, que era uma porcaria. Sorte delas que dele não precisavam.
Muitas mulheres lindas e gostosas frequentavam o “Depois do Escuro” e outros bares do circuito festivo do Recife. A Musa Muda era uma das mais notáveis. Como Danuza Leão em Terra em Transe, abria a boca apenas para beber. Diziam as más línguas que a explicação era simples: não tinha o que dizer. Diziam outros que as más línguas eram apenas a expressão da verdade. Mas eu me perguntava se com tanta beleza etc, com aquele corpo que o tempo e a natura inclemente já dissiparam, se depois de tudo ela precisaria dizer alguma coisa. Antes que uma feminista de plantão me puxe as orelhas, lembro que a mulher objeto e até a mulher abjeta não eram raras naquelas noitadas. Aliás, apesar de toda a luta pelos direitos da mulher que integralmente endosso, elas se tornaram hoje ainda mais comuns.
No bojo dessa folia assistimos ao renascimento festivo do Pátio de São Pedro. De repente, velhas casas do bairro antigo, quietamente preservadas à sombra da imponente fachada da Igreja de São Pedro dos Clérigos, foram convertidas em bares e o pátio tornou-se um palco fervente de festa e bebedeira. Até famílias que frequentavam as melhores colunas sociais da cidade, hoje confundidas com as colunas policiais, passaram a encenar casamentos espetaculosos no Pátio de São Pedro. Lembro-me até de um ilustrado pela figura magnética e narcisista de Gilberto Freyre. Vi-o adentrar o pátio cercado pela corte habitual, acenando sorridente para pessoas que o cumprimentavam com o servilismo sintomático das nossas tradições escravistas e autoritárias. Longe de mim chegar perto, pois era ainda um “marginal rebelde”, farrista contumaz do pior bar do pátio, que batizei com meus amigos comunistas como Proletario`s Bar.
A farra irradiou mais tarde para o Recife antigo. Era então o foco da prostituição segregada, que hoje está na internet e outros lugares chiques, tão chiques que prostituta já não é mais puta, é modelo, massagista ou acompanhante. Bem, as herdeiras das segregadas, as que fazem ponto nos becos e ruas da cidade, estas continuam identificadas como putas. São o lumpen da prostituição. O capitalismo à brasileira produz requintes distintivos dessa natureza. Eis aí um caso exemplar da profissão que não ousa dizer seu nome.
Ocorre-me aqui uma memória merecedora de registro. Voltava certa madrugada para casa quando cruzei com uma puta fazendo ponto numa esquina. Queixou-se da dificuldade de encontrar homem e por fim culpou indignada a liberação sexual das meninas de família. Demonstrou perceber com clareza como este fato explicava o desaparecimento de sua clientela que ao cabo a deixava chutando lata com a bolsa vazia dentro da madrugada deserta.
O Recife antigo vivia caindo literalmente. As fachadas dos prédios e sobrados seculares desfiguradas pelo tempo e a incúria das gentes, as escadas rangendo ao peso dos bêbados e putas que iam e vinham. Gente de todo tipo ali se misturava e se grudava e se perdia. A atmosfera geral era de uma decadência sombria. E era nisso precisamente que residia o fascínio que para lá nos puxava: o fascínio da decadência, o fascínio da marginalidade que tanto cultivamos de par com nossa adesão inconsciente à orgia consumista e hedonista que define o padrão cultural do presente. As meninas de classe média, incluída minha namorada, carentes de liberação e aventura, passaram também a frequentar os puteiros e bares do Recife antigo: o Bar do Grego, o Gambrinus, a Chantecler… Talvez vivessem esse modo de exotismo sexual na noite, quando todas as gatas são pardas, movidas por uma fantasia feminina muito poderosa: a fantasia de ser a belle du jour, a fantasia de ser uma outra abafada pela interdição da cultura.
Não bastasse a extraordinária riqueza da música brasileira dos anos 1970, muitos de nós descobriram maravilhados o jazz que ouvíamos também em muitas dessas festas. Meus iniciadores nesta seara foram Tarcísio Patrício e Fred Amorim. O acento recaía, claro, sobre o jazz dançante dos anos 1930, as big bands e o som lendário de Louis Armstrong. Lembro-me de uma festa no apartamento de Álvaro Jucá cujo grande momento e pretexto para a bebedeira foi a exibição de um documentário com alguns dos grandes nomes do jazz: Duke Ellington, Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Miles Davis, Bill Evans, Oscar Peterson, Chet Baker… Hoje seriam com certeza Chiclete com Banana, Banda Calypso, Garota Safada e coisas inomináveis. Saltamos do alguma coisa para o nada sem no trajeto sustentarmos grandeza nenhuma.
