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Elson
Jornalista, mestre em Educação, ilustrador, caricaturista. Desde sempre um lutador pela democracia e justiça social.
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Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
Freud e o Humor
Freud considerava o humor como um mecanismo eficaz para a defesa do Ego. Ele explorou essa ideia, em seu ensaio “Humor”, de 1927, onde discutiu como o chiste pode ajudar as pessoas a lidar com situações difíceis e a superar os sofrimentos.
No ensaio, escrito há quase cem anos, Freud argumentou que o humor permite que o indivíduo mantenha uma perspectiva equilibrada, mesmo em face de adversidades. Ele via o humor como uma forma de afirmar a supremacia do Ego sobre as circunstâncias externas, transformando potenciais fontes de ansiedade em algo mais leve e manejável. Argumentava que “o humor é uma das formas mais elevadas de amparo do Ego e a defesa mais eficaz contra o sofrimento da vida.”
Em “Novas Conferências Introdutórias sobre a Psicanálise”, de 1933, ele anotou: “o objetivo da psicanálise é substituir o sofrimento neurótico por uma infelicidade comum.” Em outras palavras, o sofrimento intenso pode ser transformado em uma forma mais comum e gerenciável de infelicidade. Por via de consequência, Freud via o humor como uma maneira de reduzir as angústias e os medos, ajudando as pessoas a enfrentar a adversidade.
Para a Psicanálise, o humor é. pois, uma forma de estar no mundo, uma maneira de reduzir as angústias e os medos. O humor seria uma ferramenta poderosa para abordar temas delicados e, inclusive, possibilitar à sociedade sua defesa contra a censura.
Nesse sentido, a Literatura oferece diferentes alternativas, estacando-se a Ambiguidade e o Subtexto, veículos pelos quais podem ser transmitidas mensagens críticas sem, explicitamente, confrontar a censura, abrindo espaços que permitem a crítica de regimes, ou de políticas, de maneira velada, escapando da detecção direta pelos censores. Também as Sátiras e as Paródias são formas de humor que exageram e distorcem a realidade para destacar falhas e absurdos. Ao ridicularizar aqueles no poder, ou suas políticas específicas, os humoristas podem expor injustiças e hipocrisias de forma que seja mais difícil as suprimir sem parecer uma atitude ridícula ou opressora. Importante também considerar que o humor serve para desarmar a seriedade, tornando mais difícil para as autoridades a justificação de ações severas contra algo que é apresentado como “apenas uma piada”. Isso diminui o impacto da censura e reduz o risco para aqueles que estão fazendo as críticas.
Mas, o humor vai mais além: une as pessoas através de um sentimento compartilhado de ironia e resistência. Piadas, trocadilhos, memes, cartoons podem criar uma forma de comunicação, de um “código”, entre pessoas que compartilham opiniões críticas, permitindo a disseminação de ideias censuradas de forma mais segura. Com isso, o humor pode inverter papéis, colocando os censores e autoridades como objetos de ridículo. Assim, não apenas desafia a autoridade deles, mas também pode minar seu poder ao expor, de maneira cômica, suas falhas e suas incompetências.
Conclusão: o humor pode funcionar como uma ferramenta de resistência cultural, desafiando a censura e promovendo o discurso crítico de forma criativa e subversiva. (Fernando Ribeiro de Gusmão).
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Se minha canhestra charge te inspirou, tanto melhor. Gracias.