discussing – by louis Charles moeller.

 

Mais conversas em livro que estou escrevendo (título da coluna).

 

GILBERTO FREYREescritor. No solar de Santo Antônio dos Apipucos, era usual receber pessoas ilustres. De Jânio Quadros a Carlos Lacerda. Do cineasta Roberto Rosselini a sir John Russel. Servindo sempre, a todos, seu famoso Conhaque de Pitanga. Preparado por ele mesmo com pitangas vermelhíssimas, colhidas em seu pomar e colocadas em garrafas de cachaça de cabeça. Mais canela da casa e um licor de rosas fabricado por freiras do Convento do Bom Pastor (Garanhuns), que exigia fossem virgens. Quanto ao sabor, não há consenso. Segundo lenda, o romancista John dos Passos bebeu uma garrafa inteira sem reclamar. Enquanto Rubem Braga provou só meio cálice, fez muxoxo e disse “prefiro uísque”. Naquela tarde a liturgia e a pompa, na sala, eram as mesmas. Só que sua mulher interrompeu a conversa mostrando, a todos, um envelope fechado.

– Amor, correspondência para Gilberto Freire sem ipslon.  Que faço?

– Devolva, querida. Destinatário desconhecido.

Admitindo fosse algo importante, ou mesmo alguma conta para pagar, insistiu

– Mas não seria bom abrir, antes, para saber do que se trata?

– Magdalena, é crime violar correspondência alheia.

 

HEBE, irmã. Ferreira Costa, na loucura dessa pandemia da Covid. A caixa olha para Hebe

? Testou?

Hebe revirou a bolsa, tirou de dentro um monte de papéis,

? Claro, aqui está o certificado da vacina.

? Testou as lâmpadas?, senhora.

? Ahhh…

 

MARIA LECTÍCIA, a quem obedeço faz mais de 50 anos. Esqueci algumas cédulas no bolso da bermuda e foi tudo parar na máquina de lavar. Ao vê-las boiando, na água, Maria Lectícia desligou, tirou, pôs para secar e disse

– Você fica reclamando com ministros, em Brasília, mas essa é que eu chamo a verdadeira lavagem de dinheiro.

 

SOGRAS. JORNAL O PODER, edição de 27/04/2022, deu manchete sobre Francisco

– O Papa elogia as sogras.

Mais, por baixo, esse comentário

– É porque ele nunca teve uma.

O que faz lembrar Cantoria de Pé de Parede que assisti, em que o grande Louro Branco recebeu mote, Na casa que sogra mora/ Não tem um genro feliz, e cantou assim

Minha sogra sem respaldo

Diz nos pensamentos seus

Que meus filhos não são meus

Que tem um do Lourinaldo.

Que o primeiro é de Geraldo

E o segundo é de Diniz.

Será meu Deus que eu não fiz

Um menino até agora?

Na casa que sogra mora

Não tem um genro feliz!