Depois da farra e da dissipação sobreveio a inevitável ressaca. Só que a minha ia cada vez mais além dos sintomas físicos. Era uma ressaca roendo-me a consciência, lembrando-me à força de pontapés que estava assim traindo a vida que pensara viver, que projetara viver. Traindo antes de tudo a mim próprio, eu me negava a cada noite e farra sem rumo, a cada bebedeira errante nos labirintos da marginalidade recifense, a cada dia que dissipava em becos sórdidos. De repente, via o amor ruindo à volta e dentro de mim, via-me à deriva de uma vida sem centro ou propósito. Ecos insones de minhas festas de Olinda, ainda próximas, somavam-se a esses procedentes das festas de Recife e então me via assaltado por angústias e descontentamentos que passaram a desgovernar meu próprio sono.
De repente, já não me reconhecia no que procurei ser e viver. De nada sabia então, mas sabia que era hora de voltar para casa, para a casa que eu próprio precisava conquistar depois de anos errando de vida e endereço, batendo em portas erradas e saltando janelas à cata de ocos móveis de carne. A partir daí, procurei em suma encontrar e viver outros modos de festa. Diria que o que encontrei foi antes de tudo a solidão. Mas não mais a solidão do indivíduo diluído no grupo ou na massa sem norte ou centro. Aludo a uma outra ordem de solidão, a que buscava e conquistei: a do indivíduo que voluntariamente visa a solidão como um alvo, como estado de ser necessário, embora nunca autossuficiente; a solidão sem a qual sequer podemos tatear no escuro, na escuridão que nos habita e habitamos, as formas imprecisas do ser que somos e tão pouco conhecemos.
Um dia, já guardando alguma distância das festas que são o que mais se expandiu no cerne da sociedade de massas calibrada pelo hedonismo, cada vez mais circo até para quem não tem pão, um dia fui a uma festa de aniversário numa churrascaria em Boa Viagem. Então aconteceu algo que mudou por completo a minha vida. Mas isso seria assunto para uma crônica de amor, não mais de festa.
Fernando, no melhor da história você para! Não, continue, estou gostando e curioso………(rsrsrsrs)
Neste anos (segunda metade dos anos 70) eu estava voltando da derrota. Cabisbaixo, triste, frustrado, perdido. O meu Muro de Berlim tinha caído em Belo Horizonte, onde tinha vivido por cinco anos acreditando na revolução socialista – ou em alguma coisa que meu inconsciente dizia que era ela. Foram anos de coragem e medo, mas também de liberdade, aquela liberdade utópica de que poderia fazer qualquer coisa que quisesse, que tudo daria certo. Menos que um militante, era um adolescente, mas feliz. Alex Polari diz em um poema o que eu e muitos outros sentiam naquela época, embora tivéssemos experiências muito diferente:
Nossa geração teve pouco tempo
começou pelo fim
mas foi bela a nossa procura
ah! moça, como foi bela a nossa procura
mesmo com tanta ilusão perdida
quebrada,
mesmo com tanto caco de sonho
onde até hoje
a gente se corta.
Mas estávamos em Recife, voltando de BH. Voltando para os anos pós-Anistia, onde o reencontro com velhos amigos, companheiros, colegas que não via havia muito tempo. Tive até de desfazer um mal entendido: fui à casa de um amigo procurá-lo, e sou recebido como ¨ressuscitado¨, pois todos me tinham como morto.
O PT surgia como o poço para onde toda a esquerda convergia. Esquerda festiva, militante, até mesmo a psiquiátrica, como diz o nosso amigo Marcelo Melo. E era gostoso ir à praia com os bandeirões vermelhos do PT, manifestar publicamente seus projetos e valores subversivos. No carnaval então, era a glória, era o êxtase da política, da beleza, do tesão, da excitação. Nunca vi tanta mulher bonita como em Olinda nos carnavais de 1979 até 1985. Estávamos todos, literalmente, no inferno, mas naquele inferno gostoso para onde são mandados os pecadores, onde a lascívia, a sedução, a amostração, o agarrado, prevalecia.
Mas também foi, para mim, a época da reflexão, da revisão interna, da análise. E do momento de ser pai, de criar meus filhotes da melhor maneira que eu pudesse, o que já era difícil. E me afastei, por opção ideológica e ¨psicológica¨. Não sou capaz de obedecer ao partido e aprovar a manutenção do cargo de um Donadon; não seria capaz de conviver com os donos da verdade, narcisistas, e ainda ¨socialistas revolucionários¨.
A esquerda militante, aquela visceral, que tem ¨uma carteira de identidade, de esquerda¨ que nunca será abandonada, como me dizia um velho amigo, deixou de significar alguma coisa para muitos. Ela seguiu no PT e ainda hoje cumpre uma trajetória perdida, religiosa, engessada. Dói ver antigos companheiros, hoje políticos influentes, com uma prática e um comportamento decadente, igual ou pior ao que sempre tivemos no parlamento e no governo.
