Os sinais são claros e assustadores: Jair Bolsonaro está acelerando os preparativos de um autogolpe, para suspender as eleições e implantar uma ditadura no Brasil. Como ele não conta com o apoio das Forças Armadas para uma simples ruptura constitucional, aposta na provocação de um clima de caos e confronto social no país, para justificar a convocação dos militares, a decretação de um estado de emergência e, desta forma, persuadir os militares a embarcarem numa ruptura institucional.
O ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, tem afirmado que as Forças Armadas estão comprometidas com a Constituição e com o respeito às instituições e regras democráticas, e que não endossam os atos e as declarações autoritárias do presidente. Mas o próprio Raul escreveu esta semana que “o alto oficialato nutre uma profunda, intensa e critica rejeição às ações, aos recuos, às revisões e omissões decisórias do STF, que, num quadro de aguda crise, poderá ser insuperável” (JC 26/08/2021).
Tudo indica que Bolsonaro vem trabalhando com a ideia de “virar a mesa” depois de sua provável derrota nas eleições do próximo ano, alegando fraude e mobilizando seus milicianos para provocar uma comoção nacional. Exatamente o que faltaria para jogar as Forças Armadas contra a democracia. No entanto, sentindo a resistência do Judiciário, o isolamento político e a “insubordinação” do Centrão, Bolsonaro tem pressa. Seus movimentos indicam que ele não pretende esperar mais, a sua fantasia paranoica empurrando-o para a precipitação de um confronto que, imagina, o levaria ao poder ditatorial.
Mais do que os atos, as declarações e as ameaças do próprio Bolsonaro, assusta a retórica de lideranças e oficiais das Polícias Militares, convocando para a manifestação no próximo dia 7 de setembro, com repetidos ataques às instituições, e sugerindo a invasão do STF e do Congresso Nacional. O momento é muito delicado, a democracia corre sério risco e, com ela, o futuro do Brasil.
Se não fosse trágico, a histeria reacionária de Bolsonaro lembraria a cena brilhante de Charles Chaplin no filme “O Grande ditador”, mostrando a brincadeira do tresloucado ditador com o globo terrestre (no caso, não era plano). A crise que se anuncia exige serenidade e união de todos os democratas, para deter a escalada golpista de Bolsonaro. Os partidos e líderes democráticos devem deixar de lado, por enquanto, os seus projetos políticos e eleitorais, para a formação de uma grande frente de defesa da democracia. Do contrário, poderemos nem sequer ter mais eleições.
O Jungman não estaria querendo dizer que as Forças Armadas não estariam indignadas com a derrota da Lavajato e, por consequencia, com
a candidatura de Lula?
E mais, o nosso Pib, após o arrependimento da opção que fez em 2018, não estaria propenso a uma candidatura de Centro?
Meus cumprimentos! Inclusive pela ilustração!
Brilhante e real!!
PARABÉNS!!
Excelente editorial!!!
O graáde problem é que os ditos líderes democráticos nao deixarão de lado, seus projetos políticos e eleitorais, para formar uma frente politica de resistencia ao golpe.