Caro Afrânio Tavares: Ainda bem que me calei depois de ler seu primeiro comentário. Se lhe respondesse, derivaria para os implícitos da crônica de memórias, ou seu final reticente. De fato, mordendo ainda sua curiosidade, o melhor da crônica está para além dela, para o ponto em que ela acaba. Mas o que desejo especialmente ressaltar nesta resposta é o que você escreve no seu segundo comentário. Foi um prazer ler o seu extrato de memória. Já que você no primeiro comentário se queixa de que o privei de ler o melhor da crônica (as reticências finais), pago-lhe com a mesma moeda queixando-me por você não desenvolver suas memórias, com certeza politicamente muito mais importantes e ricas de matéria vivida e sofrida do que as minhas.
Sério, Afrânio: acho que você e muitos outros que estão dentro e fora da Revista Será? poderiam enriquecer nossa memória social escrevendo crônicas de memórias que não ficassem restritas à experiência da militância política. Antonio Candido observou certa vez que a ditadura forçou muitos de nós a um exílio interno, isto é, um exílio para dentro de nós próprios. As duas crônicas que postei na revista têm em parte esse propósito não declarado: dizer um pouco do que viveram e erraram os que migraram para dentro de si próprios ou dissolveram a impotência política e a rebeldia numa orgia de costumes ou numa festa perpétua. Um abraço, Afrânio, e grato pelos comentários.
Fernando, obrigado pelos comentários elogiosos e estimulantes. Há muito tempo que minha mulher e meus filhos cobram de mim algumas linhas que conte um pouco da minha história escondida, embora não intencionalmente. Meus filhos, até por desinteresse deles (foi um mundo incompreensível, para os parâmetros deles) pouco sabem desta história, e dos flashes que ouviram, já me chamaram de ¨mala¨. Além de introvertido por natureza, tive uma militância clandestina e fora do nosso estado, e ainda por cima, junto a um grupo socialista, pouco atuante em Pernambuco nos anos 60 e 70. Tudo isso se somou e reforçou, como você relatou de Antonio Candido, o meu exilio interno. Mas o tempo conspira contra este exilio: a necessidade de contato, de contar da nossa vida, de partilhar as experiências, de falar dos sonhos passados que foram abandonados pelos que se dizem continuadores deles, de revivê-los para mata-los dentro de nós e, assim, curtí-los como sonhos utópicos, e não mais como projeto. Já li quase tudo que se escreveu sobre a vivencia e a militância dos anos 60 e 70, e ainda me emociono com tudo aquilo que vi e vivi. Eu era um jovem militante, dedicado, sem outra atividade e para quem não havia retorno.
Mas hoje, e desde os anos 80, não sou mais um militante, não pertenço a ninguém, a nenhum partido, a nenhuma igreja, a nenhuma religião. Torço pelo Sport, mas não sou da turma do Bivar nem do Homero. Não sou de ninguém, como diz aquela musica (Marisa Monte?). Gostaria de ter tido uma juventude menos dura, menos dolorosa. E mais realista, porque foi um grande delírio o que eu e muitos outros viveram e muitos morreram.
Esta versão da nossa história é muito polêmica, mas é a minha versão. E existem outras versões, que precisam desabrochar. A versão única faz parte de uma história engessada, pobre, arcaica.
FERNADO DA MOTA LIMA , P A R A B E N S .
PELA SUA INTELIGENTE E BELA MATERIA .
RECIFE E LINDO.
OS RECIFENSES TEM QUE SE UNIR E COLABORAR COM O PREFEITO GERALDO JULIO , PORQUE UNIAO E COLABORACAO O RESULTADO E : S U C E S S O S .
OS RECIFENSES TE QUE SER ” BAIRRITAS” .
OS RECIFENSES TEM QUE AMAR O RECIFE.
MEU DESEJO E QUE O RECIFE FOSSE IGUAL E OU MELHOR DO QUE VARIAS CIDADES DE PAISES DO PRIMEIRO MUNDO.
DEUS ATENDA MEU DESEJO. AMEM.
SINTO MUITA SAUDADE DO RECIFE.
PARABENS , MAIS UMA VEZ, A REVISTA SERA ?
DEUS OS PROTEJA E LHES DE SAUDE, SUCESSOS E BOA SORTE , SEMPRE.AMEM.
ABRACO SINCERO..
ITO CAVALCANTI
CALIFORNIA , U.S.A..
Esses moços, pobres moços!
Festa mesmo era nos fins dos cinquenta e até a “redentora”.
Pobre velha juventude que perdeu o Recife Velho das radiolas de ficha, das meninas amorosas, da ausência de briga-exceto quando encontravam-se marinheiros ianques e japoneses- e se entregava carteira de estudante para calouros que as podiam resgatar por um chope, aqueles de caneca de vidro grosso.
Ainda havia o destampar pela gradual eliminação das oligarquias das artes e o emergir de vanguardas, além da ilusão que tudo iria continuar até a pátria socialista.
Ao menos foi animado.
Como hoje será se a rapaziada das várias classes média, brancas, voltarem às ruas sem medo dos mascarados,”vândalos” e da consequente PM.
Quem viver verá.